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Comentários |
Antonio Bellas Médico Rio de Janeiro RJ |
24/04/2012 |
Particularmente gosto do estilo e forma do vinho brasileiro (poderia chamar de terroir....), porém quando vemos as garrafas de nacionais de qualidade mediana por mais de 70 reais nas prateleiras, sabendo onde encontrar pelo mesmo preco exemplares excelentes de outras terras, fica a sensação de que com as salvaguardas nós vamos jogar os "santas" da vida para essa faixa de valor, e aqueles estrangeiros um pouco melhores vao dobrar de preco.
Sou um consumidor típico brasileiro (4 garrafas/mês) e tenho essa leitura da confusão formada. |
Osmir Avila Abrantes Engenheiro e Enófilo Cascavel PR |
24/04/2012 |
A menção que o amigo Julio Kunz faz das medidas que a França tomou para proteção de seu vinho, é que esse país só fabrica vinhos vitiviníferos. Portanto para que o brasileiro saiba apreciar um bom vinho, falta muita estrada.
Eu, que moro no sul do país, vejo o quanto de ignorância existe sobre a cultura de se beber vinhos de boa qualidade (aqui se fala de vinhos de colônia e de garrafão). Ainda creio que só com muito lobby em Brasília, muita propaganda sobre os benefícios do vinho para a saúde (que está colocada como bebida alcólica) e diminuição de impostos e melhoria da qualidade e de cultura da população não haveria necessidade dos salvaguardas.
Osmir |
Sergio Miceli Vendedor e Consultor Vinhos - Enófilo Rio de Janeiro RJ |
24/04/2012 |
Lamento, acaba-se de configurar uma tremenda hipocrisia dos produtores de finos tintos nacionais.
Vai a dica: por que vocês não se espelham nos renomados, distintos, referenciais e competentes produtores de espumantes do nosso país? Se o tinto fino não tem seu lugar merecido à nossa mesa, é porque nossos produtores ou seus Deuses Terroirs não chegaram ainda a um estágio avançado de estrutura política, administrativa e geológica. Em vez de reclamar, porque vocês não se espelham também nos produtores e políticas internacionais, assim nosso vinho será efetivamente um ALIMENTO, como é tratado lá fora. |
Irineo Dall'Agnol Enólogo e Vitivinicultor Bento Gonçalves RS |
24/04/2012 |
Júlio,
Faço do teu manifesto o meu sentimento de solidariedade ao vinho brasileiro. Mas vou mais adiante...
Também sou um pequeno produtor e sofro com as "árpias" que dominam e controlam o comércio de vinhos do Brasil. O vinho não pertence a uma Região ou a um País. O vinho é patrimônio do mundo, e ele se expressa diferentemente em cada território e isso é fantástico. Não cosigo imaginar visitar um lugar sem provar e sentir a gastronomia e a cultura local. Mas no Brasil parece ser diferente.
Tenho orgulho de plantar a videira, a sabedoria de entendê-la e a paciência de esperar para colher os frutos e assim elaborar o vinho. O prazer é infinito e procuro dividir com as pessoas do meu relacionamento. Como nós, muitos outros pequenos produtores estão sendo impedidos pela conjuntura atual de oferecerem aos brasileiros o melhor do vinho do Brasil. É uma pena!!!!
Abs Irineo Dall'Agnol Enólogo e Vitivinicultor |
Abilio Cardoso Enofilo e Dentista Brasília DF |
24/04/2012 |
Novo argumento interessante. O controle de mercado por poucos importadores e distribuidores. Acho que em breve vão dizer que eles também controlam e escolhem as garrafas de minha adega.
Bom, mas valeu a matéria. Dunamis, mais um produtor que não comprarei, apoia a medida retrógrada das salvaguardas. Em tempo, sou grande bebedor de vinhos nacionais, ontem mesmo degustamos um Estrelas do Brasil Rosé, espumante fenomenal de um produtor que corre atrás de qualidade e bom preço ao consumidor, não fica pedindo protecionismo!!! Mexam-se, tenham bons produtos com preços honestos que os consumidores os apoiarão.
Abraço |
Pedro Figueiredo Produtor Vinho do Dão - Portugal Silgueiros Portugal |
24/04/2012 |
Boa tarde a todo o forum,
Sou um pequeno produtor no denominado "Velho Mundo". Estou em uma Região Demarcada-Dão, que hoje tem 6% da quota de mercado interno. Que também tem de lutar contra os 40% da quota do Alentejo, com a minha pequena dimensão - produção de apenas 50.000 garrafas. Sem as economias de escala, que me possam levar a vender pelo preço.
