
Esta semana, a importadora Grand Cru promoveu a sua festa anual de vinhos, o Grand Tasting 2013, aqui no Rio de Janeiro. O programa da festa, no entanto, é bem mais extenso, pois os produtores convidados estão fazendo uma verdadeira Caravana Rolidei, apresentando seus vinhos em 9 cidades, de Belém a Florianópolis.
Uma coisa que não ficou muito clara para mim é que, embora a importadora tenha diversas lojas no Rio de Janeiro, o evento ocorreu na filial de Ipanema, dando a entender que seria uma iniciativa isolada de Michel Couto, o sócio da casa, e não de todas as franqueadas. Mas tudo bem, foi uma festa agradável e sem super-lotação.
Quando eu vou a esse tipo de evento, prefiro garimpar os vinhos mais acessíveis, à procura de boas opções que caibam em nosso bolso. Alguns companheiros ficam espantados e começam a duvidar de minha sanidade mental quando eu recuso um vinho caríssimo e peço um outro mais em conta. Mas não é que eu tenha aluado, e sim que acho mais interessante descobrir vinhos bons e baratos para poder divulgar aos leitores. De que adianta recomendar vinhos com etiquetas assustadoras que nem eu mesmo compro?
Bem, como resultado dessa minha procura, encontrei verdadeiras pérolas, algumas de origens pouco usuais, outras elaboradas com uvas que não estão nas primeiras colocações de consumo e... absolutamente deliciosos. Aqui vão minhas escolhas, que recomendo com muita segurança:
Castellroig Vi de Terrer 2011 (R$74): um branco varietal de Xarel-lo, uva normalmente utilizada para a elaboração de cavas, com uma acidez de fio desencapado (como diz meu amigo Eugênio de Oliveira);
Massolino Barbera d'Alba 2011 (R$91): um delicioso vinho de Serralunga d'Alba, elegante, aromático e aveludado;
Mas Martinet Menut 2009 (R$73): eu que pensava que no Priorato só existiam vinhos inacessíveis, fiquei tão encantado com esse exemplar que o escolhi como o destaque da matéria;
Besllum 2008 (R$74): da obscura região espanhola de Montsant, corte em partes iguais de Garnacha e Samsó (Cinsault), é um vinho com muita fruta, macio, de grande intensidade e com delicioso toque fumado; recomendadíssimo!
Real de Aragón Garnacha Centenaria 2008 (R$59): da virtualmente desconhecida DO de Calatayud, o próprio nome já conta da idade das vinhas, que geram um vinho fresco, aveludado e cheio de frutas e muito equilibrado;
Rocca dei Mori Salice Salentino 2008 (R$63): localizada bem no salto da bota italiana, a Puglia é uma região quase desconhecida nas taças brasileiras, o que é uma pena; este vinho é um corte de Negroamaro e Malvasia Nera, com muita expressão e potência.
Oscar Daudt
24/05/2013 |