
Os vinhos da moda... há 6.000 anos |
Na recente viagem a Nova Iorque, visitamos diversos bares de vinho - The Flute, The Barrel, The Ten Bells, Aroma Kitchen, Zampa - mas de todos eles o que mais me entusiasmou foi o Anfora, um descolado bar localizado no West Village. Como o próprio nome sugere, o endereço é especializado em vinhos fermentados e envelhecidos em ânforas, conforme os vinhos eram elaborados há milênios. E, consequentemente, há também um grande variedade de vinhos laranjas. É imperdível!
O lugar é a meca nova-iorquina para os apaixonados por esses vinhos. Na noite em que lá estivemos, a casa recebia a visita de Jean Michel Morel, um enólogo francês que se mudou para a Eslovênia para lá elaborar seus vinhos e que veio a nossa mesa para descrevê-los e a seus métodos de produção. Em homenagem à visita, o Anfora oferecia 4 vinhos em taça desse produtor a 12 dólares cada, ou uma degustação de 3 vinhos por 18 dólares.
A carta de vinhos anforados conta com 15 rótulos, de quatro países: Geórgia, Itália, França e Áustria.
A carta de vinhos em taça é de entusiamar e oferece nada menos do que 29 rótulos, a preços que começam em 10 dólares.
Mas a coisa não para por aí e a extensa carta do bar lista, além dos anforados, mais 114 rótulos (13 espumantes, 54 brancos e 47 tintos). E os proprietários correm a explicar que a seleção é especial, contando apenas com vinhos orgânicos, bio-dinâmicos e... esotéricos, seja lá o que isso for. E simplesmente não há vinhos do Novo Mundo - nem mesmo dos Estados Unidos - mas apenas rótulos de pequenos produtores do Velho e do Velhíssimo Mundo. Para quem gosta de fugir das obviedades, o lugar é uma taça cheia.
Optamos por conhecer um vinho da República da Geórgia, elaborado com predominância da ancestral casta Rkatsiteli, de longe a mais plantada naquele distante país: o Our Wine Vineyard Akhoebi 2010 tinha uma cor encantadora, um âmbar luminoso, bem seco na boca e com taninos à mostra. Não é um vinho para qualquer um, mas fez a minha festa!
Em homenagem ao produtor que visitava a casa, seguimos com o Kabaj Amfora 2006, um corte de Ribolla, Malvasia e Sauvignon Vert (mais conhecida como Friulano) que permanece 10 meses em ânfora, quando perde 20% de seu volume que se esvai na estrutura porosa da argila. O que sobra é um vinho viscoso, com notas cítricas, condimentado e mineral, numa boca suculenta.
Ainda partimos para um tinto anforado, o croata Bura Plavac Mali 2012, da Dalmácia, que infelizmente não entusiasmou ninguém.
Como a casa é um bar, as opções de petiscos são limitadas. Há uma seleção de 10 queijos (6 dólares cada) e de 5 fiambres (9 dólares cada). Além disso, os clientes podem escolher entre uma variedade de sanduíches (12 dólares cada) e deliciosos crostinis (8 dólares a porção de 4).
A boa surpresa que o Anfora reserva é que aqueles que registram sua chegada no Foursquare são brindados com um Crostini de Ricota. Portanto, não esqueçam de levar o celular.
Oscar Daudt
31/10/2013 |