Ora das duas... uma, ou baixo os braços e deixo ao abandono as vinhas que já vêm dos meus igrejos Avós, ou vou à luta, contra os grandes... que também de uvas fazem vinho, que tem dinheiro para comprar os "opinion makers" e para negociarem com as Grandes Superficies de forma a colocar de fora os pequenos.
Qual é a minha ARMA? A QUALIDADE. Trabalhamos a vinha e os vinhos com o cuidado estremo para que o que sai... sai MUITO BEM FEITO. Vou com as garrafas debaixo do braço, não só por Portugal... e também recebi muitos NÃOS (se o vinho fosse do Alentejo ou do Douro....) Exportar é outra maneira de lutar. Por isso quem acredita no seu Produto, se pensa que é muito bom, tem lugar no MUNDO. É dando a provar a muita gente (do MUNDO) que vemos se temos a Qualidade necessária.
Julgo que é hora de deixar de carpir as mágoas e irem à luta como todos os Produtores que acreditam na sua obra.
Um abraço a todos
Pedro Figueiredo |
Victor Bastos Enófilo São Paulo SP |
24/04/2012 |
O comentário do Sr Abilio Cardoso foi preciso. Era só o que faltava... culpar importadores e distribuidores, dando a entender que eles escolhem o vinho de minha adega. O boicote se faz necessário a todos os produtores nacionais, até mesmo aqueles que se escondem atrás das "entidades representativas do setor".
Os que forem contra as salvaguardas que se manifestem e que convençam o governo de que é um tiro no pé. Este é mais um produtor banido da minha adega. |
Carlos Reis Enófilo Rio de Janeiro RJ |
24/04/2012 |
Concordo com o Abílio. Mais um na lista dos vinhos que não tomarei...
O que gostaria de ver no Brasil é o que ocorre nos Estados Unidos: vinhos nacionais de qualidade em variadas faixas de preço e vinhos importados com preços idênticos ou inferiores aos de seus países de origem.
As salvaguardas são a medida mais antipática e infeliz que se poderia pensar, acertam em cheio o bolso do consumidor, e não adianta chamar isso de "mentira". Para piorar, ainda passam a impressão de querer impor os vinhos que devemos tomar. Os produtores nacionais seriam nossos "curadores", pois "brasileiro não sabe beber vinho" (será?).
E o IBRAVIN e cia me soam arrogantes e agressivos, bastando ver o seu manifesto ou ainda a seguinte notícia veiculada no Blog do Didu:
"A inabilidade da comunicação do IBRAVIN não tem fim. O deselegante e inábil assessor de imprensa (minúsculas) do Ibravin continua com sua impertinência provocativa. Ele postou o seguinte agora mesmo:
"Restam poucos "chatos da salvaguarda" em atividade. Cansou!" Vejam só este rapaz...
1º A Deselegância,
2º A Inabilidade e visão curta, pois se ele acha que o assuntou perdeu interesse que fique quieto e não assopre a brasa.
3º O que contribui um comentário desses?
4º Às vesperas da Expovinis.
5º Por que o Ibravin ainda insiste nessa pessoa?"
Não me parece que os consumidores pararam de "gritar", mas sim que já sabemos o que fazer: não beber vinho de quem defende as salvaguardas (e de quem não se manifesta expressamente contra). Ainda há tempo de desistir dessa maluquice e escutar o consumidor... Ou será que o mentor dessa bizarrice está com medo de perder seu emprego em virtude do enorme estrago que fez à imagem do vinho nacional e prefere insistir no erro?
Saudações a todos!
Carlos Reis, um mero consumidor |
Carlos Machado Past President ABW Teófilo Otoni MG |
24/04/2012 |
Júlio,
Me permita inicialmente falar com o Oscar: quero parabenizá-lo pela postura e conduta adotadas. Faz do ENOEVENTOS um canal correto, competente e aberto a todas as opiniões!
Júlio, belo trabalho! Excelente o seu texto e o conteúdo é de uma correção ímpar.
Não podemos desanimar nem um pouquinho, mesmo diante da agressão que o Vinho Brasileiro vem sofrendo por parte dos boicotadores (boicotar é a expressão fiel da natureza de quem o faz).
Eu tenho absoluta certeza de que, quase todos que sustentam o boicote ao Vinho Brasileiro, nem mesmo consomem o nosso produto - ou seja, chega a ser bizarro e seguramente é inexpressivo.
