| E tudo começou em Copacabana |
O nome de Laurent Suaudeau está indelevelmente marcado na história da gastronomia do Rio de Janeiro. Em 1980 - quando comer bem em nossa cidade era pedir o couvert do La Mole - o jovem chef, com apenas 23 anos, chega a Copacabana para tomar conta das panelas do inesquecível Le Saint-Honoré, no antigo Hotel Méridien. Sua cozinha foi de um sucesso retumbante.
Depois de 6 anos, Laurent, abre sua própria casa, com seu próprio nome, na rua Dona Mariana, em Botafogo, que logo é escolhida como o melhor restaurante do Rio de Janeiro. Infelizmente, depois de 5 anos, o inquieto chefe nos deixa desamparados e parte para a Terra da Garoa, encantando os paulistanos com seu novo Laurent.
Para nós, restaram apenas as lembranças.
| Um aniversário muito especial |
A Brasserie Ameno, no Catete, programou um jantar imperdível, esta semana, comandado a quatro mãos pelo capitão da casa, Frédéric Monnier e pelo saudoso Laurent, numa oportunidade única de relembrar as artes do chefe fujão. Como no mesmo dia era meu aniversário, juntei a fome com a vontade de comer e combinei com alguns amigos para comemorarmos em alto estilo.
Mostrando que Laurent ainda conserva uma magia em nossas praias, a casa estava lotada por ansiosos apreciadores. E os dois chefes e amigos - ambos estrelas do filme Por que você partiu? - capricharam nas ideias, nas execuções e nas apresentações.
E eu aqui repito o nome do filme: Por que você partiu?
O jantar era harmonizado, mas mesmo assim solicitei à casa permissão para levar os vinhos, já que queria celebrar a data com rótulos marcantes e especiais. E para manter o padrão dos chefes, eu caprichei... Dois dos destaques da noite, foram vinhos que eu havia ganho dos respectivos produtores. De outra forma, não haveria dinheiro no mundo para comprá-los.
O primeiro deles foi o Gravner Breg 1998, um maravilhoso vinho laranja presenteado por Josko quando estive no Friuli. Se os vinhos do cultuado produtor já são especiais e se constituem no padrão que todos os demais procuram alcançar, imaginem um da safra 1998! Cor estupenda, nariz envolvente e uma belíssima estrutura formavam o tripé que encantou a todos.
O segundo vinho de destaque foi presente do quinteto fantástico Douro Boys: o Cuvée Douro Boys 2005, em garrafa magnum, é vendido em Lisboa, pela Garrafeira Nacional, pela estratosférica quantia de 1.450 euros (cerca de 4.700 reais)! Elaborado com a melhor barrica de cada uma das 5 vinícolas - Quinta do Vallado, Niepoort, Quinta do Crasto, Quinta do Vale D. Maria e Quinta do Vale Meão - com castas tradicionais do Douro, é uma síntese dessa região portuguesa. Foi uma experiência única!
Oscar Daudt
15/03/2014 |
Anselmo Federico