 Um jantar muito chique
O cenário era igual àqueles dos regabofes da nobreza retratados pelo cinema americano: castiçais com velas acesas, tapeçarias na parede, sous-plats de prata, taças com brasão de Portugal, lustres de cristal, uma legião de garçons... Coisa muito fina!
O jantar oferecido pela ViniPortugal, para apresentação de vinhos portugueses, foi de um requinte ímpar! Naquele ambiente luxuoso, com diplomatas e figurões à mesa, e com a cozinha da chef Roberta Sudbrack, eu confesso que estava me sentindo como o próprio FHC.
O espumante de boas-vindas foi o refrescante Filipa Pato 3b Bruto Rosé, com aromas de frutas vermelhas, florais e de levedura.
Já à mesa, o Aspargo veio escoltado pelo excepcional, delicioso e elegante Muros de Melgaço Alvarinho 2006, de Anselmo Mendes, com seus aromas de frutas tropicais e grande persistência e intensidade.
E continuamos muito bem, com a chegada do Quinta dos Carvalhais Encruzado 2006, acompanhando a Brandade de Bacalhau, outro excepcional vinho branco, com intensos aromas de abacaxi e florais, untuoso e refrescante.
Para cortejar o Pargo com vinagrete de maxixe, tivemos o correto Quinta da Alorna 2006, um corte de Arinto e Fernão Pires.
Mas o melhor ainda estava por vir, pois a Costela Assada era uma manteiga de tão macia, deliciosa, e mereceu a atenção de dois vinhos excepcionais: o onipresente Quinta da Bacalhôa 2005, vinho que tive a oportunidade de conhecer, há alguns anos, em visita à própria vinícola, e que sempre é garantia de grande satisfação. E o estupendo Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Reserva Tinto 2005, obra de arte de Luiza Amorim, a quem fui apresentado em recente almoço, um Douro fantástico, potente, bem do jeito que eu gosto!
E, para arrematar, a bonita sobremesa Folheado de Amêndoas e Frutas Vermelhas chegou com o Grandjó Late Harvest 2005, da Real Companhia Velha, um Semillon botrytizado, com aromas de mel e pêssego, equilibrada acidez e final persistente.
E como se não bastasse, fomos brindados com uma palestra do carismático Vasco d'Avillez, presidente da ViniPortugal, que com sua bonomia apresentou O Vinho na Cultura, após toda a comezaina e bebezaina e conseguiu a proeza de prender a atenção de todos os presentes, sem nenhuma baixa.
Posso afirmar, sem medo de errar, que foi uma noite perfeita, daquelas de guardar nos recônditos da memória e, vez por outra, trazê-la à tona para relembrar os belos momentos vividos.
Oscar Daudt |