 Vinhos e Cócegas
Eu conheci os vinhos Amayna, da Viña Garcés Silva, no Tour Mistral 2007. Naquele tempo, a linha era composta por não mais do que um Pinot Noir e um Chardonnay. Eram ambos excepcionais e eu pensei com meus botões: "Com dois rótulos apenas, dá prá manter essa qualidade." Mas o almoço oferecido pela Importadora Mistral, com a desculpa de apresentar a nova estrela da linha, o Amayna Syrah, foi harmonizado com todos os 5 rótulos atualmente produzidos. Que beleza! Felizes convidados, pois a qualidade continua surpreendendo!
No Tour Mistral, os vinhos eram oferecidos pelo simpático e entusiasmado Matias Garcés, que comanda a vinícola da família, mas para o almoço a apresentadora foi a enóloga Cláudia Gómez, com longa experiência profissional em Pouilly, e nós não tivemos nada a perder. Tudo indica que simpatia e entusiasmo são pré-requisitos para trabalhar naquela vinícola. Yoná não cansava de nos prevenir, antes de a convidada chegar: "Ela é igualzinha à Heloísa Perissé!". E a parecença era marcante. Quando eu começava a rir demais, Luciana Plaas até me dava um chute por baixo da mesa prá me lembrar que eu não estava na platéia de Cócegas! Aliás, na foto ao lado, a enóloga é... - imitando o Ancelmo Goes - esqueci!
Mas o que interessa são os vinhos! Degustamos 2 Sauvignon Blanc: o primeiro Amayna Sauvignon Blanc 2007, sem madeira, que Cláudia insistia em chamar de normal, era persistente, opulento, fresco, com aromas de frutas tropicais e deliciosa mineralidade. O segundo, Amayna Sauvignon Blanc Barrel Fermented 2006, com 12 meses de barrica, será que deveríamos chamar de anormal? Longe disso! Intenso, com muita fruta, discretas notas de madeira, baunilha e manteiga, voluptuoso, com belíssima acidez e interminável persistência. Lalas preferiu o anormal, mas eu me encantei mais com a normalidade! Que, para minha satisfação, ainda é bem mais barato!
O outro branco da linha, o Amayna Chardonnay 2006, tinha tudo o que um bom Chardonnay oferece e um pouco mais! Muita fruta, com madeira bem integrada, deliciosos toques florais, elegância e muita cremosidade. Um vinho que mereceu 93 pontos de Robert Parker! É mole?
O primeiro dos 2 tintos foi o meu conhecido Amayna Pinot Noir 2006, um vinho que oferece sempre uma grande satisfação: com aromas de goiabas vermelhas e terra molhada, é aveludado e com sutil madeira, muita elegância e deliciosas frutas vermelhas e toques florais no paladar. Com o Risotto de Mascarpone, então, arrebentou...
E, finalmente, a grande estrela da tarde: o novo Amayna Syrah 2007, com seus aromas de geléia de frutas vermelhas e baunilha, é macio, parrudo, suculento e complexo e dançou conforme a música para as Costeletas de Cordeiro. Muito novinho, no entanto, ainda tem bastante tempo pela frente! Para quem conseguir resistir, é claro...
Oscar Daudt |