 Grandes vinhos!
Conseguir se inscrever em um dos grupos de degustação da ABS não é uma coisa muito fácil. Muito embora a quantidade de grupos venha aumentando bastante, a demanda por vagas cresce ainda mais. Conclusão óbvia: muita gente fica de fora.
No início do ano passado, após muita insistência, eu finalmente consegui uma vaga em um grupo, às quintas-feiras, orientado por Roberto Rodrigues. A coisa realmente é muito legal, a gente aprende bastante e degusta vinhos maravilhosos, que eu nunca sonharia em comprar. E meu grupo era bem animado, integrado, festeiro e a cada reunião um dos participantes era escalado para levar alguma coisa para comer e um vinho extra, para a gente comemorar após a aula. Infelizmente, as atividades do EnoEventos já estavam bombando e eu perdi muitas reuniões - mais da metade - por estar cobrindo algum evento. Finalmente, achei que não estava valendo a pena, pagando para não aproveitar e decidi cancelar minha participação. Coisa que eu ainda sinto muito!
Portanto, fiquei loco de contente quando fui convidado pelo grupo 34 da ABS, que tem o nome de bloco carnavalesco Confraria Vai Dar Certo, para participar da reunião quinzenal. E o melhor de tudo: 0-800! Foi muito legal, pois eram 3 grandes vinhos (mais um espumante de boas vindas).
Começamos a noite com o californiano Trefethen Cabernet Sauvignon Reserve 1999, cuja cor vermelho-rubi, intensa e muito escura, não revelava nenhum sinal de evolução, apesar de seus quase 10 anos! A turma viajou nos aromas: a cada cafungada, as opiniões eram distintas: violeta, ameixa, passa, tabaco, canela, cravo, alcaçuz, couro, café e até uma impensável romã! Vinhaço, que ganhou pontuação média do grupo de 88,2, mas é só pra quem pode, pois custa 169 dólares!
O segundo vinho foi o riojano Luis Cañas Hiru 3 Racimos 2003, com 85% de Tempranillo e o resto de Graciano, Mazuelo e Garnacha. Os aromas eram de rosa, figo fresco, passas, musgo, amêndoa torrada e café, e na boca era muito intenso e muito persistente. Infelizmente, a média do grupo foi de apenas 89,4, mas eu o achei merecedor de muito mais. Bem, se eu achei que o primeiro vinho era caro, quase caí da cadeira quando vi o preço deste: impensáveis 678 reais. Mas prá quem está com bala na agulha, vale a compra!
Para minha surpresa, o terceiro vinho da noite era um Champagne. Eu fiquei pensando como poderia beber um delicado Zoémie De Sousa Brut Precieuse Grand Cru, após as duas explosões aromáticas e gustativas anteriores. O orientador simplesmente me disse para limpar a boca com pão e água e tocar o barco, já que é assim que se bebe na Champagne! Sei lá, ainda achei estranho... Com bela e persistente perlage e aromas de casca de pão, lima e amêndoas, não despertou muito entusiasmo no grupo, que o pontuou com 82,7. Lá vou eu de novo: se tivesse sido bebido no início, acho que teria obtido uma pontuação mais favorável.
Bem, finalizo agradecendo o convite da Vai, Vai Dar Certo com grande euforia: Evoé, Momo! Ziriguidum!
Oscar Daudt |