
Num quadrilátero já bem servido de lojas e bares de vinhos - Cavist, Grand Cru, Lidador e Salitre - acaba de inaugurar uma nova opção: a Nebbiolo, localizada no Quartier Ipanema, na esquina da Maria Quitéria com a Visconde de Pirajá.
Trata-se de uma pequena loja de galeria, no segundo andar e sem vitrine externa. Como então concorrer com a vizinhança de bem melhor estrutura? A opção dos sócios, Ricardo Moraes e suas belas filhas Renata e Mariana, foi apostar no insólito. E realmente, em suas prateleiras, é difícil encontrar as obviedades. "Eu não quero ser mais do mesmo.", explica Ricardo, um enófilo de carteirinha que imprimiu seu gosto pessoal na escolha dos vinhos.
Dentre os cerca de 200 rótulos em exposição, nota-se uma nítida predominância do Velho Mundo, onde as melhores denominações italianas e francesas são figurinhas fáceis. Há ainda poucos rótulos de Portugal e alguns do Novo Mundo.
No entanto, duas ausências absolutas chamam a atenção: não há sequer um só vinho espanhol e, ainda mais surpreendente, pois apesar de Ipanema estar situada no Brasil, nenhumzinho rótulo nacional, nem ao menos um espumante! Quando eu reclamei dessa injustificável falta, Ricardo me disse que era apenas temporária e que em breve teríamos vinhos brasileiros por lá, explicando que a casa ainda está funcionando em abertura macia (ou, como se diz em português, soft opening).
Como o espaço é pequeno e não cabe nem uma mesinha lá dentro, a casa funciona a maior parte do dia apenas como loja. Porém, a partir das 17 e até às 20 horas, são colocadas várias mesas no corredor da galeria, e os clientes podem desfrutar de uma hora feliz (ou, novamente, como se diz em português, happy hour). Não há carta de vinhos, nem haverá, e os frequentadores podem escolher o que beber direto nas prateleiras (os preços estão colados nas garrafas), pagando o mesmo valor na mesa, acrescido de 10% de serviço.
Para acompanhar os vinhos, há dois tipos de petiscos: diversos tipos de peixes defumados (gravlax, surubim, albacora, uma surpreendente lula gigante...) e queijos importados e incomuns, como o austríaco Bergbaron, sem lactose e considerado o melhor para gratinar, e o queijo espanhol de ovelha em azeite El Pastor de la Polvorosa.
Como os vinhos são diferentes do usual, não pude me dedicar a meu esporte favorito, que é o de comparar preços com outras casas. Mas consegui coletar alguns preços que revelo aos leitores juntamente com as fotos abaixo. Aproveitem!
Oscar Daudt
08/03/2012 |