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Comentários |
Marcelo Carneiro Advogado, escritor e enófilo Resende RJ |
11/04/2010 |
Absolutamente ridículo. Absolutamente patético. Chega a ser "non sense". Lamentável que tenha esse potencial (intencional ou não) de subverter o interesse infantil.
A melhor forma de protestar seria a não importação, mas não creio que isso venha a ocorrer. |
Ana Luisa Salazar Funcionária pública e enófila Rio de Janeiro RJ |
11/04/2010 |
Creio que o público-alvo deste vinho é o feminino, na faixa etária entre 30 e 40 anos. Cabe lembrar que a Hello Kitty, como explicado pelo EnoEventos, foi criada em 1974 e, portanto, foi ícone (juntamente com o Snoopy, por exemplo) de toda uma adolescência que hoje se encontra na faixa etária mencionada (entre 30 e 40 anos).
Tenho a impressão de que se trata, pela primeira vez, de linha de vinhos dirigida direta e especificamente ao público feminino. Como particularmente sou fã da gatinha, aguardo ansiosamente que este lançamento chegue ao Brasil. |
Juan Jose Verdesio ABS Brasília Brasília DF |
11/04/2010 |
O alvo deve ser mulheres dessa faixa de idade e também a comunidade gay com certeza. É infantil demais, mas o infantilismo está muito enraizado na cultura norteamericana dos EUA, excluindo os canadenses e os mexicanos que também são norteamericanos.
Tem uma grande parte da população que tem pensamento infantilizado. É um paradoxo, por exemplo, que seja um dos países que mais venera a ciéncia e a tecnologia. E ao mesmo tempo a grande maioria não acredita na Evolução darwiniana. Sociólogos e antropólogos que me expliquem. |
Fernando Melo Chef Arraial do Cabo RJ |
11/04/2010 |
Caros amigos,
Antes de fazermos qualquer julgamento, vamos sair do nosso mundinho e entender o mundo de uma forma mais ampla.
1- A Hello Kitty é uma febre em vários países do mundo e tem sua figura estampada em milhares de produtos, infantis ou adultos.
2- O mercado de "brinquedos" voltados para adultos cresce a cada dia. Adultos, entre 30 e 40 anos, chamados de "kidults", com vidas profissionais estáveis e dinheiro no bolso para gastar relembrando da sua infância, fazem crescer o mercado de brinquedos antigos. Com isso, muitas empresas tem relançado brinquedos antigos para atender este mercado consumidor. Além disso, cresce a procura por brinquedos antigos, tidos como verdadeiras antiguidades.
3- Apesar de sermos amantes da bebida e valorizarmos a visão poética que envolve o universo do vinho, sabemos que o vinho é um produto de mercado como outro qualquer. Os produtores, antes de tudo, buscam lucro e rentabilidade nos seus negócios.
Segundo Sharon Judith Cohen, proprietária de duas lojas Sanrio, que licencia a marca Hello Kitty, metade de seus clientes são adultos. Há uma linha de roupas e outra de bolsas para mulheres que já deixaram a adolescência há algum tempo. "Bolsa é o que mais sai. Tem cliente que leva também carteira, porta-celular e necessaire, montando um kit", revela, ela própria fã da marca. Sem contar maridos e namorados que buscam presentes do gênero.
Com tudo isso, temos certeza que estes vinhos da Hello Kitty não buscam aliciar crianças ao consumo de vinho ou qualquer outra bebida alcoólica.
Se gostamos ou não... se compraríamos ou não, é outra história. Absurdo e ridículo é fazermos julgamentos sem conhecimento e "pré-conceituosos" ou tentarmos impor nossas opiniões sem respeitar o gosto, mesmo que duvidoso, dos outros.
Fernando,
Durante os 10 anos em que as entidades da sociedade civil americanas lutaram contra a publicidade de cigarros utilizando o Joe Camel como mascote, a R. J. Reynolds argumentou que sua campanha não era voltada para as crianças, mas sim para os adultos. O problema era convencer as crianças disso. Um estudo da American Medical Association, publicado em 1991, mostrou que as crianças de 5 e 6 anos reconheciam o simpático camelo bem mais do que a Mickey Mouse.
No caso dos vinhos Hello Kitty, pode-se até conceder o benefício da dúvida aos comerciantes, de que não busquem aliciar as crianças. Novamente, o problema será convencer às petizas de que aqueles rótulos tão apelativos ao público infantil não devem atraí-las.
