 A menina superpoderosa que faltava!
Na reportagem sobre o almoço com Piera Martellozzo, promovido pela Vinea Store, eu devo ter tido uma premonição ao informar que essa importadora estava se especializando em trazer ao Brasil as meninas superpoderosas do vinho, pois faltava uma!
O trio se completou no almoço no Restaurante Gero, em Ipanema, quando tivemos o prazer de conhecer a simpatia de Luísa Amorim, diretora-executiva da duriense Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo (com certeza o mais longo nome de vinícola do planeta)!
Eu não conhecia o nome das meninas superpoderosas, mas Lalas sabia de cor (uma mancha em sua ilibada biografia!): Docinho, Florzinha e Lindinha. E em rápida eleição na mesa, Luísa foi escolhida, por unanimidade, como a Lindinha.
Nunca uma figura de linguagem foi tão apropriada quanto agora: os vinhos da abreviada Quinta Nova são superpoderosos! Alguém já havia provado um Douro com 15,5% de teor alcoólico? Mas, como dizia o estripador, vamos por partes!
Acompanhando uma polenta com perdiz e toucinho toscano, o primeiro vinho, 3 Pomares 2005, é o vinho de entrada da Quinta Nova. Mas com uma entrada dessas, já se podia imaginar o resto. Com aromas de café e frutas vermelhas, é um vinho em que apenas 30% repousam em barricas de carvalho de 3° uso. Segundo o sommelier Marcos Lima: "é um vinho fácil de beber, mas que ao mesmo tempo atende ao paladar do consumidor mais exigente; macio e muito aromático". A 59 reais para o consumidor final, é uma relação qualidade x preço imbatível!
O segundo vinho, o Quinta Nova Reserva Tinto 2005, envelhece em 100% de barricas novas e é um corte de 40% vinhas velhas (todas as castas misturadas) e 60% Touriga Nacional. Nas palavras do jornalista Alexandre Lalas: "Nariz sensacional e a boca confirma as expectativas!".
Em seguida, veio aquele que, para mim, foi a grande atração do almoço: o Quinta Nova Grande Reserva Tinto 2006, um corte de Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, com inacreditável teor alcoólico de 15,5%. É mole??? Se eu não soubesse, diria que tinha no máximo 14% pois era bastante equilibrado com uma explosão de frutas e uma estrutura genial! Segundo Homero Sodré, "possuía um nariz complexo e refinado, com aromas de amoras negras e esteva, com muita intensidade e persistência, e com um potencial de guarda de 10 a 15 anos."
Ainda tivemos, para acompanhar a sobremesa, o Quinta Nova LBV Porto 2003. Bom Porto, mas eu já havia esgotado minha cota de entusiasmo com os vinhos de mesa. Há muito tempo que uma linha de vinhos de três níveis distintos não me entusiasmava tanto! Genial! Parabéns à Luísa!
Oscar Daudt |