A evolução do mercado de 1989 a 2015 |
Tanto a tabela quanto o gráfico abaixo, mostram o extraordinário desenvolvimento do mercado de vinhos importados no Brasil.
A tendência é, claramente, de alta (apesar da queda do último ano) e o volume do mercado aumentou cerca de 10 vezes desde 1989 até 2015, passando de US$29 milhões para US$291 milhões, em valores corrigidos.
Com 2014 representando o melhor ano em termos de importações de vinhos, 2015 trouxe uma significativa queda de 10% (em US$ corrigido) sobre a ano anterior, prenunciando uma inflexão significativa na curva. É o mercado de vinhos finos refletindo as dificuldades econômicas que assolam o Brasil atualmente. |

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As perspectivas para 2016 |
De 2014 para 2015, a importação de vinhos apresentou uma queda de 10,3%. Analisando-se os resultados dos 4 primeiros meses de 2016 e comparando com os 4 primeiros meses do ano anterior, pode-se projetar (de forma otimista) que 2016 terá uma queda de 13,9%. Combinando os resultados dos 2 anos, isso representaria uma queda acumulada, nos 2 últimos anos, de 25,6%.
Não é à toa que, a todo o momento, escute-se notícias de importadoras quebrando, lojas fechando e um aumento significativo de vinhos leiloados pela Receita Federal, tendo em vista a não retirada dos mesmos na Aduana, por falta de pagamento dos impostos.
Analisando-se a tabela abaixo, pode-se ver que, à honrosa exceção do Chile, todos os principais exportadores de vinhos para o Brasil apresentam queda, sendo algumas delas violentíssimas, como as da África do Sul, Austrália, Grécia e Nova Zelândia.
Os tempos estão negros para o mercado de vinhos importados! E ao que tudo indica, devem piorar ao longo de 2016-2017... |
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Maiores exportadores para o Brasil de 1989 a 2015 |
Durante os 27 anos que esta análise abrange, quais foram os países que mais enviaram vinhos para o Brasil? A primeira tabela abaixo exibe os 13 maiores parceiros no total acumulado do período.
Não há grandes novidades e os principais classificados representam o senso comum. O que é interessante observar é que os 5 grandes - Chile, Argentina, França, Itália e Portugal - somam mais de 88% dos valores no período, deixando pouco espaço para os demais contendores.
Mais significativo ainda, é observar a segunda tabela, que analisa os maiores exportadores apenas para o ano de 2015. Os 5 grandes são os mesmos e sua participação é de 90% do total. É como um adeus à diversidade...
Interessante também é notar que os países do Mercosul (Argentina, Uruguai e o associado Chile) representaram, no ano que passou, um total de quase 55% das importações de vinhos, um resultado praticamente estável em relação a 2014, quando suas exportações atingiram 54% do total. |

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A guerra dos mundos |
Nesta guerra entre os dois mundos, saem todos ganhando.
Aqui no Brasil, devido à vizinhança e ao Mercosul, o mercado fez a opção pelos vinhos do Novo Mundo - leia-se Chile e Argentina, principalmente - que passaram a dominar as importações desde 2004 e não há sinais de que pretendem abrir mão dessa posição privilegiada. |
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