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Gastronomia peruana... internacional |
Inaugurada há cerca de 3 meses, a cevicheria La Carioca já caiu no gosto de seus homônimos e tem estado de casa cheia desde então. Não que seja muito difícil lotar o restaurante que, bem pequeno, oferece apenas 42 lugares sentados, sendo muitos deles na calçada. Mas é um clima bem - como o nome diz - carioca!
O cardápio de comidas é razoavelmente extenso, com muitas alternativas de frutos do mar preparados de formas bastante criativas. E perdido no meio de tantas ondas - sabe-se lá porquê - encontra-se um solitário prato à base de filé mignon.
A seção de ceviches, com suas 14 apresentações, é particularmente interessante. Guilherme Ribeiro, sócio da casa, explicou-me que é como se fosse uma volta ao mundo pelos ceviches, com cada um deles transformando-se numa releitura do prato da forma como seriam feitos em diversas partes do planeta: há o oriental, o taitiano, o russo, o francês, o mexicano e por aí vai. É uma tentação e felizmente existe dentre eles um Mix de ceviches, com 4 porções de degustação para permitir conhecer uma maior variedade sem estourar o bolso... e o estômago! Dos quatro, o Tahiti foi campeão, temperado com gengibre, leite de coco e capim-limão.
Ainda na seção das entradas frias, os Tiraditos são algo como uma simbiose entre o carpaccio e o ceviche: finas fatias de peixe marinado - mas sem cebola. Experimentamos o Thai - deliciosamente temperado com óleo de gergelim e limão siciliano - e o Mediterráneo - no qual as fatias de atum eram assassinadas por um azeite trufado: uma mistura que não deu certo.
Recomendo com toda a segurança o Pulpo Andino, onde os tentáculos grelhados - e macios - eram acompanhados por uma quínua crocante numa combinação vitoriosa e com apresentação requintada. Outro excelente momento foi a Causa Colonial Peruana, em que camarões tempura são escortados por bolinhas de batata empanadas com farinha Panko, fazendo com que essas estalassem na boca. Show de bola!
Exotismo em forma de prato, o Tacu Tacu en Salsa de Camarones é uma tortilha de arroz e feijão manteiga festejada com um molho de camarões. Pode até parecer uma combinação esquisita, mas funcionou ao limite da gostosura!
A menor carta de vinhos do mundo |
Dizer que a carta de vinhos é enxuta seria superdimensioná-la. Ela mereceria é estar no Guinness como a menor do mundo. Inicia com 8 espumantes e... termina por aí mesmo. Não há absolutamente nenhum outro vinho.
Os espumantes são todos nacionais e os preços são de entusiasmar. As garrafas custam de 40 a 90 reais, e este mais caro é o Casa Valduga 130 Anos (que é vendido no comércio por cerca de 65-70 reais, revelando a aplicação de uma margem de lucro bastante discreta pelo restaurante). A pequena carta anuncia apenas um espumante em taça: o Hermann Bossa Nº 1 Brut, por risíveis R$8,50 e enchida até quase transbordar. Mas, na verdade, os garçons oferecem também o Hermann Bossa Nº 3 Rosé, pelo mesmo precinho camarada.
Guilherme me contou aquilo que até as pedras da rua Maria Angélica sabiam que iria acontecer: houve diversos clientes que pediram vinho branco para acompanhar o jantar. Rápido no gatilho ele me afirmou que, ainda esta semana, começará a oferecer, de início, dois rótulos brancos. Não é muita coisa, mas já é um começo. E ele me garantiu que os preços prometem ruborizar a concorrência.
Na carta de bebidas aparecem duas cervejas com o rótulo da casa, La Carioca, uma Pilsen e uma Weiss. Embora Guilherme tenha dito que elas têm muita saída, eu testemunhei apenas 1 única mesa bebendo cerveja. E é fácil de entender, eis que as louras geladas não têm muito a harmonizar com a gastronomia peruana. O que se vê em grande abundância é a Sangria de Espumante Rosé com frutas (R$50 reais a jarra), trazendo uma bela coloração às taças dos clientes.
Oscar Daudt
08/02/2012
Serviço:
La Carioca Cevicheria
Rua Maria Angélica, 113A
Jardim Botânico - Rio de Janeiro
Fone: (21)2226-8821
Horário - de domingo a quarta: das 18 às 24h
de quinta a sábado: das 18 à 01h |
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