 Almoço a jato
Lembram que o coelhinho disse prá coelhinha: Vai ser bom, não foi? Nada melhor para descrever o almoço que a Adega Alentejana ofereceu aos enófilos cariocas para apresentar os vinhos da Quinta da Alorna (foto ao lado) durante a breve escala de seu enólogo Nuno Cancela de Abreu no Rio de Janeiro. O convite já anunciava: chegue no horário para não perder a sobremesa!
Essa pressa toda começou quando o Ribatejo, uma região portuguesa que não gozava de um fácil reconhecimento internacional decidiu se rebatizar, em uma decisão contestada por alguns participantes da DOC. Mas mesmo com a choradeira, a decisão foi recentemente aprovada pelo governo português e agora é oficial: o Ribatejo chama-se Tejo, um nome mais fácil de ser compreendido pelo mercado mundial.
No esforço de dar divulgação a essa nova denominação, Nuno veio ao Brasil para incontáveis compromissos, mas fez questão de dedicar sua hora e meia livres para apresentar seus vinhos harmonizados com as especialidades portuguesas do Restaurante Oliveira.
O primeiro vinho foi o Quinta da Alorna Branco 2008, um corte de Arinto e Fernão Pires, onde a primeira aporta aromas de frutas verdes e a segunda de frutas amarelas. O resultado é um vinho extremamente aromático, refrescante e ideal para ser consumido como aperitivo em um dia de calor.
O segundo branco, servido enquanto Nuno já fazia suas malas, era o Quinta da Alorna Reserva Branco 2008, um igualitário corte de Arinto com um Chardonnay levemente barricado, oferecendo um vinho gastronômico, elegante e cremoso. Fantástico!
Na hora das despedidas e dos votos de uma boa viagem, chegou o Filé de Cordeiro acompanhado pelo Quinta da Alorna Tinto 2007, um corte de várias castas autóctones com uma participação especial de Syrah, um vinho agradável, jovem, macio e fresco, com discreta e equilibrada madeira.
Já com um pé no táxi que o levaria ao aeroporto, o enólogo nos apresentou o Quinta da Alorna Reserva Tinto 2007, que nos trouxe grande encantamento com seus aromas de frutas negras, flores e deliciosa baunilha, e sua boca aveludada, intensa e de elegância manuelina. Excelente companhia para o delicioso Arroz de Pato!
Quando Nuno corria para as escadas do avião, os convidados desabalados corriam atrás, com seus pratos de Rocambole de Laranja para ganhar uma taça do Quinta da Alorna Colheita Tardia Branco 2004, elaborado com 100% de Fernão Pires, em que se usam 6kg de uva para obter apenas 1 litro de vinho! O maná resultante é uma dourada e equilibrada poção que teria feito o Marquês do Pombal demarcar primeiro a região do Tejo! Com aromas de amêndoas e frutas tropicais, é fresco e deliciosamente persistente!
O cafezinho foi servido em Lisboa.
Oscar Daudt |