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Brasil

A criatividade de um nome
Batizado como Vale do Luar, o mais criativo nome de um vinho brasileiro é um espetacular jogo de palavras que brinca com a famosa região francesa. Mas há muito mais a se admirar e apreciar nesse peculiar vinho.

Sem possuir nenhum pé de videira, nem qualquer estrutura de adega, o engenheiro Luiz Carlos Cattacini Gelli está lançando o oitavo vinho de sua carteira, todos eles com o marcante rótulo azulão e a indefectível figura do centauro.

Uma casta versátil
A nova criação é elaborada com 100% de Chenin Blanc, uma das duas castas brancas que fazem a fama da região do Loire. As denominações Vouvray, Savennières, Anjou e Saumur representam a mais alta expressão dessa casta, gerando desde vinhos absolutamente secos até generosamente doces.

Para mim, é uma completa novidade, pois não conheço nenhum outro vinho nacional elaborado com essa casta.

Requintes de cuidados
O novo vinho, surpreendentemente, é elaborado no nordeste brasileiro, no Vale do São Francisco, nas modorrentas terras baianas de Casa Nova.

As videiras produzem em ciclo reverso, para escapar do tórrido calor tropical. A vindima acontece em julho, tirando partido da maior amplitude térmica do inverno nordestino.

A colheita é realizada em dois períodos, com intervalo de uma semana. 40% do vinho são colhidos na primeira semana e fermentam em barricas novas de carvalho francês, sendo após transferidos para tanques de inox. Outros 40% são colhidos na semana seguinte, fermentam nas mesmas barricas da fase inicial e por lá permanecem por mais 7 meses. Os restantes 20% fermentam e repousam unicamente em inox.

A produção foi pequena e apenas 1.080 garrafas foram elaboradas.

Vibrante acidez
Na taça, a cor é amarelo-palha e os aromas trazem a maçã característica da Chenin Blanc, emoldurada por frutas tropicais - notadamente o abacaxi - os cítricos, com toques de avelãs e flores de cravo. Uma delícia!

O vinho não sofre fermentação malolática, permitindo que uma deliciosa e duradoura acidez torne-se o fundamento do conjunto, que oferece uma textura cremosa e envolvente em uma boca seca.

E, melhor ainda, o teor alcoólico é de civilizados 12,2%, permitindo que se aprecie o vinho sem culpa. Experimente serví-lo com frutos do mar e a festa estará completa.

Onde comprar?
Recém-lançado, o vinho encontra-se à venda na Casa Carandaí, no Jardim Botânico, mas eu ainda não consegui descobrir o preço.

Oscar Daudt
08/09/2014
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