Contudo, o que nos entristece é perceber o quão longe vai a defesa pelos interesses dos importadores e de uma legião de egoístas, que descaradamente afirmam que seus fundamentos estão ligados às suas próprias finanças pessoais. O Brasil? O interesse nacional? A vitivinicultura brasileira? Os milhares de trabalhadores que vivem em torno da uva e do vinho? Pouco "importa" a quem boicota o Vinho Brasileiro.
Parabéns mais uma vez !!!
Abraços,
Carlos Machado
Past President ABW |
Roberto Cavalcanti de Albuquerque Consumidor Volta Redonda RJ |
24/04/2012 |
Senhor Júlio Kunz,
O enfoque que o Sr. dá à problemática do consumo de vinho brasileiro no mercado nacional é para mim, assim como foi para o Sr. Abílio Cardoso, uma novidade. Na sua ótica, as limitações impostas à distribuição e consumo do vinho brasileiro são determinadas pelo oligopólio dos importadores, distribuidores e - aleluia, finalmente um dos pequenos produtores brasileiros diz a verdade! - pelas grandes vinícolas nacionais. Qualidade e preço, no seu manifesto, não estão em questão.
Sr. Júlio, importador existe para importar, distribuir e vender o que importa para um mercado aberto e desejoso dos produtos que importa. Quando o mercado é fechado, ele é chamado de contrabandista e continua atendendo à demanda desse mercado. Não se preocupe tanto com os importadores; eles vão continuar a existir e lutar pelo seu espaço no mercado.
Preocupe-se, Sr. Júlio, com os distribuidores nacionais que não aceitam o seu produto para trabalhar; com as grandes vinícolas brasileiras que lhe sufocam e bloqueiam o seu acesso ao mercado doméstico; e, com o IBRAVIN e Cia. que usam vocês, pequenos produtores, como massa de manobra e nada fazem para ajudá-los a resolver os seus verdadeiros problemas (muito pelo contrário, jogam vocês nessa campanha odiosa de "salvaguarda", do interesse das grandes vinícolas que não mostram as caras como o Sr. teve a coragem de fazer, e que tanto prejudicam vocês os pequenos). O seu problema é o "fogo amigo" que lhes atiram pelas costas.
Se o Sr. não concordar com a minha opinião - sendo eu um simples consumidor - pelo menos leia com atenção e reflexão o comentário acima do seu colega de Portugal, Sr. Pedro Figueiredo. Ele tem problemas semelhantes aos seus, mas acredita mais no seu produto, se lamenta menos e trabalha mais.
Saudações. |
Leonardo César de Carvalho Ladeira Enófilo Brasília DF |
25/04/2012 |
Prezado Júlio,
Vejo em seu texto o célebre ranço do empresário brasileiro - esperar que o governo resolva problemas que o próprio empresário não consegue resolver.
Somado ao manifesto sofrível, carregado de erros estatísticos formais (que qualquer aluno de primeiro semestre de exatas saberia demonstrar) também publicado no site, seu texto só reforça minha posição contra tais medidas protecionistas. Isso é um retrocesso, já tentado em outros segmentos e com resultados desastrosos para a economia nacional. Vide, por exemplo, a "Reserva de mercado de informática". Mas tergiverso, o foco aqui é o seu texto, não a história brasileira recente. Se você, identificado com mestre em gestão e marketing, não conhece esses fatos, sugiro que busque se informar. Será esclarecedor, tenho certeza.
Você, como eu, é empresário. Sabe, com certeza, que é da natureza de nossa atividade buscar ampliar mercados e participação em carteiras de clientes. Faz parte do jogo. Isso se faz de modo concreto prestando bons serviços, oferecendo bons produtos e boas condições comerciais. Quando feito na base do "não há alternativas", tal "fidelização" se sustenta apenas enquanto o tal ausência de opção persiste. Na prática, é isso que estão propondo com tais salvaguardas. Limitação da oferta penalizando o consumidor. É o proverbial "vôo da galinha".
Continuando, comparar a situação da França do sec. 19 com a do Brasil atual é risível. Acredito em aprender com o passado e com as experiências de terceiros, sim, mas com um olhar crítico: não seria melhor usar, do exemplo dado, aquilo que funcionou e é usado até hoje por grande parte do mundo (legislação de rotulagem, por exemplo) e não se ater aos pontos que foram descartados?
Finalizando, valorizar o que é brasileiro só e somente só por ser brasileiro também já foi tentado no nosso passado recente... em 1964 e cercanias. Não funcionou. Sugiro, realmente, focar no ponto QUALIDADE. Um bom vinho vai ter minha atenção, independente de origem. Sua postura, de forma ampla, NÃO me instiga a provar os produtos que levam sua marca no rótulo. |
Marcus Ernani Leitor Rio de Janeiro RJ |
25/04/2012 |
Mais um manifesto que devo ler com a mão no peito e ao fundo o hino nacional. Enquanto isso o vinho nacional já amarga queda (ou seria tombo?) real nas vendas no período de Páscoa em comparação ao ano passado.
