 | José Luis Doldán, Assessor Comercial do Consulado-Geral do Uruguai no Rio de Janeiro, é uma espécie de embaixador do vinho cisplatino e não perde uma oportunidade de promover os belos caldos da República Oriental!
Sorte nossa, que desta vez fomos convidados para degustar os vinhos da Bodega Gimenez Mendez, nos majestosos salões do Consulado. Beber deliciosos Tannats, com uma bela vista da Enseada de Botafogo e em boa e divertida companhia, todo o mundo merece!
A Gimenez Mendez é uma vinícola familiar, fundada em 1960 e localizada na região de Las Brujas, no sul do Uruguai. Com a firme intenção de atracar no mercado brasileiro em 2008, contou com o auxílio de Doldán para apresentar alguns de seus produtos para um grupo de enófilos do Rio de Janeiro e conhecer a receptividade dos vinhos frente ao paladar do carioca. Bom, no que depender dos presentes ao evento, em breve poderemos esperar esses produtos em nossas adegas, pois os comentários foram bastante positivos. Vamos aos vinhos:
A noite iniciou com um 100 Años Chardonnay Reserva, com 6 meses de barrica, vinho que apesar de ser da safra de 2004, apresentava um frescor invejável e um nariz recendendo a frutas e flores! Excelente! Na minha avaliação técnica levou apenas 78 pontos, mas isso não é problema do vinho, mas sim uma briga antiga entre mim e a ficha do Giancarlo Bossi. No meu coração, eu daria uns 87 pontos.
A seguir, veio um Las Brujas Tannat, da safra de 2007. Um vinho jovem que não me disse grande coisa. Aliás, não a mim nem àqueles que estavam a meu redor. Ganhou apenas 73 merecidos pontos. | As coisas começaram a ficar mais interessantes quando chegou o 100 Años Tannat Reserva de 2007. Um vinho que me agradou em cheio, com um finíssimo aroma floral, bastante intenso e persistente e uma boca macia, saborosa, que dava ganas de roubar a garrafa e fugir para uma churrascaria! Dei 88 pontos, achando que poderia até dar mais.
Como os tintos estavam sendo apresentados em ordem de qualidade crescente, quando chegou o Gimenez Mendez Tannat Premium, da safra de 2006, tive uma certa decepção! Não pensem mal, o vinho era excelente, com 12 meses de carvalho francês e americano, mas não me despertou um interesse tão grande quando o 100 Años que o havia precedido. Levou nota 85!
E eis que, para finalizar a noite, é servido o Gimenez Mendez Super Premium Tannat, também da safra de 2006. Um vinho ainda sem rótulo, dentro de uma garrafa daquelas de esgotar os recursos naturais: o casco pesava no mínimo 1,5kg! Mas, vamos combinar, para um conteúdo daqueles, tinha de ser uma garrafa de respeito! Não se sabia nada do vinho, pois além de ainda não ter rótulo, também não havia ficha técnica. Quase uma degustação às cegas! O nariz era muito intenso, muito persistente e muito complexo! Na boca, era muito encorpado, muito equilibrado e muito macio. O vinho era todo muito! Um fecho de ouro que mereceu nota 91!
Quero agradecer ao Doldán e incentivá-lo a promover outras noites como essa! Foi um excelente painel sobre a vinícola, muito embora eu tenha conferido na Internet que existe vida por lá além do Tannat: varietais de Merlot, Cabernet Sauvignon e Arinarnoa! Arinarnoa??? Nunca ouvi falar, mas como estou indo ao Uruguai semana que vem, com certeza voltarei com uma garrafa dessas embaixo do braço! Depois eu conto como é que é!
Oscar Daudt |