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 A jóia da coroa portuguesa Em 2003, pela primeira vez, Roberto Rodrigues apresentou essa degustação de vinhos portugueses fora do comum. Naquela edição, foram escolhidos apenas vinhos que não tinham as castas tradicionais portuguesas. Agora, repetindo o tema, passados 5 anos, Roberto foi menos estrito e fez uma degustação mais, digamos, passe-tout-grains. Como já é tradicional nas aulas do RR, a degustação foi às cegas. Mas desta vez o mestre foi bonzinho e ofereceu 2 brancos e 4 tintos. Beleza! Pelo menos eu consegui identificar quais eram os brancos... Realmente, a parte dos brancos foi mamão-com-açúcar. Um era Chardonnay barricado com Arinto e outro era uma daquelas misturas lusitanas de castas com nomes improváveis: Viosinho, Rabigato, Códega do Larinho e Gouveio! Fala sério! Claro que toda a torcida do Flamengo acertou qual era qual. Graaaaaaande vantagem! A única disputa, e mesmo assim um vareio, foi escolher o melhor dos dois. Por 13 a 4, os participantes preferiram o Casa de Santa Vitória Reserva Branco 2006, com aromas florais, manteiga, mel e banana, muito macio, equilibrado e com bela estrutura. Já o mestre e o London International Wine Challenge preferiram o Guru 2006. Não sei como! Os aromas eram desagradáveis e na boca tinha uma acidez desequilibrada e um amargor. Deve ser o tal do gosto adquirido que eu ainda não adquiri... Quanto aos tintos, a disputa foi mais complicada. Eu fiquei tentando descobrir qual era o Xisto 2004, que eu havia provado no evento Vinhos de Portugal e considerado como o melhor daquele dia. Mas não foi assim tão fácil, não. Eu fiquei balançando entre duas taças, para mim os dois melhores tintos da noite. Uma delas era realmente o Xisto, mas ao final decidi que ele era o que não era ele! Era o estupendo Casa Ermelinda de Freitas Syrah 2005, o vencedor do Best Syrah of the World, com aromas frutados, muito floral e algum balsâmico, aveludado, elegante e persistente. Ele levou 7 votos como o melhor da noite e 8 votos como o 2° melhor. Foi o campeão inquestionável! Realmente, o Ermelinda de Freitas era uma jóia... E com essa dica, talvez vocês possam entender o título da matéria, uma boa mostra de como ser politicamente incorreto... Eu perco o vinho mas não perco a piada! Oscar Daudt |
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