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Mal o inverno desponta no horizonte e o carioca sai à rua todo encasacado. Mesmo que o termômetro não baixe tanto assim. Como bem dizem por aí, frio é psicológico. Pode ser. Mas o fato é que entre os efeitos causados pela chegada do inverno está o aumento do consumo de vinhos tintos. No inconsciente coletivo, verão é época de espumantes, brancos e rosados, e inverno é tempo de tintos. De preferência, encorpados, estruturados, robustos. Embora considere que o ano inteiro é tempo para bons vinhos, não vou remar contra a maré. E no clima de final da Copa das Confederações, segue uma verdadeira seleção de estilos para esquentar o inverno de qualquer enófilo.
Para começar, o sommelier Marcos Lima, consultor de uma rede de supermercados em Angra dos Reis, dá a sua dica: um bom Madeira, de preferência, já evoluído. Segundo Marcos, o Madeira é um vinho de reflexão, perfeito para dias frios. "A cada gole se descobre uma nova característica nestes vinhos, um aroma diferente". O professor Fernando Miranda também elege um vinho português. Para encarar o frio de sua Petrópolis, Fernando vai de vinho do Porto. E dá nome aos bois. Seu escolhido é o Burmester Jockey Club Reserva.
João Sousa, premiado sommelier do Terzetto, gosta de degustar um belo Amarone della Valpolicella nas noites invernais. O vinho italiano do Vêneto é o escolhido de Sousa por conta de sua estrutura, riqueza aromática e complexidade. Dionísio Chaves, do Fasano, prefere outro italiano. Segundo o sommelier, o Barolo é seu vinho perfeito. "Este é um vinho que pede uma temperatura mais fria", comenta Dionísio. Paulo Pinho, chef do Sagrada Familia, vai de Vin Santo, vinho de sobremesa italiano. E explica a razão: "É um vinho fortificado, cheio de potência, com personalidade forte. Combina bem com o frio e ainda é pouco conhecido do grande público".
O sommelier do Mr. Lam, Eder Heck aposta na syrah. "Para mim, o vinho perfeito para o inverno é um côte-rôtie, ou um hermitage, vinhos do vale do Rhône feitos com a syrah. São vinhos quentes, calorosos, com cor e paixão". O consultor Paulo Nicolay concorda com a uva, mas difere na origem e busca no outro lado do mundo o seu refúgio contra o frio."Eu fico com um shiraz australiano, daqueles bem gordos, encorpados, potentes". A chef Andrea Tinoco não vai tão longe. Sua escolha é um malbec argentino. Daqueles bem concentrados. "Com um ojo de bife, fica perfeito", garante. Além de todos os mencionados acima, escolheria também um dos grandes tintos de Rioja, ou então um fendant para acompanhar uma fondue de queijo ou uma raclette. Gostos à parte, o que vale é eleger os favoritos e aproveitar para degustar um bom tinto sem precisar ligar o ar condicionado. |
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| Vinhos degustados |
 Vinho da semana
The Chocolate Block 2007
Franschhoek, África do Sul
O nome já dá uma boa dica sobre o que esperar deste saboroso corte de syrah (55%), grenache (20%), cabernet-sauvignon (16%), cinsault (5%) e viognier (4%). Mas nem tudo é chocolate neste vinho. Frutas negras, baunilha e café também compõem o leque aromático. Na boca, muita estrutura, taninos macios, boa textura, acidez generosa e um final longo que deixa um gostinho de quero mais.
Nota: 9
Preço: US$ 62,50
Onde: Mistral (2274-4562)
Barato Bom
Fendant Du Valais 2007
Valais, Suíça
Inverno no Rio é sinônimo de fondue de queijo e raclette. E este vinho branco, feito com a uva fendant é a composição perfeita para ambos os casos. Leve, floral, frutado, com uma pequena agulha na boca, fresco e fácil de beber.
Nota: 8
Preço: R$ 44
Onde: Vitis Vinífera (2235-7670)
Para guardar
Toknar 2005
Vale do Aconcágua, Chile
Este é um vinho que merece toda a atenção. Produzido pela Von Siebenthal, uma das mais interessantes vinícolas chilenas, com a petit verdot, em Panquehue, no vale do Aconcágua. O lugar é perfeito para a uva. Seco, muito quente durante o dia, gelado durante a noite. O resultado: um tinto robusto, repleto de estrutura, tanino, acidez e caráter. Se a idéia for comprar e beber, decante. Mas vale a pena guardar essa jóia por, pelo menos, mais um par de anos.
Nota: 9,5
Preço: R$ 399
Onde: Terramatter (3860-6565) |
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Roberto Cheferrino