Hernán Gipponi |
De acordo com a opinião unânime de nosso grupo, o melhor restaurante que visitamos. Ambiente requintado, bela decoração, serviço atencioso e afinado e, principalmente, uma gastronomia de entusiasmar. E para tornar perfeito aquilo que já é excelente, o preço é de fazer corar qualquer restaurante carioca: o menu-degustação de 9 etapas custa 195 pesos (ou a bagatela de cerca de 86 reais)! Inacreditável!
Localizado no Fierro Hotel Boutique, em Palermo Hollywood, o restaurante é comandado pelo chef de mesmo nome, cuja experiência inclui dois restaurantes duplamente estrelados na Espanha: o Guggenheim Bilbao e o El Poblet in Denia, em Valencia. Com a chave da adega, o jovem sommelier Martin Bruno oferece um serviço atencioso e preciso.
A carta de vinhos é excelente, variada, com preços praticamente iguais aos das lojas. Foi lá que bebemos o melhor vinho branco de toda a viagem: um elegantíssimo Escorihuela Gascón Chardonnay Pequeñas Producciones 2010. Em um país dominado pelos vinhos tintos, onde é difícil se encontrar bons exemplares brancos, esse rótulo foi um oásis!
Recomendo, de olhos fechados e sem pestanejar, para qualquer um que vá a Buenos Aires, fazer uma visita a esse inesquecível restaurante e aproveitar uma das melhores experiências gastronômicas daquela cidade.
Fierro Hotel Soler, 5862 Palermo Hollywood |
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Buñuelo de acelga - crema de nuez-moscada |
Moluscada - crema de queso Sbrinz - velo de albahaca - piñones |
Mollejas - puré de papa & nabo - caldo de lemongrass - hinojo |
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Pesca del dia con caviar andino - nube de calamar - txipirones - espárragos - alioli de perejil |
Arroz meloso de langostinos de Madryn - tomates secos - hongos silvestres - verdeo |
Lechoncito de campo (12kg) - crema de papa y azafrán - zapallito de tronco - berros - chimichurri de pistachos |
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Sorbet de pomelo - gallos - gellé de bitter - sablée breton |
Granita de lulo - yogurt espumoso - litchis - pipas de calabaza garropiñadas |
Ricotta - helado de frutilla - menta - pimienta de Jamaica - pan de especías - aceite de oliva |
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Escorihuela Gascón Chardonnay Pequeñas Producciones 2010 |
Tomero Semillon Reserva 2007 |
Navarro Correas Alegoria Gran Reserva Malbec 2008 |
Tarquino |
 Um belíssimo restaurante, localizado na Recoleta, impressiona desde o átrio, todo em mármore branco, sem qualquer decoração que venha a comprometer a elegante leveza. O salão, com teto de vidro e interminável pé-direito, é todo enfeitado com lã de carneiro e com iluminação exageradamente aconchegante, em que quase nada pode se ver.
A cozinha do chef Dante Liporace é excelente, deliciosa e bonita, mas um tanto repetitiva em sua técnica: dos 7 pratos que compõem o menu-degustação, 4 tinham espuma e 3 vinham com esferas moleculares.
O menu é do tipo confiança, em que não se sabe o que será servido. Para quem quiser o menu harmonizado, tudo bem... Mas como optamos por pedir vinhos a parte, a confusão foi grande! Desconhecendo os pratos, partimos para a solução mais lógica: primeiro um branco, depois um tinto. Só que as coisas não se passaram conforme imaginado. As duas primeiras etapas, que acompanharam o branco, eram uma releitura de pizza (foto ao lado), com provolone e presunto, e uma polenta com carne e cogumelos, em uma completa desarmonização. Em seguida, já acompanhadas pelo vinho tinto, vieram um risoto de lagostins e um polvo crocante. Mais um grande desacerto. A partir daí, as coisas voltaram aos eixos, com um prato de entraña e outro de cabrito bem servidos com outro tinto.
No entanto, a empáfia do maître quase que estraga a nossa noite. E, sim, estragou a minha matéria, pois fui proibido de tirar fotos dos pratos.
O menu-degustação de 7 etapas custa 400 pesos (450 com harmonização).
Rodriguez Peña, 1967 Recoleta |
Tegui |

Mais um belo momento da viagem, o restaurante Tegui tem uma fachada que não entusiasma ninguém. Uma parede toda grafitada e uma porta de ferro, daquelas de depósitos, sem nenhum letreiro informando que ali é um restaurante. Deve-se tocar num interfone e avisar que se tem uma reserva. Estranho, muito estranho...
O menu degustação de 8 etapas custa 350 pesos, mas eu preferi a fórmula de 3 etapas (290 pesos) e pedi 2 entradas e 1 prato principal. Como eu havia lido na Internet que o chef Germán Martitegui não permite que seus pratos sejam fotografados, nem levei minha câmera. E assim fica difícil lembrar o que se passou por lá. Uma das entradas era de caranguejo, excepcional, e a outra eu não me "acuerdo". Como prato principal, foi um peito de frango decepcionante, sem cor e sem gosto, igualzinho aos que servem nos hospitais públicos. Mas meus companheiros escolheram, todos, um prato de lomo e ficaram bastante satisfeitos.
