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  • Espanha

  • À procura de um importador

    Sob os auspícios dos órgãos de fomento da exportação espanhóis, diversos produtores da Galícia compareceram à Casa de España, em pleno feriado nacional, para apresentar seus vinhos aos enófilos e importadores, desejosos que estão de participar do mercado brasileiro. É claro que o feriado atrapalhou e pouca gente apareceu por lá. E, pelas minhas contas, 90% dos presentes tinham raízes galegas.

    Para mim, Galícia significa vinhos brancos e mais específicamente Albariños, casta que a partir de 1990 colocou os brancos espanhóis no mapa vinícola mundial. Cheia de caráter, essa casta é bastante aromática, trazendo à tona aromas cítricos, de mel, de pêssegos e, particularmente, kiwi, uma de suas marcas registradas.

    E, na verdade, os vinhos brancos dominavam os estandes, muito embora houvessem alguns tintos elaborados com a casta Mencía. Eu decidi me concentrar nos brancos e deixei os Mencías de lado.

    Encontrei dois vinhos elaborados com a casta Godello que, segundo um dos produtores, é uma variedade que está sendo redescoberta e incentivada, principalmente em Valdeorras. É uma uva de qualidade e também bastante aromática.

    Decidi organizar uma mini-degustação horizontal com essa casta para melhor compreender suas características, e parecia um alcoólatra empedernido, andando pelo salão com duas taças. Mas qual o quê! Os dois exemplares provados, o Ruchel Godello 2008 Vendimia Seleccionada e o Arume Godello 2008 eram diametralmente opostos, apesar de ambos serem 100% Godello e da mesma safra. Nada a ver um com o outro: o primeiro era uma explosão de aromas frutados, com uma boca que indicava algum teor mais elevado de açúcar residual, com boa intensidade e sem muita acidez; o segundo apresentava toques minerais, com uma boca mais elegante e com boa acidez. Conclusão: fiquei sem saber como a Godello realmente é. Ou melhor, posso concluir que é uma casta multi-facetada!

    Mas é claro que o que eu mais bebi foram os Albariños. Infelizmente alguns expositores ofereciam apenas a linha básica de seus vinhos. É um comportamento meio incompreensível quando se está buscando exatamente conquistar enófilos e importadores. Uma das exceções era a Adega Eidos, que apresentava seus 3 vinhos 100% Albariño:

  • desde o Eidos de Padriñán Albariño 2007, mais básico, fácil e leve;
  • continuando com o Veigas de Padriñán Albariño 2007, elaborado a partir de vinhedos de mais de 40 anos, mais intenso, com aromas de pêssego e mel e bela persistência;
  • culminando com o ContraAParede Albariño 2004, um vinho de mais personalidade, que repousa 3 anos e 8 meses em tonéis de aço, antes de ser lançado no mercado. Elaborado de plantas com 70 anos de vida, é um vinho com marcantes toques minerais, bem seco, cremoso, intenso e interminável. De todos os vinhos da mostra, é aquele que eu levaria para uma ilha deserta!

    Outros dois vinhos que merecem uma menção especial foram o Pontellón Albariño 2007, com aromas de frutas tropicais, gostosa acidez e média intensidade, e o Castrocelta Albariño 2008, com intensos aromas frutados e um delicioso retrogosto floral.

    Oscar Daudt
  • Os vinhos
    Adega Castrocelta (Rias Baixas) Adegas Valtea (Rias Baixas)
    Castrocelta Albariño 2008 Miguel Acha, diretor da vinícola, com Cesar Galvão, colunista do EnoEventos Valtea Albariño 2008 Irina Martinkevitch, gerente de exportações
    Adega Eidos (Rias Baixas)
    Eidos de Padriñán Albariño 2007 Veigas de Padriñán Albariño 2007 ContraAParede Albariño 2004 Francisco Santiso, diretor comercial
    Cooperativa Sta. Maria de los Remedios (Valdeorras) Vitivinícola del Ribeiro (Ribeiro)
    Arume Godello 2008 (apesar do rótulo) Medulio Mencia 2007 Colección Costeira Treixadura do Ribeiro 2008 Viña Costeira 2008
    Bodegas Ruchel (Valdeorras)
    Ruchel Godello 2008 Vendimia Seleccionada Ruchel Mencía 2007 Azoreira Mencía NV(?) Inmaculada López, diretora comercial
    Viña Almirante (Rias Baixas) Coto de Gomariz (Ribeiro)
    Pionero Mundi Albariño 2008 Pionero Maccerato Albariño 2008 Coto de Gomariz 2008 VX Cuvée Caco
    Adegas Tollodouro (Rias Baixas)
    Pontellón Albariño 2007 Tollodouro Rosal José María Campos, diretor geral
    O buffet
    Queijo provolone Mortadela Tomate seco
    Pimiento de Pequillo Tortilla de papas Caponata
    Os participantes
    O importador Jesus Ruiz, da Cava de Vinhos Adriano e Sergio Ferraz, da Importadora Grenache A galega Beth Fidalgo, como pinto no lixo
    Só galegos: Antonio Landeira, José Camaño, Luiz Martinez e José Carlos Ramón Masquera (Vitivinícola del Ribeiro), Emma Bouzón (Export Support Group, de Vigo), Julio (Bar de Copas Garoa, de Santiago de Compostela) e Luiz Romero (Real Astória) Daniel, Yane e o galego Soeiro, fotógrafo oficial da Casa de España
    Comentários
    Luiz Martinez
    Rio de Janeiro
    RJ
    22/04/2009 Foi uma oportunidade ùnica de poder apreciar os vinhos da Galìcia em nossas terras.

    Aos produtores galegos minha força para que consigam entrar no Paìs.
    Jesus Ruiz
    Importador
    Itaipava
    RJ
    23/04/2009 Seu Oscar, só um esclarecimento sobre a falta de publico. O evento era fechado para Galegos, só voce meu convidado e outros dois "penetras", que eu vi, (e eu) não éramos GALLEGOS. Todos eram donos de Hoteles, restaurantes, lojas.

    E deberiam ser 50 convidados por mim, a promotora convidou importadoras como Grenache (que fue) RELOCO e outras (que não apareceram).

    Você viu se tinha 50? Eu contei 62 antes de ir embora.
    EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]