 França de norte a sul
Esta recente edição de Uma Noite na Adega, o jantar mensal realizado dentro da adega do restaurante do Leblon foi dedicada mais uma vez à França e, mais específicamente, à safra de 2005, considerada uma das grandes safras dos últimos tempos em quase todas as regiões daquele país.
A importadora convidada para apresentar seus vinhos foi o Club du Taste-vin, empresa que já foi uma das mais importantes do mercado, com lojas em São Paulo, no centro do Rio e na Barra. Atualmente, a importadora não tem mais lojas e se recolheu para um sítio na subida da serra fluminense, de onde seu proprietário, o francês François Dupuis, diz que atende a pessoas físicas e jurídicas. Só não entendi bem como, pois nem mais página na internet a importadora tem, ou melhor, tem, mas está em permanente reconstrução. Só há uma forma de comprar: enviar um e-mail ao François ([email protected]) e solicitar a tabela de preços. Mas vamos combinar que não é a maneira mais eficaz de se vender vinhos...
O couvert foi acompanhado por um Crémant d'Alsace René Muré Brut fresco e agradável.
E na sequência, recebemos um espetacular Tartare de atum e caranguejo com funcho glaceado - melhor prato da noite - que chegou à mesa com um Vouvray Champalou La Cuvée de Fondraux 2005. Os aromas do vinho prometiam, mas para meu horror, ele era demi-sec e quase partiu para as vias de fato com o prato. Como eu não queria confusão na minha boca, pedi uma taça do Crémant anterior e apaziguei os ânimos.
Em seguida, um prato regular, Coq-au-vin, acompanhado por um vinho que não me encheu os olhos e o paladar, um Morgon Côtes de Py Dominique Piron 2005. Bem, Beaujolais, mesmo sendo um Cru, não é muito a minha praia e minha avaliação sobre o vinho é no mínimo suspeita. Mas eu o teria trocado, sem pestanejar, por uma taça do vinho seguinte.
E qual era o vinho seguinte? Um explosivo e suculento Châteauneuf-du-Pape Clos Saint Michel 2005, cheio de especiarias, que veio escoltando uma Costela ao forno com legumes Niçoise. Carne preferida por 9 entre 10 gaúchos, foi um bom momento de deliciosa harmonização.
A sobremesa, um Crumble de morango com sorvete de gengibre, e seu vinho, um Monbazillac Chateau Grand Marsalet 2005, como de costume, nem toquei...
É claro que esta opinião deriva muito mais das idiossincrasias do meu gosto, mas já tive noites melhores na adega do Garcia.
Oscar Daudt |