Costa Rica, 5.852 Palermo |
Sipan |
O Sipan é um restaurante de cozinha peruana de capital portenha, em dois endereços: um em Palermo, outro no Centro. Cansados de enfrentar problemas com os taxistas da cidade, optamos por visitar o último, bem mais perto de nosso hotel.
O restaurante é muito bonito, bem decorado e aconchegante quase ao ponto da escuridão total. Os pratos são deliciosos, criativos, bonitos e apimentados no ponto certo. Um espetáculo! O próprio cardápio aconselha a pedir uma entrada (ou tiradito) por pessoa e dividir um prato principal para dois. Foi o que fizemos e saímos bastante satisfeitos.
Recomendo as Conchitas gratinadas, um belo prato de vieiras em suas conchas, que vem - literalmente - pegando fogo, o que naquele breu oferece uma bela apresentação. Excelentes, também, os Rolls Rosita: têm cara de sushi, gosto de sushi, mas dizem que é peruano; elaborado com salmão defumado, abacate e queijo cremoso, enrolados em arroz e encimados com polvo gratinado.
Como prato principal, escolha o Picante de camarones, que chega em uma panela de ferro, muito bem servida, com bastante camarão em molho cremoso, batatas e ovos cozidos. Maravilhoso.
Mas - e, infelizmente, tem um mas - a carta de vinhos é decepcionante. Embora venha em iPad, as opções são bastante limitadas (cerca de 6 vinhos brancos e um pouco mais de tintos), todos eles muito simples e, o que é pior, com preços de vinhaços. Com certeza, a pior carta de vinhos que encontramos por lá.
Paraguai, 624 (esquina com Florida) Microcentro |
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Amuse-bouche |
Pulpo al olivo con salsa de aceitunas negras y palta |
Rol Rosita, con salmón ahumado, palta y queso, con trozos de polvo gratinados |
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Conchitas gratinadas con parmezan, marinadas con pisco y aji amarelo |
Empanada de lomo saltado criollo |
Picante de camarones, con salsa cremosa y patatas |
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Cordero com mandioca e batata-doce, feijão branco, na cerveja escura, petit pois e cenoura |
Sobremesa |
Sobremesa |
Oviedo |

Um daqueles restaurante clássicos de Buenos Aires, com toalhas brancas, móveis de madeira e decoração tradicional. A comida é caprichada e o serviço um tanto atrapalhado.
A especialidade é a gastronomia mediterrânea, onde abundam os frutos do mar. Excelente carta de vinhos e preços honestos. Um bom restaurante, mas eu não o colocaria entre os melhores de Buenos Aires.
Antonio Beruti, 2602 Barrio Norte |
Don Julio |
 Conforme o Bruno, as melhores carnes de Buenos Aires. É uma churrascaria simples, sem nenhum dos salamaleques encontrados nas casas do Rio de Janeiro.
Eu, como bom gaúcho, sou um apreciador de costela, carne que, quando bem preparada, é uma das mais saborosas que há. Por isso, minha escolha recaiu sobre um Asado de tira. Estava péssimo, gorduroso ao extremo, com uma cor sofrível e quase sem carne. Meus companheiros, no entanto, preferiram o comer um Bife de lomo (filé mignon) e ficaram satisfeitos.
As carnes vêm sem acompanhamentos, que devem ser pedidos separadamente. As opções são bem limitadas e tradicionais, como batata frita, arroz ou salada.
Guatemala, 4.699 Palermo |
El Sanjuanino |
 Esse foi o único restaurante a que fomos que não fazia parte da seleção de 11 restaurantes do Bruno, mas constou da relação desse mesmo jornalista de 3 anos atrás. Sua especialidade são as empanadas, consideradas as melhores de Buenos Aires. Como o grupo estava animado para conhecê-lo e eu sou um apreciador desse pastel tipicamente argentino, abrimos uma exceção em nossa diretriz de conferir apenas o time de futebol recentemente escalado.
Localizado na Recoleta, o bairro mais exclusivo de Buenos Aires, é um tradicional restaurante, simples, decorado com tudo o que se possa imaginar. Fomos atendidos por um garçom extra-simpático que falava em carioquês, chiando mais do que os moradores da Tijuca.
No entanto, as empanadas foram, para mim, uma grande decepção. Pedi uma de carne suave e outra de cebola com queijo. Ambas eram feias, com recheio ruim e com uma massa grossa e molengona. Já comi muitas outras, em lugares sem fama, que eram muito superiores.
Depois disso pedimos um meio frango assado, que vinha nadando em óleo e era simplesmente incomível. Não recomendo esse lugar para ninguém...
Posadas, 1515 Recoleta |
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