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    Quanto mais velhos...

    Existe uma máxima, repetida a exaustão, de que o vinho melhora com a idade. Nem sempre esta afirmação é verdadeira. Alguns vinhos são feitos para serem bebidos assim que saem das vinícolas para o mercado. Guardá-los é perda de tempo. Mas se a bebida em questão for feita com a nebbiolo, aí sim o ditado faz todo o sentido. Os vinhos feitos com esta uva tinta, típica da região italiana do Piemonte, costumam melhorar - e muito - com a idade. Um barolo de boa estirpe, por exemplo, atinge seu auge cerca de 15 anos depois da safra. Um bom barbaresco precisa de algo em torno de oito anos para mostrar a que veio. E mesmo vinhos mais simples feitos com a uva ficam melhores depois de, pelo menos, quatro anos na garrafa.

    Rica em taninos e acidez, a nebbiolo pede comida para seus vinhos. Os mais leves e fáceis de beber vão bem com salames, presuntos e embutidos em geral. Os mais complexos pedem uma caçarola, um lombo de porco, um bolo de carne. Os aromas mais comuns associados à uva são rosas, cereja, especiarias, frutas secas, alcatrão, couro e alcaçuz. A grande pátria da nebbiolo é a Itália. O Piemonte é o quintal da uva, mãe dos consagrados barolos e barbarescos. Mas, além da Itália, a uva têm encontrado porto seguro em outras paragens. Austrália, Estados Unidos, Argentina e Chile são bons exemplos.

    No Piemonte, a uva manda. Alguns dos melhores vinhos do planeta são feitos ali, com a nebbiolo. Produtores como Andrea Oberto, Angelo Gaja, Azelia, Brovia, Bruno Giacosa, Bruno Rocca, Cláudio Alario, Domenico Clerico, Elio Altare, Fiorenzo Nada, Giacomo Conterno, La Spinetta, Marchesi di Barolo, Massolino, Michele Chiarlo, Moccagatta, Paitin, Pio Cesare, Roberto Voerzio, Stefano Farina e Varja, entre vários outros, produzem verdadeiros tesouros na região. Para nossa sorte, muitas destas jóias estão disponíveis por aqui. Mas, para nosso azar, muitos deles a preços nada convidativos. Nos Estados Unidos, Bonny Doon, Cavatappi e Renwood produzem vinhos com a nebbiolo. Na Austrália, Brown Brothers, Dromana, Happs, Maglieri, Pizzini, Scaffigidi e Trentham têm varietais com a cepa. Na África do Sul, a Steenberg faz um bom nebbiolo. No Chile, a uva tem apresentado significativa melhora nos últimos anos. Botalcura e Cremaschi Furlotti fazem, no vale do Maule, dois belos vinhos. Na Argentina, Doña Alicia Arizu faz um nebbiolo espetacular, do nível de bons barolos. No Uruguai, a Carrau faz um surpreendente vinho com a uva. No Brasil, a Lídio Carraro e a Bettú apostaram com sucesso na casta.
     
    Engarrafadas
    Quem ainda pensa que o mundo do vinho é um autêntico Clube do Bolinha é melhor se atualizar. As mulheres estão cada vez mais presentes em cursos, palestras e degustações. E, de olho neste interesse feminino, a sommelière Bianca Bittencour vai ministrar um curso só para elas, na recém inaugurada Enosfera, loja de vinhos que fica no Leblon. Serão cinco aulas, com uma hora e meia de duração cada uma, entre 17 de março e 14 de abril, sempre às terças-feiras. O curso inteiro custa R$ 300. Maiores informações e reservas, pelo telefone 2512-2244.

    As comemorações do Ano da França no Brasil começam, oficialmente, no dia 21 de abril. Mas o chef Federico Tagliabue, do restaurante Torninha, em Niterói, preferiu não esperar e lançou dois pratos em homenagem à data: o Filetto di Pesce alla salsa di Vermouth (Filé de peixe com molho vermouth e vinho branco), com acompanhamento de batata salteada na manteiga com champignon fresco e um toque de alho e salsinha e o Filetto di Trota com Scaglie di Prataioli (File de truta com escamas de champignons frescos, molho cremoso de tomate perfumado com aneto e tomilho), acompanhado de tortinha de batata e juliene de legumes. O telefone do Torninha é 2714-2750.
    Vinhos degustados

    CASA VALDUGA V CHARDONNAY GRAN RESERVA 2008
    Vale dos Vinhedos, Brasil
    Ótimo chardonnay feito por esta confiável vinícola nacional, em Bento Gonçalves. O nariz é elegante e complexo, com notas de abacaxi, amêndoas e um toque amanteigado. Na boca, é potente, volumoso, intenso, longo, com boa acidez. Melhora ainda mais com comida, e tem caixa para segurar um bacalhau com batata e legumes.
    Nota: 8,5
    Onde: Casa Valduga (2512-0779)
    Preço: sob consulta

    DOÑA PAULA ESTATE MERLOT 2006
    Mendoza, Argentina
    Bodega mendocina de qualidade, a Doña Paula faz um dos melhores merlots da Argentina. Aromas de fruta madura, passas e chocolate. Na boca, é como deve um ser merlot: macio, de médio corpo, equilibrado e com um final agradável. Vai muito bem com um confit de pato.
    NOTA: 8,5
    Onde: Grand Cru (2511-7045)
    Preço: R$ 65

    ATALAYAS DE GOLBÁN 2005
    Ribera del Duero, Espanha
    Típico vinho da Ribera del Duero, feito com a tinta fina, um dos muitos nomes que tem a tempranillo. No nariz, tem pouca intensidade aromática, com notas de terra, couro e pelica. Na boca, tem acidez no ponto, taninos presentes e robustos e bom fim de boca. Melhora ainda mais se acompanhado por um bom filé.
    NOTA: 8
    Onde: Mistral (2274-4562)
    Preço: US$ 59,90

    PORTAL DEL ALTO CABERNET SAUVIGNON 2007
    Vale Central, Chile
    Alejandro Hernández é um dos mestres da enologia chilena. A Portal del Alto é a sua vinícola. E a cabernet-sauvignon, sua especialidade. Este é o mais simples dos vinhos de Alejandro, mas vale a prova. Um vinho simples e bem feito, com aromas de fruta madura, frescor e que dá gosto de beber. Bom companheiro para um churrasco.
    NOTA: 8
    Onde: Terramatter (3860-6565)
    Preço: R$ 36,80
    Comentários
    Farid Faes
    Caxias do Sul
    RS
    28/03/2009 O vinho produzido pela vinicola Lidio Carraro é caríssimo e de péssima qualidade (bebido em Bento Goncalves), em condições adequadas e com comida
    EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]