Richard Woodard
17/02/2010


Os tradicionais países produtores de vinho, como a França, devem desenvolver seu mercado doméstico e também buscar o aumento das exportações, de acordo com um relatório recentemente divulgado. Enquanto isso, os países do Novo Novo Mundo - liderados por Brasil, Índia e China - irão se tornar concorrentes ao mesmo tempo que futuros mercados.

O alerta provém de uma equipe de conselheiros em comércio exterior - o Comité National des Conseillers du Commerce Extérieur de la France (CNCCEF) - que afirma que os países hoje vistos como mercado potencial, ao desenvolver sua indústria vitivinícola, representarão não apenas oportunidades, mas também ameaças. O relatório - Wine in the world as we approach 2050 (O vinho no mundo ao nos aproximarmos de 2050) – destaca diversos pontos-chave que a indústria do vinho deverá equacionar nos próximos 40 anos, incluindo, demanda de mercado, tendências de consumo, mudanças climáticas e produção de vinhos.

Enquanto o futuro do vinho francês está focado nas exportações, o estudo aconselha que uma nova estratégia será necessária para o mercado doméstico, destinada a estancar o persistente declínio de consumo.

Por outro lado, a análise mostra que o epicentro da demanda global está mudando para três regiões principais: China, Índia e sudeste asiático; Américas do Norte e do Sul; Mediterrâneo, Europa setentrional e Russia. Mas a nova geração de consumidores de vinho é "essenciamente ocasional e não muito fiel", ao contrário dos padrões de consumo tradicionais que existem há muitos séculos.

Em termos de produção, o relatório divide o mundo em três: a Europa; o Novo Mundo das Américas, Austrália e África do Sul; e o Novo Novo Mundo, isto é, Brasil, China, Índia, mais o norte da África e o leste europeu. O último grupo é "o novo Eldorado do mundo do vinho", com Brasil, China e Índia destinados a assumir a posição de líderes do comércio global.

Finalmente, o estudo prevê a consolidação da indústria do vinho, de forma semelhante ao ocorrido com a cerveja e os destilados. Isso irá ocasionar o nascimento de uma nova geração de empresas que irão vender "vinhos de mercado", destinados ao consumidor local, mas elaborados com uvas e vinhos a granel produzidos em qualquer lugar.
 
Comentários
João Montarroyos
Mestre equitador
Secretário - Petrópolis
RJ
22/02/2010 Aproveitando essa excelente matéria, gostaria que me salvassem de uma dúvida: é verdade que americanos, chilenos e franceses estão comprando a produção de uvas do nordeste brasileiro? Alguém me falou isso ou eu li em alguma revista.
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]