
Conforme eu escrevi na matéria sobre a viagem à Borgonha, o evento Les Grands Jours de Bourgogne foi o mais espetacular de que já participei até hoje. E na sucessão de degustações e festas, o acontecimento mais destacado de todos foi o jantar Grandes Maisons, Grands Crus, oferecido à imprensa por Louis-Fabrice Latour e Frédéric Drouhin, respectivamente presidente e vice-presidente da Union des Maison de Vins de Bourgogne.
O cenário escolhido para esse acontecimento não poderia ter sido mais impressionante, com a realização nos luxuosos salões do Château du Clos de Vougeot, um monumento histórico de 1551, que pertenceu aos monges cirtesianos, rodeado pelos valiosos vinhedos Grands Crus da Côte de Nuits. Para ser um conto de fadas, faltou pouco...

A noite iniciou com uma degustação às cegas de 17 vinhos brancos - da safra de 2008 - e de 19 vinhos tintos - da safra de 2011. Todos os vinhos eram classificados como Grand Cru e assinados pelas mais prestigiadas casas da região. Confiram ao lado a relação dos vinhos em prova.
É claro que eu, um brancófilo de carteirinha - e ainda mais considerando que os brancos eram mais antigos do que os tintos - me atirei no primeiro grupo e provei-os todos. Fui dando notas às cegas e, ao final, meus preferidos foram, na ordem:
Corton-André Corton-Charlemagne 2008
Bouchard Père & Fils Chevalier-Montrachet 2008
Louis Jadot Corton-Charlemagne 2008
Louis Latour Corton-Charlemagne 2008
Dos tintos, que para mim ficaram em segundo plano, ainda consegui provar 6 e fiquei seduzido por esses dois, embora muito novinhos:
Seguin-Manuel Clos de Vougeot 2011
Joseph Drouhin Grands Échezeaux 2011
Sabe quando você está vivendo um momento especial e se dá conta disso? Pois é, era eu nessa degustação, dando graças à vida por estar tendo essa oportunidade inesquecível.
Mas a alegria não parou por aí, pois após a exclusiva degustação, dirigimo-nos ao salão de jantar do castelo. As paredes vermelhas emprestavam uma sensação de nobreza ao ambiente e as mesas caprichadamente postas completavam o cenário de sonho. A alta gastronomia francesa era servida por um exército de garçons aprumados, com uma precisão helvética.
E os vinhos que harmonizaram com o jantar eram de safras mais antigas - bem mais antigas! - e de uma qualidade raramente encontrada em minhas taças. Vejam só:
Joseph Drouhin Bâtard-Montrachet 2005
Louis Latour Corton Grancey 1995
Louis Jadot Clos de Vougeot 1976
Que tal? O que vocês acham? Foi ou não foi uma noite prá lá de excepcional?
Oscar Daudt
29/03/2014 |