O bem-querido e tradicional restaurante Garden, há quase 60 anos instalado na esquina do Jardim de Alá com a Visconde de Pirajá, aproveitou o calor do verão carioca para oferecer, até o final de março, um Festival Chandon, onde os clientes podem aproveitar os espumantes dessa marca - em garrafas ou em taças - a preços atraentes. À escolha dos apreciadores, estão disponíveis 4 rótulos: Brut Réserve, Brut Rosé, o adocicado Passion e, no topo da gama, o Excellence Cuvée Prestige.
E para melhor acompanhar os espumantes, a casa implantou algumas entradinhas especiais, que estão listadas na carta com o melhor rótulo para harmonizar com cada uma delas. É só relaxar e seguir as sugestões.
Estivemos por lá para conferir o festival e passamos uma noite muito agradável, com toques de nostagia. Mas, atenção, não sigam o caminho que trilhamos. O primeiro vinho foi o excelente Excellence - sem trocadilho, por favor - e na hora da segunda garrafa, para economizarmos na conta, pedimos o Brut Réserve. Não teria sido nada demais se a ordem fosse a inversa, mas após o Excellence, tudo o mais perde a graça.
| Do tempo do Ariri Pistola |
Os mais jovens podem até não acreditar, mas houve uma época em que chique era comer Coquetel de camarão. Era uma entrada fria, com camarões misturados a um molho golf, servidos em uma taça especial, muito bonita, em cujas bordas equilibravam-se camarões gigantes. Era o máximo da alta gastronomia dos anos 1960/70. Nos restaurantes mais sofisticados, 9 entre 10 mesas pediam essa entrada, sinônimo de status e que ajudava a enfeitar o ambiente. O prato ficou tão conhecido que começou a descer para restaurantes mais simples e, em pouco tempo, assim como alcançou a glória, também viu chegar a decadência e virou cafona pedir esse prato. A má-fama ficou tão forte que ele simplesmente sumiu dos cardápios e hoje em dia é praticamente impossível encontrá-lo em nossos restaurantes.
Pois o Garden, de forma simpática, ressuscitou esse prato como um das comidinhas para acompanhar as borbulhas. Foi uma festa, não só para o paladar, mas também para os olhos, tendo em vista a cuidadosa apresentação do Coquetel. Mas o bolso não ficou assim tão feliz com os R$49,50 cobrados. Mais acessíveis e igualmente gostosas, as Bolinhas de pato (R$29) vêm com uma crosta de castanhas-do-Pará e acompanhadas de uma redução de Malbec, com manteiga e mel. Show de bola!
O Ceviche (R$36,50) foi o toque que destoou, estando um tanto desequilibrado, com muita acidez. Mas outra entradinha que posso recomendar com certeza são os Canapés de salmão, uns blinis com fatias do peixe defumado, encimados por alcaparra e creme azedo.
Oscar Daudt
23/02/2013 |
Gustavo Silveira
Tereza Albuquerque