 Vinhos Mapuche
Os nomes da bodega e de seus vinhos podem parecer meio estranhos para nós, mas é um belo exemplo de valorização da herança cultural sul-americana. São termos na língua dos mapuches, os índios que habitavam o Chile e a Argentina, antes da invasão dos conquistadores europeus. Ruca Malen significa A casa da jovem; Yauquén é compartilhar; e o poético Kinién quer dizer O único.
Tudo isso eu aprendi no requintado almoço oferecido pela Importadora Hannover, de Porto Alegre, no Terzetto Ristorante, para o lançamento dos vinhos da Bodega Ruca Malen. Com a presença do proprietário da vinícola, o bem-animado Sebastián de Montalembert, e do seu enólogo Pablo Cúneo, que impressiona por seu conhecimento e pela facilidade em transmití-lo, foi uma tarde maravilhosa.
Pablo conduziu, inicialmente, uma degustação de 3 de seus Malbecs, comparando o processo de produção dos vinhos para que pudéssemos conferir o resultado das decisões do enólogo nos vinhos apresentados. Muito legal!
O primeiro vinho foi o Yauquén Malbec 2007, um vinho jovem e frutado, sem madeira, um veludo na boca, muito fácil de beber, e por um precinho de encantar qualquer bolso (20 e poucos reais, para o consumidor final). Uma verdadeira barganha!
O segundo vinho, no entanto, foi o que me tirou do sério! O Ruca Malen Malbec 2005, com 12 meses de madeira, aromas de frutas negras e discreta baunilha, taninos no ponto certo, tinha um teor alcoólico de escandalizar a Liga da Temperança, 15% que, no entanto, eram perfeitamente equilibrados com a fruta e a estrutura. Quando fiquei sabendo que o preço final era de 48 reais, já fui preparando o cheque! Esse vinho vai incomodar!
O terceiro vinho da degustação foi o Kinién Malbec 2007, um ícone da bodega, que só é produzido em anos excepcionais. Antes desse 2007, a última safra foi a de 2004, que infelizmente já foi toda vendida e não ficou nenhuma garrafinha para contar a história. O 2007 foi retirado da barrica e engarrafado às pressas apenas para esse almoço. Ainda nem está no mercado. Foi um infanticídio! O vinho apresenta um rubi escuro intenso, que nos dá uma prévia de toda a concentração bem balanceada com muita fruta, muita suculência, que se prolonga por um bom tempo. Um vinho para ser guardado por mais uns 10-12 anos.
Mas a tarde estava apenas começando! O delicioso almoço do Terzetto veio a seguir e foi harmonizado à perfeição. O vol-au-vent de scampi foi acompanhado do Ruca Malen Chardonnay 2006, com quase nada de madeira, preservando muita fruta e um frescor admirável!
O risoto de cogumelos teve como par o Ruca Malen Cabernet Sauvignon 2005 que eu bebi bem pouco para guardar lugar para o meu favorito Malbec, que retornaria a seguir para acompanhar o pernil de vitela! Que bela escolha!
Oscar Daudt
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