
Um museu de grandes novidades |
A noite não poderia ter sido melhor do que foi. Emoldurada pelo cenário deslumbrante que o Museu do Amanhã oferece, foi uma degustação em que tudo deu certo: vinhos, gastronomia e palestra, todos com o DNA exclusivamente brasileiro. Um evento para fazer a gente estufar o peito!
Sílvia Mascella Rosa, sommelière do Ibravin, comandou a noite fazendo a apresentação dos vinhos. Mas não se limitou a isso. Logo de início avisou que iria fazer um contraponto ao ambiente futurista do museu e apresentar a história do vinho brasileiro. E quando ela fala em história, é história mesmo: os fatos relatados remontaram a 1532, com a chegada de Brás Cubas.
Com uma análise sem maquiagem sobre o desenvolvimento de nossa vitivinicultura, desde os tempos coloniais, Silvia apresentou tanto os pontos positivos quanto os problemas históricos que enfrentamos.
E, claro, as palavras foram acompanhadas por vinhos brasileiros e comidinhas típicas de nossa gastronomia.
O objetivo do evento não era comparar os vinhos, mas apenas conhecê-los e curtir. Mas eu não resisto a opinar.
Dentre os espumantes, sem surpresa para mim, o Casa Valduga Gran Nature 2011 era até covardia! Com seus 60 meses de autólise, é um vinho espetacular e complexo, em nível bem acima dos demais. Infelizmente, não é um espumante para qualquer bolso.
De brancos, só havia dois, e dentre eles achei excelente o catarinense Sanjo Núbio Sauvignon Blanc 2013. Gostei tanto que, no dia seguinte, conversei com o representante no Rio de Janeiro, objetivando incluir o vinho na carteira de nossa loja virtual. Desafortunadamente, o fator preço foi um obstáculo, impensável nesses tempos de mercado retraído.
Seguiram-se 3 tintos e desta vez, quem matou a pau foi o gaúcho Pizzato Merlot Reserva 2012, vinho elegante, equilibrado e carinhoso.
Oscar Daudt
01/06/2016 |