Sds |
Jandir Passos Enófilo Rio de Janeiro RJ |
25/04/2012 |
Essa salvaguarda afinal é só para beneficiar o vinho nacional e/ou o vinho argentino também?
Sim, porque Chile em 1º lugar e logo depois a Argentina detêm mais da metade dos vinhos importados consumidos aqui. Que eu saiba os países do Mercosul (com exceção do Chile) não serão atingidos, ou seja, será ótimo para o Uruguai e a Argentina.
Ou numa segunda etapa farão lobby para pressionar o governo a colocar o vinho com uma exceção entre os produtos comercializados entre os países membros do Mercosul? E será que o consumidor brasileiro irá automaticamente passar a consumir mais os vinhos nacionais pelo fato de os vinhos importados estarem mais caros ainda do que já são?
Gosto do vinho nacional e sempre consumi vinho nacional mas não concordo com a salvaguarda por entender que reserva de mercado nesse contexto não é a solução. E qual é a solução? Fazer lobby junto ao governo para redução em encargos, continuar investindo na qualidade (coisa que já é feita), oferecer produtos com preço compatível com a qualidade.
Há muito vinho importado que não vale o que custa no mercado. Exemplo: Almaviva. É um bom vinho, muito bom, mas na minha opinião está "overpriced", fruto da fama e especulação (e não só impostos). Por outro lado, há muitos vinhos nacionais que também estão, e em muitos casos por questão estratégica (raciocínio do tipo: se é caro, então o consumidor entenderá que é bom) equivocada, com preços que não condizem com a qualidade. E onde temos grande qualidade com preços razoáveis, isto é, competitivos? Precisamente nos espumantes, coisa que o consumidor brasileiro já percebeu.
Em suma, salvaguarda lembra-me a reserva de mercado da informática: pagaremos mais, por menos, tanto nos importados (que já são carissimos), quanto nos nacionais. |
Pedro Esteves Enófilo Rio de Janeiro RJ |
25/04/2012 |
Prezado,
Sua explanação, com novos dados, me surpreendeu e eu até mudei de opinião. Era contra a Salvaguarda, agora sou a favor, com uma condição: aprovem a salvaguarda e abaixem o preço do vinho nacional. Simples, um vinho que custa 70 e têm qualidade de um importado de 40, vendam por esse último valor, não por aquele.
Abraços |
José Paulo Schiffini Eterno aprendiz e enófilo da velha guarda Armação de Buzios RJ |
26/04/2012 |
Sou favorável ao vinho brasileiro de qualidade a preços honestos e sou contra a qualquer salvaguarda para qualquer produto ou indústria... A competição purifica os mercados e estimula o progresso! As cotas e as restrições favorecem o contrabando, as propinas, como nos tempos da Velha Cacex...
O boicote é uma arma legal para combater as salvaguardas! Devemos sempre nos perguntar: "A quem interessa esta situação caótica? Quais as motivações políticas de cada lado?"
Schiffini |
Rodrigo Barradas |
26/04/2012 |
De todos os argumentos inconsistentes que li sobre o tema, acho que esse futebolístico é o mais antológico. Para seguir o estilo do sr. Kunz, o jogo é claro: o produtor quer ganhar uma fatia da minha carteira prejudicando a minha capacidade de escolha. Ou seja, produtor x consumidor.
Tchau, Dumame. Pena que jamais terei o prazer de conhecer seus produtos. |
Marcelo Bertaco Comerciante Itu SP |
06/07/2012 |
boa tarde a todos. minha primeira vez por aqui.
essa comparaçao do futbol com vinho e a coisa mais patetica
que ja vi na minha vida de enofilo. o futebol do brasil e o
melhor do mundo, quanto ao vinho... somos para o vinho o que
as ilhas faroe sao para o futebol. justifica a salvaguarda
com
o que aconteceu na frança a 100 anos atras. por que mesmo?
por
conta de uma praga que dizimou as vinhas de toda a europa.
e
isso que acontece por aqui??? quando vemos os baroes do
vinho
com sua ostentaçao e parques industriais em franca
expansao?!
esses caras de terno nao tem a minima visao do que e
realmente um vinho. como pode um vinho nacinal, algumas
vezes mediocre custar mais que seu similar original da
europa. vinho nacional ACORDA!!! |
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