Reinaldo cantava boleros, Danúsia plagiava Violeta Parra e dava Gracias a la vida e o contido Homero ria a bandeiras despregadas!
Bem, quem não ficaria contente da vida com o almoço que a Importadora Vinci ofereceu, no restaurante Fasano, para apresentar à imprensa os vinhos da Viña Errazuriz? Com a presença do talentoso enólogo Francisco Baettig e do diretor Nicolas Saelzer, o almoço transcorreu livre, leve e solto!
É claro que os espetaculares vinhos, oito no total, servidos a rodo e harmonizados com a não menos maravilhosa comida do Fasano colaboraram para o clima de alegria geral!
A Viña Errazuriz é uma das mais tradicionais do Chile, tendo sido fundada por Don Maximiano em 1870 e é, atualmente, o 4° maior grupo exportador daquele país andino. Seus vinhos são admirados e cobiçados por todo o mundo e oferecem uma tremenda qualidade por um preço prá lá de razoável.
Acompanhando o Tartare de Atum com Endívias, começamos por um Reserva Sauvignon Blanc 2007 (US$22,50), com aromas cítricos, florais e de kiwi e uma boca com acidez refrescante. Mas logo depois, demos um salto de qualidade com a chegada do Max Reserva Chardonnay 2006 (US$42,00), com aromas de coco, maçã e jasmim e uma boca cremosa, que foi o companheiro ideal para o prato de atum.
O Tortelli de Vitela com Fondue de Parmesão mereceu o acompanhamento de 3 vinhos, para escolhermos o melhor: o The Blend 2005 (US$49,00), com aromas de baunilha, frutas vermelhas e goiaba e uma boca muito elegante; o Max Reserva Cabernet Sauvignon 2006 (US$42,00), com aromas de framboesa e groselha, taninos macios e persistente final; e o Kai Carmenère 2005 (US$119,50), um vinho em seu primeiro ano de produção com aromas de baunilha, couro e chocolate e uma boca aveludada e com muito corpo. Claro que, disparado, o Kai era o melhor dos 3, mas era demais para o Tortelli. O troféu de melhor harmonização ficou para o The Blend.
A Costeleta de Cordeiro com Crosta de Frutas Secas e Risoto de Funghi, prato excepcional, mereceu a companhia de dois vinhos-ícone: o La Cumbre Shiraz 2005 (US$119,50), que com seus 15% de álcool perfeitamente equilibrados, mereceu a honraria de ser classificado em 4° lugar na lista dos melhores vinhos do Guia de Vinos de Chile 2008; merecia até mais! Com seus complexos aromas de figo, ameixa preta, nozes, canela, compotas, baunilha, tostados, etc, etc, etc... era maravilhoso. A satisfação que ele me proporcionou eu só comparo com os grandes Shiraz australianos que já bebi, porém com a sutil diferença de o La Cumbre custar um quarto do preço! Nesse momento, quem passou a cantar boleros fui eu! O outro acompanhamento para o cordeiro foi o também excepcional Don Maximiano Founder's Reserve 2005 (US$119,50), com nariz de violeta, cereja, ameixa, cravo e canela, chocolate e boca aveludada e persistente. Mas a essa altura, meu coração já havia pendido para o La Cumbre!
Com toda essa explosão de qualidade, era de se esperar que o acompanhamento para o Crème brûlée com frutas vermelhas seria o gran finale, mas o Sauvignon Blanc Late Harvest 2006 (US$ 25,90), foi um anti-clímax. Um belo nariz com mel, cítricos, abacaxi e pera, mas com uma boca opaca, sem acidez. Ainda bem que eu tinha um restinho do La Cumbre na taça! Encerrei com chave de ouro! Gracias a la vida!