 Os espetaculares vinhos de Valais
Esse foi o tipo do evento em que eu não levava muita fé e saí vivamente impressionado: os vinhos suiços eram fantásticos! A aposta de José Augusto Saraiva, da Importadora Vitis Vinifera, tem tudo para ser pule de 10...
A importadora está trazendo para o Brasil os vinhos da Provins Valais, uma cooperativa fundada em 1930 e que hoje é constituída de 4.500 produtores da região vinícola de Valais, localizada ao sul da Suíça, fazendo fronteira com a França e a Itália (destacada em vermelho no mapa ao lado).
Para apresentar sua nova linha de vinhos, Saraiva convidou os enófilos cariocas para um almoço com o Diretor de Exportação da cooperativa, Sebastien Ludy, que nos deu uma aula sobre a vitivinicultura de Valais e a produção da Provins. Os cooperativados produzem 40 diferentes castas, sendo 20 delas autóctones da Suíça e representam 10% de toda a produção daquele país.
Repito: os vinhos eram fantásticos. Iniciamos, no jardim da Casa da Suiça, com um Fendant du Valais 2006, um vinho agradável e refrescante, mas que não acrescentou muita coisa, não.
No entanto, já à mesa do almoço, fomos apresentados a 3 brancos que eu achei maravilhosos, de castas que eu não conhecia: o Johannisberg de Chamoson 2005, o Heida 2005 e o Petite Arvine 2005, todos da linha Maître de Chais. Cada um com seus aromas distintos, mas todos os três de um amarelo-ouro profundo, brilhantes, e com uma boca intensa e marcante e que, segundo Sebastian, são vinhos de guarda que devem melhorar (ainda mais???, pergunto eu!) nos próximos 6 anos. Embora tenha caído de amores pelos 3, o Johannisberg, com suas notas minerais e acidez bem balanceada, foi o que mais me agradou. E como era o mais barato dos 3 (55 reais), fiquei louco de contente e já de imediato encomendei uma caixa!
Os três tintos seguintes, também trouxeram boas surpresas. O Dôle du Valais 2005, um corte de Pinot Noir e Gamay, não me agradou muito, mas o Cornalin du Valais 2005, outra casta para mim desconhecida, era muito interessante, com seus aromas de frutas vermelhas e uma boca exótica e potente.
Mas, dos tintos, o Syrah du Valais 2005, era a cerejinha! O único dos vinhos com estágio em madeira, apresentava aromas de especiarias e ameixa e na boca era macio, intenso e duradouro, com imenso potencial de guarda! Para quem está acostumado com Syrah franceses, australianos ou sul-americanos, é uma experiência toda nova! Vale a pena conhecer!
E, para finalizar, acompanhando a sobremesa, foi apresentado o Grains de Malice Vendange Tardive 2005, um corte de Marsanne e Pinot Gris, com excelente equilíbrio e aromas de frutas tropicais e mel.
Oscar Daudt |