
Depois de reinar no Balneário de Búzios, estabelecido por 15 anos na Orla Bardot, o chefe Marcos Sodré decidiu concentrar suas atividades no Rio de Janeiro, onde já está instalado na rua mais badalada do Leblon, a Dias Ferreira. Pois agora presenteia os cariocas com uma nova casa, invejavelmente localizada a poucos passos da praça N.S. da Paz, em Ipanema.
Até então funcionando provisoriamente, a casa abriu as portas oficialmente esta semana com um concorrido jantar para a imprensa.
O ponto é novidade, num requintado casarão que até há pouco tempo era um curso de inglês. O restaurante é belíssimo, confortável e acolhedor. Com salões no térreo e no segundo andar e também com uma varanda que - por certo - será bastante disputada, a novo endereço abriga 100 pessoas.
Para manter o nível do serviço, Marcos circula pela casa com um microfone na lapela, mais parecendo um chefe de segurança do que de cozinha.
Se o ambiente se sofisticou, a deliciosa e sempre surpreendente gastronomia oriental continua com a conhecida qualidade e criatividade e apenas uns poucos novos pratos fizeram a sua estreia.
Permanecem como couvert os "mandiopans" tailandeses que, de tão viciantes, bem mereciam figurar na lista negra do DENARC. E são seguidos por uma sopa de gengibre com cogumelos que só faz prolongar a lisérgica viagem.
Mas há muito mais para alterar os sentidos e eu retornarei à casa para repetir o arroz de porco com ovo grelhado, uma experiência quase entorpecente e o tenro Satay Kung que imediatamente remete a uma paradisíaca praia tailandesa.
A dificuldade com os restaurantes orientais é a leitura do cardápio, onde tudo parece grego para mim e os pedidos são feitos quase que às cegas.
Destrinchando o problema, o Sawasdee montou um cardápio didático, onde os nomes incompreensíveis vêm acompanhados de uma clara descrição, minuciosamente listando cada um dos ingredientes e despertando alguns pecados capitais, como a cobiça e a gula. E melhor ainda, fica-se sabendo a sugestão de vinho que melhor harmoniza. Assim, aprende-se que um Nam Katee Pla vai melhor se acompanhado por um Chardonnay e que um Gaeng Ped Kowat pede mesmo é um Cabernet Sauvignon.
A carta de vinhos, com cerca de 50 rótulos, é assinada pelo consultor Alexandre Lalas e oferece alternativas que vão desde o módico preço de R$59 até o mais temperado valor de R$295.
Mas se você preferir levar seu vinho de casa, a taxa de rolha custa R$52.
Oscar Daudt
31/07/2014 |