Degustação dos vinhos Callabriga da Casa Ferreirinha Evento realizado na ABS-Rio, em 29/11/2007
Impressiona saber que a SOGRAPE, maior empresa vinícola de Portugal, fatura 20% de todas as vendas de vinhos lusitanos. Atualmente, a SOGRAPE produz cerca de 60 milhões de garrafas por ano! E dizer que essa história de sucesso começou, em 1942, com o famoso Mateus Rosé, um vinho que foi a iniciação enófila de muita gente boa!
A história do SOGRAPE, no entanto, começou a mudar quando comprou a Casa Ferreirinha, que marcou o início de uma nova fase da empresa, em que começou a focar no desenvolvimento de vinhos de qualidade. Essa trajetória continuou com a aquisição de outras empresas vinícolas, como a Offley e a Sandeman, empresas do Porto, e a Framingham, da Nova Zelândia.
Daí, com o advento dos vinhos do Novo Mundo e dos críticos americanos, a SOGRAPE, rápida no gatilho, sentiu a necessidade de desenvolver um vinho moderno, universal, para enfrentar essa onda parkeriana que assola os produtores das Américas e da Oceania!
E foi daí que surgiu a linha Callabriga (leia-se Callábriga, por favor...). São vinhos especialmente desenvolvidos para conquistar o mercado anglofônico. Apesar de ser um vinho português, os rótulos e os materias de propaganda são todos em inglês! Mas vejam, as concessões não chegaram ao ponto de abandonar as tradições portuguesas! E a SOGRAPE partiu de uma idéia bem interessante: lançar vinhos de uma casta comum às 3 regiões que servem de origem a linha, que são o Alentejo, o Dão e o Douro. E a escolha recaiu sobre a Tinta Roriz (Aragonez no Alentejo e, claro, a mesma Tempranillo espanhola). E toda a linha Callabriga, composta de 6 vinhos, é à base dessa uva! E, pasmem, são 6 vinhos distintos, que ressaltam as características de cada região!
São 3 vinhos de gama média-alta e 3 vinhos Reserva! Cada um deles, conforme ressaltou Antônio Dantas, diretor da ABS presente ao evento, tem seu próprio caráter!
Os vinhos do Dão são cortados com Touriga Nacional e Alfrocheiro Preto; os do Alentejo, com Alfrocheiro e Alicante Bouschet; e os do Douro com Touriga Nacional e Touriga Franca! Todos, porém, em pequenas percentagens, apenas para aparar as arestas, mas mantendo a personalidade da Tinta Roriz!
A primeira gama, por decisão do enólogo Luis Sottomayor, não utiliza madeira nova! Já a linha Reserva, usa cerca de 60% de barricas de primeiro uso. Mas todas com carvalho francês!
Os vinhos são excelentes! Os preços, nem tanto! Eu os achei um pouco salgados! Para quem busca competir com os vinhos de qualidade do Novo Mundo, 93 reais para a linha normal e 175 reais para a linha Reserva, estão um pouco acima do que eu estava esperando pagar!
Oscar Daudt
Os vinhos degustados
Callabriga Dão 2004
Callabriga Alentejo 2004
Callabriga Douro 2004
Callabriga Dão Reserva 2003
Callabriga Alentejo Reserva 2003
Callabriga Douro Reserva 2003
Os participantes
Antônio Dantas, diretor da ABS, abriu o evento, apresentando Antonio Campos, da Importadora Zahil
Jorge Guimarães, diretor comercial da Sogrape
Luis Sottomayor, o enólogo da Casa Ferreirinha
Visão geral da sala de degustação
Jorge Coutinho foi pinado por Iara
Luis Sottomayor foi condecorado por Maria Helena Tahuata, diretora da ABS
Lilian, da Vitis Trade, e Ângela, da ABS, foram as responsáveis pelo serviço dos vinhos