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 Muito embora as 3 edições anteriores de Uma Noite na Adega tenham sido inesquecíveis, desta feita, como o tema do jantar era a França, no Ano da França, com vinhos franceses e apresentação da francesa Jeanne Marioton, o chef francês Christophe Lidy estava feito pinto no lixo e deixou sua criatividade correr solta na elaboração do cardápio harmonizado. Bem-aventurados os que lá estiveram! Tanto os pratos quanto os vinhos nos transportaram por uma Volta à França nem um pouco ciclística. Era só relaxar. A importadora da vez era a desconhecida e recôndita Nova Fazendinha, comandada por um francês, François Spotiello, cujo lema é: "Para sermos felizes, vivamos escondidos." Eu estava esperando encontrar um ermitão sorumbático, mas que nada, o importador é uma figura falante e divertida que comandou a alegria da noite. A Nova Fazendinha, na recente análise de importadoras do EnoEventos, ficou posicionada em um invejável 4° lugar dentre as 17 estudadas e é especializada em vinhos franceses de fino trato e com bons preços. Tem também, não se sabe por quê, alguns Proseccos italianos, mas deve ser apenas um acidente de percurso, uma queda de bicicleta... Vinhos e pratos O couvert foi acompanhado por um Crémant de Bourgogne Bailly-Lapierre Brut Rosé, fresco, com deliciosos aromas de morango e cereja e uma cor apaixonante. Se você quiser conquistar alguém, esse é o veículo certo! As Ostras em geléia de água do mar foram escortadas pelo Muscadet de Sèvre et Maine Domaine de la Grange Sur Lie 2007, uma clássica harmonização da ponta ocidental do Loire. Enquanto as ostras eram deliciosas e irrepreensíveis, o vinho ficou me devendo em frescor e mineralidade. E o Muscadet ainda teve muito que pedalar para continuar encarando o Salmão com sorbet de tomate, muitíssimo bem servido e que apesar disso, se pudesse, eu ainda devoraria uma repetição. Delicado, fazia um contraponto inebriante com o sorbet gelado e os crocantes pepinos em conserva. A noite estava ganha. Pelo menos na parte da gastronomia.
Em relação aos vinhos, o melhor ainda estava por vir e compensar, com folga, a decepção com o Muscadet. A Sela de cordeiro era uma prato cinematográfico e que despertou um zum-zum-zum de prazer entre os convivas. E veio de braços dados com um excepcional Côtes de Rhône Villages La Granacha Vielles Vignes 2006, corpulento, macio, com muita fruta. Um vinho para deixar o Robert Parker de quatro! Eu babei... O glorioso Pato à Rouennaise veio com o bordalês Château de Carles Fronsac 2005, escuro, aveludado, com muita estrutura e grandes doses de prazer engarrafadas com seus 18 meses de carvalho e seu corte de Merlot e Cabernet Franc. Mestre Schiffini que anda a procura de um Bordeaux bom e barato, pode parar de procurar, pois a Nova Fazendinha o está vendendo a 89 reais. Fora do programa, e ainda acompanhando o pato, François deslumbrou os convidados com uma garrafa magnum do Château Pesquié Quintessence Ventoux 2005, outra maravilha da noite, com 93 pontos do Parker, com muita elegância, frescor, suculência e deliciosidade(?)... Eu já falei várias vezes que sobremesa não é minha praia. Nem vinhos doces. Aliás, muito menos os meio-doces que não me dizem a que vieram. Portanto, prefiro nem comentar a Tarte fine aux pommes, nem seu acompanhante, o Muehlforst Hunawihr Gewürztraminer 2003. Eu os trocaria, sem pestanejar, por mais um prato de salmão... Próxima edição do jantar Quem quiser participar do próximo jantar, olho vivo! O evento já está marcado para o próximo dia 4 de agosto, terá como tema os vinhos do Douro e contará com uma apresentação do proprietário da Real Companhia Velha, Pedro Silva Reis. Imperdível! Confiram a Agenda do EnoEventos os pratos e os vinhos que serão servidos. Oscar Daudt |
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"O excepcional cordeiro foi o prato da noite, mas o troféu de melhor harmonização vai para o pato e sua perfeita companhia, o Château de Carles Fronsac 2005!"
Mauro Raja Gabaglia