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O Papai Noel da Confraria |
Mantendo uma tradição que se repete desde 2007, a confraria dos Enófilos sem Fronteiras reuniu-se para um almoço comemorativo de final de ano. E desta vez, a escolha do local foi irretocável: festejamos a chegada do Papai Noel no restaurante Alloro, no Windsor Hotel, em Copacabana. E aqui, de público, quero cumprimentar nosso dinâmico presidente, Cesar Galvão, pela escolha da local e por manter o grupo unido por já tantos anos.
O chef Luciano Boseggia preparou um menu degustação delicioso e nos paparicou com requintes de atenção, oferecendo até mesmo coisas que não haviam sido contratadas. O salão estava lotado, pois a numerosa Confraria do Camarão Magro, comandada por José Paulo Gils, também comemorava seu Natal na mesma bat-hora, mesmo bat-local, ocupando quase todas as demais mesas. E mesmo assim, o serviço foi perfeitamente cadenciado. E o próprio chef dividia-se em simpatias entre os dois grupos.
Por uma deferência especial, pudemos levar nossos próprios vinhos ao restaurante, mas iniciamos com um espumante da carta da casa: o espetacular Casa Valduga Grande Reserva Natura 2006. Nessa safra, o vinho ainda não trazia estampado o número de meses em autólise, mas atualmente já se pode conferir claramente no rótulo os impressionantes 60 meses de maturação. É um vinhaço!
Nos brancos, uma improvável coincidência: eu escolhi levar o Is Argiolas Vermentino di Sardegna 2008, enquanto outro confrade preferiu o Argiolas Costamolino Vermentino di Sardegna 2010. Qual deve ser a chance de se escolher dois vinhos do mesmo produtor e da mesma casta? Mínimas... E enquanto o frescor do Costamolino acompanhou bem a terrine de peixes, o Is Argiolas, mais encorpado, fez bonito ao encarar o ravioli de ricota e espinafre.
Na grande área dos tintos, foram 5 rótulos, criativos e surpreendentes. Mas eu destaco o meu muito conhecido Pingus Psi Ribera del Duero 2009, vinho envolvente e suntuoso que fez o cordeiro em crosta ficar rindo a toa.
Quando o sommelier João Pedro Lamonica viu que a fila ainda tinha um Brunello e um Barolo - e as etapas salgadas já haviam terminado - não hesitou em trazer uma dos melhores pratos de queijos que eu provei nos últimos anos: tipos variados e incomuns, acompanhados de um aceto balsâmico bem envelhecido e um mel trufado. E harmonizado com o floral e poderoso Dessilani Barolo 2003, outro dos vinhos de destaques da tarde. Nada parecia poder superar aquele momento...
Mas ainda teve a cerejinha do bolo: fomos convidados a visitar a cobertura - no 39º andar - com uma vista de tirar o fôlego de Copacabana, de Niterói, e acho que deu para ver até um pedacinho da África! E lá bebemos a última taça, em silêncio, com a solenidade que a paisagem exigia.
Feliz Natal para todos!
Oscar Daudt
17/12/2012 |
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