 Carnaval de jornalistas
Imprensa que eu gamo é um bloco carioca formado por jornalistas, que desfila aqui no bairro das Laranjeiras, 15 dias antes do carnaval. Em 2009, reuniu 4.000 pessoas. Pois, vejam só, o jantar de ontem, no Hotel Fasano, em Ipanema, mais parecia uma concentração desse bloco. Fora eu, só tinha jornalistas!
Como com jornalistas não se pode brincar, a Viu Manent, prestigiada vinícola do Valle de Colchagua, feito macaco velho, não deixou barato e deu um show de vinhos. Mostrando toda a sua força, a vinícola, representada por seu proprietário José Miguel Viu Bottini, conseguiu reunir uma constelação de destacados profissionais dos mais importantes órgãos de comunicação escrita, falada e virtual.
O jantar tinha como mote comemorar os 10 anos de parceria com a Importadora Hannover, de Niels Bosner, que vem dando excelentes resultados, visto que seus vinhos tem uma distribuição invejável, país afora, e são largamente conhecidos e cobiçados pelos mais exigentes consumidores. Dentre eles, modestamente me incluo, já que sou fã de carteirinha de toda a linha, desde os Reserva, passando pelos Secreto e pelos Single Vineyard e finalizando com o ícone Viu 1. Esse último, é claro, precisa de bastante bala na agulha para encarar mas, numa oportunidade como a desse jantar, deu para lavar o fígado com ele!
Porém, conforme adiantei, foi um verdadeiro espetáculo enogastronômico, e havia muita, mas muita vida além do Viu 1. Eu, por exemplo, bebi e abusei do Viu Manent Reserva Chardonnay 2008, um vinho prá lá de elegante, em contraste com os seus congêneres sul-americanos super-barricados. Uma delícia, com seus aromas florais, frutados, com toques minerais e de canela e suave cremosidade. Acompanhando o Antipasto al Mare, então, arrebentou!
Outro rótulo que se destacou nas minhas papilas foi o Viu Manent Single Vineyard El Olivar Alto Syrah 2007, demorado, carnudo, complexo, aveludado, que ficou se insinuando para o Ravioli de Salsicha de Agnello, prometendo casa, comida e roupa lavada... E ganhou a parada!
Agora, como gran finale, a Costeleta de Cordeiro com crosta de frutas secas - sempre um ponto alto no Fasano - desafiou o Viu 1 2006, mas este nem piscou. Com sua tremenda intensidade, suculência e visto de permanência na boca, encarava até o cordeiro vivo! E, claro, com o sommelier enchendo a taça sem parar, a gente tinha de manter o espírito alerta para conseguir se equilibrar na cadeira. Mas eu não quis nem saber, liguei o dane-se e deixei a vida me levar! Sabe-se lá quando eu terei outra oportunidade de beber esse vinho sem contar as gotas!
Oscar Daudt |