Na recente viagem que fiz à Toscana, o primeiro dia foi dedicado à participação na feira Anteprime di Toscana, grandioso evento que acontece em Florença para a promoção dos vinhos da mais bela região da Itália. A feira tem lugar na Fortezza da Basso, uma magnífica fortaleza, construída em 1537, e que, atualmente é destinada a esse tipo de evento.
A feira é destinada à apresentação dos vinhos toscanos à imprensa e os diversos consórcios colocam a prova os novos vinhos do ano. Nos dois primeiros dias, são exibidas as denominações ditas "emergentes": Valdarno di Sopra, Carmignano, Bolgheri, Terratico di Bibbona, Elba, Val di Cornia, Montecucco, Morellino di Scansano, Cortona, Chianti e suas sub-áreas de Colli Senesi, Colli Fiorentini e Rufina.
Mas o que me espanta nessa relação é a presença de Bolgheri como uma região "emergente". Eu - e acredito que todo o mercado internacional de vinhos também - sempre considerei essa denominação como uma das grandes estrelas da Toscana. Deve ser aquela história de que "Santo de casa não faz milagre".
A partir do terceiro dia, passam a fazer parte da feira os grandes consórcios que fazem a fama da Toscana como uma das mais importantes regiões de vinhos italianos: os poderosos Vino Nobile di Montepulciano, Vernaccia di San Gimignano, Chianti Classico e Brunello di Montalcino.
Paralelamente à realização da Anteprime di Toscana, nos dois primeiros dias da feira, acontece, na mesma Fortezza da Basso, o encontro Buy Tuscany, que reúne os produtores da região com compradores internacionais. O evento impressiona, tanto visualmente, quanto por seus números. Realizado em um gigantesco salão, 260 produtores, todos disciplinadamente posicionados em suas mesas numeradas, recebem, com hora marcada, os quase 300 importadores provenientes de 33 países. É até bonito de se ver a perfeita organização...
Segundo os dados divulgados pelos promotores do evento, a posição do Brasil, como comprador de vinhos da Toscana, é bastante importante, ocupando o 10º lugar na classificação dos países compradores. Confiram a tabela abaixo, com a classificação segundo o valor importado de vinhos DOP da região (em milhões de euros):

Oscar Daudt
09/03/2014 |
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