Oscar |
Tatiana Correa Enófila Rio de Janeiro RJ |
11/04/2010 |
Ai, que fofo. Adoraria fazer parte de uma degustação...rsrs
Porém, talvez o apelo seja inconveniente por se tratar de persongaem que tem como alvo não só adultos, mas também o público infantil. |
Roseny Julio Lojista e enófila Bento Gonçalves RS |
11/04/2010 |
Concordo com o seu posicionamento, Fernando, até porque tive uma experiência recente, de uma determinada empresa no segmento de lingerie, que ao lançar uma coleção voltada para a faixa teen do personagem do Garfield, seus maiores consumidores foram pessoas da faixa etária dos 30 anos prá cima, que viveram na época o auge desse personagem. |
Roberto Rodrigues ABS Rio de Janeiro RJ |
12/04/2010 |
Oscar,
Creio que o ponto de vista básico está errado, senão vejamos:
o vinho nos USA é considerado um alimento (assim como no velho mundo), tanto que pode ser vendido em supermercado enquanto que as bebidas alcoólicas não o podem;na Europa é comum que os pais preparem um "refresco" (com um pouco de vinho, um pouco de água e uma colherinha de açúcar) que as crianças bebem às refeições a partir dos 4-5 anos; com isso aprendem a beber de forma correta o vinho - em tempo, bebida muito mais saudável do que a Coca-Cola ou outro refrigerante;nos USA isto está ocorrendo também, o que denota a maturidade do consumo de vinho (do que estamos muito distantes no Brasil).
Porque não ter uma linha com o apelo para as mães de 30-40 anos ensinarem a suas filhas a beber vinho?
Gostei muito da notícia. O enfoque de críticas é que está equivocado.
Grande abraço, RR |
Tatiana Correa Enófila Rio de Janeiro RJ |
12/04/2010 |
Prezado RR,
Trata-se de uma questão um tanto complicada, tendo em vista o que dispõe a Lei das Contravenções Penais (DL nº 3.688/41) em seu art. 63, inciso I:
Art. 63. Servir bebidas alcoólicas:
I – a menor de dezoito anos; Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa.
OBS: Servir bebidas alcoólicas a crianças e adolescentes configura, em tese, a referida contravenção penal e não o crime previsto no art. 243, do Estatuto da Criança e do Adolescente, como pretendem alguns. Isto porque o art. 81 do ECA destaca as “bebidas alcoólicas” dos “produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização indevida”, criminalizando, em seu art. 243, somente este segundo grupo de substâncias |
Maria Amélia Duarte Flores Vinho e Arte Porto Alegre RS |
20/04/2010 |
Olá!
Eu tenho amigas que colecionam tudo que é de Hello Kitty até hoje... e gastam nisto.... inclusive estão me perguntando onde podem comprar este vinho (!!). Acho que tem um público alvo bem definido, que não é criança...
E "falem bem ou mal mas falem de mim", acho que esta polêmica acaba beneficiando mais ainda a marca... |
Marcelo Carneiro Advogado, escritor e enófilo Resende RJ |
21/04/2010 |
Tatiana
Continuo achando a idéia patética, embora como marketing seja bem feito. Mas, falamos de vinho.
Pela sua colocação jurídica, também deve ser do ramo (rssss). Nesse aspecto é que acho a proposta mais perniciosa, já que mesmo com leis, não temos o menor controle sobre a venda de bebidas, cigarro e tudo mais para jovens. Risco desnecessário, creio.
Como diria Nelson Rodrigues: "Bonitinho, mas ordinário". |
Flaviana Orge Pimenta Machado Administradora. E, principalmente, Salvador BA |
03/12/2012 |
Caro Oscar,
Ler seu comentário, lúcido e responsável, foi um alento para mim. Concordo com cada uma das suas palavras. Sou mãe de uma criança de 7 anos e bem sei das artimanhas, subliminares ou não, de que a indústria capitalista - a banda inescrupolosa, claro - se utiliza para multiplicar seus cifrões.
Não me convence nem de longe o argumento de que o vinho da Hello Kitty é dirigido a mulheres de 30 a 40 anos. Eu mesma sou fã da gatinha, como também gosto da Barbie, da Moranguinho, da Fofolete, etc., mas nem por isso esses personagens deixam de pertencer, genuinamente, ao universo infantil.
Então logo, logo, teremos cerveja com a imagem da Branca de Neve? Ou da Minnie? Quem sabe dos Smurfs? Queiram admitir ou não, os produtos associados a esses personagens são, sim, voltados ao público infantil e é assim que devem ser tratados. Embora nada impeça que eu ou qualquer outro adulto adquira um desses produtos (cadernos, chaveiros, bonecas, mochilas e lancheiras escolares,...).
Interessante notar que, muito adequadamente, a propaganda desses produtos é veiculada, no caso de TV por assinatura, nos canais infantis. Por que será? Portanto, mais cuidado e responsabilidade com nossas crianças. Talvez alguns de vocês não saibam, mas a internet está repleta de notícias de crianças de até 9 anos vítimas de coma alcóolico. Algumas, inclusive, foram a óbito. Que sociedade é essa que se recusa a respeitar limites tão óbvios? |
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