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    O sucesso da sauvignon blanc

    Marlborough não é a região vinícola mais antiga da Nova Zelândia. Mas desde que as primeiras vinhas de sauvignon blanc foram plantadas por lá, no começo dos anos 1970, a região experimentou um boom que dura até hoje. São cerca de 11.150 hectares de áreas plantadas, mais de quatro vezes a quantidade de vinhas existentes no começo do século XXI. Hoje em dia, Marlborough é responsável por mais de 60% da produção vinícola da Nova Zelândia.

    O sucesso da região está diretamente ligado à boa fama internacional do sauvignon blanc neozelandês. Para muita gente, eu inclusive, é de lá que saem os melhores vinhos do mundo feitos com a casta. O escritor e crítico inglês Oz Clarke chegou a escrever que a história da sauvignon blanc não existia antes da Nova Zelândia. Em recente degustação às cegas promovida pela Programa e pela Confraria dos Nove, o Saint Clair Marlborough Sauvignon Blanc 2007 ficou com o primeiro lugar.

    A maioria dos vinhedos fica entre as cidades de Blenheim e Renwick, no vale do Wairau. A expansão dos últimos anos levou vinhas para outros vales de Marlborough, como o Awatere, no sudeste, e Fairhall, Hawkesbury e Waihopai, ao sul do vale do Wairau.

    Mas não é só de sauvignon blanc que existe em Marlborough. Pinot noir, chardonnay, riesling e pinot gris também são comuns em Marlborough. É claro que a maioria das vinhas (65%) são da consagrada sauvignon blanc. A segunda mais plantada é a pinot noir (13%), seguida pela chardonnay (10%), riesling (4%) e pinot gris (2%). As outras castas representam 6% da produção local. E se chardonnays e rieslings ainda deixam um pouco a desejar, a qualidade de ambos os pinots, noir e gris, não pára de aumentar.

    Localizada na costa leste do norte da Ilha do Sul, o clima em Marlborough é seco e ensolarado, mas ao mesmo tempo, bastante frio. A bonita região é cercada de montanhas e com o mar a leste. Nos verões mais quentes, a temperatura chega aos 30 graus. Mas o frio sempre chega à noite, e a alta amplitude térmica gera benefícios às uvas, que amadurecem lentamente e preservam a elevada acidez nos vinhos. O solo varia de arenoso e argiloso em algumas áreas, para pedregoso em outros.

    Além da já citada Saint Clair, há várias outras vinícolas de qualidade na região. Como as pioneiras Montana e Cloudy Bay, a Wither Hills, a Allan Scott, a Fairhall Downs, a Hunter´s, a Isabel Estate, a Grove Mills, apenas para citar as que têm representação no Brasil. Entre as que ainda não chegaram por aqui, destaque para a Seresin, a Dog Point, a Villa Maria, a Wairau River, a Lawson's Dry Hill e a Fromm.
     
    Engarrafadas
    É no próxima sábado, dia 25, a décima primeira edição do concorrido Jantar dos Chefs, que acontece duas vezes por ano, na Pousada Terras Altas, na agradável cidade de Visconde de Mauá. Desta vez, os chefs Flávia Quaresma, Paulo Pinho e Paulo Nicolay receberão o espanhol Paquito, do restaurante Parador Valencia, em Itaipava. O jantar custa R$ 175, e os interessados devem fazer logo a reserva. As vagas são limitadas e sempre lota. O telefone para reservas e maiores informações é 95795335 ou 24 33872132.

    Hoje (17/04) rola em Barra do Piraí, no interior do estado do Rio, a edição de 2009 do circuito outono de café, cachaça e chorinho, com direito a concurso de cachaças. Os vencedores são escolhidos por um júri de especialistas e com a participação do voto popular. A festa acontece na praça principal da cidade e, o que é melhor, é de graça.
    Vinhos degustados
    Wither Hills Sauvignon Blanc 2008
    Marlborough, Nova Zelândia
    Embora não tão bem acabado quanto o 2007, é um sauvignon blanc de respeito. Aromas de lima, maracujá e toranja, com generosa acidez, cítrico e com um agradável final. Vai bem com ostras e outros frutos do mar.
    Nota: 8,5
    Onde: KMM (2286-3873)
    Preço: R$ 135 (safra 2007)

    Sanctuary Sauvignon Blanc
    Marlborough, Nova Zelândia
    Vinho mais simples de Grove Mill, a primeira vinícola do planeta a neutralizar totalmente as emissões de carbono, de ótimo custo-benefício. No nariz, maracujá, lima e arruda. Na boca é refrescante e cítrico, com um final bem seco. Simples e bom.
    Nota: 8
    Onde: Premium (31 3282-1588)
    Preço: R$ 52

    Isabel Estate Pinot Gris 2005
    Marlborough, Nova Zelândia
    Uva em ascensão na região, a pinot gris tem muito mais o caráter francês do que o italiano, daí a opção pela grafia francesa da uva. Este é muito bom. Aromas de melão e pêssego com um toque de pimenta, muito frescor e alguma complexidade na boca. Vale a prova.
    Nota: 8,5
    Onde: Mistral (2274-4562)
    Preço: US$ 49,25

    Saint Clair Vicar's Choice Pinot Noir
    Marlborough, Nova Zelândia
    Pinot simples e direto, equivalente a um Mâcon, por um preço mais baixo. Cor de pinot, aromas de pinot (cereja, morango, framboesa), gosto de pinot. Não tem a complexidade dos grandes borgonhas, mas não vai decepcionar em nada a quem gosta da uva. A combinação mais óbvia é um beef bourguignon.
    Nota: 8,5
    Onde: Grand Cru (2511-7045)
    Preço: R$ 84
    Comentários
    João Pedro Lamonica
    Sommelier
    Rio de Janeiro
    RJ
    20/04/2009 Admiro os comentários do Alexandre, toda vez que o encontro em alguma degustação de vinhos, sigo sempre suas dicas.

    Parabéns! Um forte abraço.
    João Pedro
    Sommelier
    Garcia e Rodrigues
    Rio de Janeiro
    EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]