 Cava na veia
Por mais de 125 anos, a Gramona, vinícola familiar espanhola, localizada na região de Penedés vem produzindo Cavas, o espumante espanhol, com a preocupação da qualidade e não do volume. Com uma carteira de 29 rótulos, surpreendentemente, nenhum deles é tinto. Apenas Cavas, vinhos brancos e vinhos de sobremesa. A adega deles deve ser o lugar ideal para se passar o verão!
E como que para anunciar a chegada da estação mais típica carioca, a Casa Flora convidou para um almoço de lançamento desses espumantes aqui no Brasil. E o que melhor para harmonizar com cavas do que os deliciosos frutos do mar do Satyricon, de Ipanema? Com a presença de Ana López Lidon, gerente de exportação da vinícola, passamos algumas horas comendo e bebendo do bom e do melhor. Que almoção!
Da extensa linha de Cavas - são 9 rótulos - tivemos a oportunidade de degustar os 3 espumantes que a Casa Flora começa agora a importar, o que já foi suficiente para dar uma boa idéia do quadro geral da esmerada produção que a Gramona nos oferece. Todos eles são elaborados pelo método tradicional, a remouage é feita manualmente e o degorgement também é igualmente manual. O licor de expedição utilizado é na verdade um vinho armazenado em um sistema de soleras com mais de 100 anos. E para coroar esse processo de qualidade, os vinhos são longamente envelhecidos em garrafas. O mais simples dos 3 que provamos descansa por 18 meses, o segundo por 48 meses e o top repousa por pacientes 60 meses.
Não poderia dar outra: os vinhos são excepcionais. Iniciamos com o Gramona Allegro, um corte de Chardonnay, Macabeo e Xarel-lo, que apesar de seus 18 meses, era fresco, com frutas brancas e flores no nariz e uma boca leve, com bela acidez e muita elegância.
O segundo Cava foi o Gramona Imperial Brut Gran Reserva 2005, corte de 50% Xarel-lo, 40% Macabeo e 10% Chardonnay, com impressionantes aromas de pão integral, tostados e frutas secas e uma boca cremosa e intensa. Um verdadeiro olé!
E, finalmente, toureando o Cherne Belle Meunière, chegou o suntuoso Gramona III Lustros Brut Nature Gran Reserva 2003, cortado de 70% Xarel-lo e 30% Macabeo, que recendia a caramelo, nozes e gengibre, com uma boca crocante, saborosa e dramática feito uma tarde de toros nas arenas espanholas.
Oscar Daudt |