
O Entretapas, bar de tapas em Botafogo, acaba de completar 3 aninhos. É uma casa que caiu no gosto do carioca e vive lotada, todos os dias da semana. Antonio Alcaraz, o espanhol que é sócio do empreendimento, contou-me que há uma clientela fiel, que retorna constantemente, havendo mesmo um frequentador que comparece pelo menos uma vez por semana, desde que a casa foi inaugurada.
Com isso, para que os fregueses habituais encontrem sempre novidades no cardápio, Antonio e seu sócio, o chefe Jan Santos, vivem bolando novas tapas e, a cada mês, pelo menos um novo item aparece na carta. E, de 6 em 6 meses, o menu passa por uma mudança mais radical, com a inclusão - e consequente exclusão - de diversos pratos ao mesmo tempo. Foi o que aconteceu recentemente, quando nada menos do que 14 novas tapas passaram a ser oferecidas.
E semana passada, estive na simpática casa, a convite dos sócios, para conhecer as novidades.
Para facilitar o entendimento do novo cardápio, o Entretapas lançou, junto com as novas criações, dois menus-degustação que permitem aos clientes saborear os novos pratos em - como dizem os sócios - "uma viagem guiada pela Espanha, de norte a sul".
A primeira opção oferece 6 etapas (5 pratos salgados e sobremesa) ao preço de 69 reais. Para os mais esfomeados, a degustação de 9 etapas (8 pratos salgados e sobremesa) é servida ao preço de 98 reais.
Há muita sutileza, muita criatividade e muito conhecimento no caminhar dos pratos, mas eu sugiro que não se deixe de provar as Bombetas Ultramarinas, croquetes redondos com lula e polvo, com delicioso tempero, e o Flamenquin Cordobés, surpreendente - digamos - rocambole de lombo de porco recheado com presunto espanhol e cogumelos ao vinho branco; um espetáculo!
Os vinhos foram levados por Lilian Seldin, que me acompanhava nessa aventura ibérica, e ela nivelou por cima. Escolheu 2 rótulos da Vinci que entraram na lista dos 100 melhores da Wine Spectator.
O primeiro foi o Viña Gravonia Crianza 2003 (29º lugar na lista dos Top 100), um fantástico branco riojano, elaborado pela Viña Tondonia com 100% de Viura. O vinho é nada menos do que o máximo, de impressionante longevidade, com aromas de avelãs embalados por uma incrível mineralidade, um boca cremosa e de surpreendente acidez. Eu nem pensei duas vezes e já pedi, na mesma hora, 3 garrafas para refrescar meu verão.
O tinto foi o grego Boutari Naoussa 2009 (69º lugar na lista dos Top 100), elaborado com a expressiva casta Xinomavro. Um vinho de vibrante acidez, leve e cheio de personalidade, bastante adequado ao verão que já chegou antes da hora.
Oscar Daudt
08/12/2013 |