Uma degustação... pornográfica
4ª Degustação do EnoEventos, em 15 de dezembro de 2007

Convidei meus amigos enófilos para uma degustação-surpresa! Ninguém (à exceção do Tarcísio) sabia quais seriam os vinhos. Não era uma degustação às cegas, mas os vinhos só seriam conhecidos na hora de beber!

Era uma degustação temática e o tema era Vinhos com Nomes de Duplo Sentido, quase que descambando para a pornografia! Tive um enorme trabalho de levantamento de dados, visitando lojas, examinando catálogos de importadoras, pesquisando nos foruns de vinho, conversando com pessoas mais experientes...

Claro que eu sempre procurava me focar nos vinhos portugueses, celeiro dos nomes mais inacreditáveis da vinicultura mundial. Eles são imbatíveis! Mas não estão sozinhos, não. Na minha seleção de vinhos, eles tiveram a honrosa companhia de um rótulo argentino e de um australiano. Diga-se de passagem que os australianos pegaram pesado e baixaram o nível!

Vejam só o elenco dos vinhos:

Periquita Branco 2005: um vinho onipresente, encontrável em qualquer supermercado, corte de Moscato e Arinto. Paguei 21,90. Aromas bem intensos, característicos da Moscato.

Vinha do Putto 2006: um branco da Bairrada comprado na Mistral. Não sei o corte, pois a garrafa não fala nada e não encontrei nada na Internet. Depois do Periquita, esse vinho quase que sumiu no nariz.

Picada 15 2006: eram dois vinhos desse rótulo: um varietal Malbec e outro Cabernet Sauvignon, provenientes da Patagônia argentina. Foram comprados numa loja da Cobal do Humaitá, acho que se chama Ecila, por 22,50 cada. Vinhozinho para o dia-a-dia.

Lavradores de Feitoria Três Bagos 2003: um Douro, também comprado na Mistral; um vinho maravilhoso, corte das uvas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca e Tinta Roriz; aliás, a Lavradores de Feitoria é pródiga em nomes assim, digamos, sugestivos: conta em sua linha com o Quinta da Trepadeira e o impagável Quinta da Mata de Baixo!

Periquita Tinto 2004: um vinho ainda mais conhecido e disponível do que o branco, é corte de Castelão, Trincadeira e Aragonez. Também custou 21,90. Bem bom!!!.

Coonawarra 2005: (por favor, botem trocadilho nisso!) Também um vinho excelente, comprado na Mistral. Corte de Cabernet, Shiraz e Merlot.

Monte dos Cabaços 2003: esse alentejano foi o melhor vinho da noite. Eu já conhecia, não apenas o vinho, mas também o casal de produtores, o Joaquim e a Margarida Cabaço. Eles estiveram no Passeio Enológico por Portugal, da Adega Alentejana, em abril passado. O vinho é um corte de Syrah, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Aragonez. Comprei na Espírito do Vinho por 75 reais.

Claro que com esses vinhos, a coisa mais fácil foi escolher a comida! Até as pedras da rua sabem que a harmonização correta é a Punheta de bacalhau, que foi preparada com muita competência por Tarcísio. Aliás, vale a pena assistir o vídeo-clipe até o final, pois a melhor parte é a última cena, com Tarcísio descrevendo sua obra culinária! É muuuuuuito engraçado!

Bem, nunca se riu tanto em uma degustação! O estoque de piadas, trocadalhos e insinuações maldosas era inesgotável. Quando você se recuperava de um ataque de riso, já tinha de começar outro! Inesquecível! Apesar de tanto vinho, desopilou o fígado geral!

Oscar Daudt

Os porno-vinhos