 Espumantes no mercado
Quem escuta Adolfo Lona, pensa que ele chegou ontem ao Brasil, tamanho seu sotaque portenho, apesar de ele estar há quase 40 anos no Brasil. Mas ele é, na verdade, o enólogo argentino mais gaúcho que há, enchendo os pampas de orgulho com sua admirável linha de espumantes.
Adolfo Lona não tem aquela mente cartesiana dos técnicos, mas sim o cérebro inquieto e criativo dos artistas, predicado que ele concentra na elaboração de seus borbulhantes diferenciados. Melhor para nós!
Lona tomou a decisão que devia: apesar de sua empresa se chamar Vinhos e Espumantes Adolfo Lona, abandonou a parte dos vinhos e hoje se dedica, com exclusividade, à produção de espumantes. E a promissora novidade é que, para enfrentar de peito aberto o problema crônico de distribuição dos vinhos nacionais, ele escolheu a Importadora Zahil como seu distribuidor exclusivo.
Para anunciar essa boa nova aos enófilos cariocas, a Zahil promoveu um jantar no restaurante Market Ipanema, na Visconde de Pirajá. Se você não sabe onde é, não esquente a cabeça, você não está sozinho. A entrada do restaurante é uma portinha tão pequena, que se você piscar, arrisca passar sem ver. Mas depois de um longo corredor, parece que a gente chegou a um oásis, com um belo e agradável jardim e um salão cheio de modernidades e aconchegância (existe esta palavra???).
Foi o cenário ideal, bem carioca, para a apresentação da linha da Adolfo Lona, que se encaixa como uma luva em nosso verão. Afora os rótulos já bastante conhecidos - e bebidos, também - foram apresentados dois novos lançamentos. O primeiro deles, o Orus Nature Rosé, elaborado pelo método tradicional e com 24 meses de maturação em garrafa, deixou entusiasmados todos os que estavam a minha volta. Um corte de 51% de Pinot Noir, 42% de Chardonnay e 7% de Merlot vinificado em branco, apresentava uma bela cor de casca de cebola, e foi o preferido de Célio Alzer, Winston, Marcos Lima, Paulo Nicolay, todos se desmanchando em elogios. Martha Storino trancou o disco e só dizia: "Nossa, gostei muito! Nossa, gostei muito... Mas não se alegrem tanto assim, porque a produção foi de apenas 610 garrafas! Bobeou, dançou...
O segundo lançamento foi o frutado Adolfo Lona Charmat Brut, com apenas 7g/l de açucar e bastante agradável.
Mas eu, andorinha solitária, gostei mesmo foi da excelência do Adolfo Lona Nature Pas Dosé, elaborado pelo método tradicional, um corte de 78% de Chardonnay, 15% de Pinot Noir e, de novo, 7% de Merlot vinificado em branco. Maravilhoso! Será o meu brinde para o Ano Novo, na praia de Copacabana!
Oscar Daudt |