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Assim como quase tudo na vida, o mundo do vinho costuma seguir tendências. São modismos ou fases em que determinada coisa consegue atingir certo status ou cai, durante algum tempo, no gosto popular. A viognier, uva branca que, embora originária da Croácia, ficou restrita quase até o final do século passado ao vale do Rhône, consagra esta máxima. De quase extinta até o meio dos anos 1970, a cepa expandiu fronteiras. Deu-se bem na Austrália, de lá foi para os Estados Unidos, África do Sul, Argentina, Chile, Portugal, Uruguai, Nova Zelândia e por aí foi. Até no Brasil se planta a viognier hoje em dia. E olha que a viognier não é das uvas mais fáceis de cultivar. Não rende grandes produções e precisa ser colhida no momento exato ou gera vinhos desequilibrados e sem o frescor e o perfume que caracterizam a casta. E o grande trunfo da viognier é sua complexidade de aromas. Madressilva, damasco, jasmim, pêssego, almíscar e lichia são freqüentemente associados à uva. A acidez é de media para baixa e os vinhos, salvo honrosas exceções, são feitos para serem bebidos jovens. Eu, como fã incondicional da viognier, fico deveras feliz com a expansão da uva mundo afora. E a cepa foi escolhida como o tema da degustação mensal da Confraria dos Nove, feita especialmente para a Programa.

Foram 13 amostras, de oito diferentes países, provadas às cegas no restaurante Terzetto, o quartel general da Confraria. O serviço, sempre muito bom, foi conduzido pelo garçom Marciano. Participaram da degustação, além do colunista, os sommeliers João Souza (Terzetto), Yan Braz (Enoteca Fasano), Rodrigo Leal (Montagu) e Mauricio Leme (World Wine); da AB S/RJ, Fernando Miranda e Ricardo Farias; da SBAV/RJ, o presidente Paulo Gomes e os diretores Homero Sodré e Paulo Nicolay e Luciana Plaas; e os importadores Duda Nogueira, Duda Zagari, João Luis Manso, José Augusto Saraiva e Maurício Kauffman.

Todas as amostras obtiveram média superior a 7.5, o que ratificou o alto nível da prova. Infelizmente, para o bem da amostragem, faltaram representantes de Condrieu, pequena denominação de origem do norte do Rhône e expressão máxima da viognier, de Portugal, da Nova Zelândia e da África do Sul. Mesmo assim, o painel de vinhos provados foi bem representativo. Entre o que foi degustado, domínio do Novo Mundo. Em primeiro ficou o argentino Doña Paula Naked Pulp 2006, seguido de perto pelo chileno Anakena Single Vineyard Viognier 2008. Completou o pódio o francês Le Pied de Samson 2007, da Domaine Georges Vernay.

Abaixo, a classificação final dos vinhos:
 
Engarrafadas
Danusia Barbara lança, na terça dia 8, a 24ª edição do influente guia de restaurantes que faz. A festa será na Mansão Figner, no Flamengo. O evento começa às 19 horas e serão premiados o chef revelação do ano, e os melhores maître, sommelier, garçom e restaurante bom bonito e barato do Rio de Janeiro.
Vinhos degustados
Vinho da semana
Doña Paula Naked Pulp 2006
Mendoza, Argentina
O campeão da prova de viognier da Confraria dos Nove, é um belo vinho. Aromas de média intensidade, com notas de lichia, pêssego e madressilva. Na boca, é equilibrado, com acidez correta, muita qualidade e um final de persistência média e que deixa um gosto bom na boca. Combina bem com peixes em geral.
Nota: 9
Preço: R$ 94
Onde: Grand Cru (2511-7045)

Barato bom
Anakena Single Vineyard Viognier 2008
Vale do Rapel, Chile
Segundo colocado na prova de viognier promovida pela Confraria dos Nove, é um achado. Aromas de lichia, casca de tangerina e um toque floral; na boca é bem resolvido, bastante equilibrado, fresco e, embora curto, termina bem agradável. Outra boa dica para peixes e mariscos.
Nota: 8,5
Preço: R$ 48
Onde: Porto Leblon

Para guardar
Condrieu La Loye 2004
Condrieu, França
A cereja do bolo da degustação de viognier da Confraria dos Nove deveria ser um condrieu. Mas não houve nenhum na prova. Para lástima geral dos participantes. Este aqui representaria muito bem a região. Tem aromas de pêssego, lichia e damasco; em boca é cheio de volume, estrutura e frescor. Embora tenha já cinco anos, idade respeitável para um branco, ainda tem longo caminho pela frente.
Nota: 9
Preço: R$ 325
Onde: Zahil (3860-1701)
Comentários
Mauro Raja Gabaglia
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
06/12/2009 Alexandre, eu também sou fã da viognier e tomei um susto ao saber que ela quase foi extinta, seria um pecado...

Já provei todos os brancos da Anakena e esse viognier 2008 realmente se destaca em relação aos outros. Um excelente custo-prazer!
Humberto Cárcamo
Importador
Rio de Janeiro
RJ
06/12/2009 Meus caros,

Pena que esqueceram de incluir nessa prova os nossos Viognier da Lagarde, o Reserva e o Altas Cumbres. Ambos têm excelente custo-benefício e são muito bem avaliados por todos os que os provam.

Preço de loja: Altas Cumbres, R$25; Lagarde, R$40

Abs,
Humberto
Carlos Teles
Administrador
Niterói
RJ
07/12/2009 Alexandre,

Já provei alguns exemplares feitos com a uva Viognier, mas poucos com a tipicidade do Fortaleza do Seival da Miolo.

Estou falando tão somente da qualidade do vinho, porque se for falar de custo/benefício, aí então, ele é imbatível. Não chegam nem perto.
Alexandre Lalas
Colunista
Rio de Janeiro
RJ
11/12/2009 Mauro e Carlos,

Anakena e Fortaleza do Seival são dois bons exemplos de vinhos bem feitos e de preço competitivo feitos com a viognier. Assim como o Escorihuela Gascón, outro bem colocado na prova.

Humberto,

Concordo contigo em relação aos vinhos da Lagarde. São bons e competitivos. Só não os pusemos na prova porque já estávamos com três argentinos no painel.

Abraços
Alexandre Lalas
Roberto di Tullio
Porto Leblon Vinhos
Rio de Janeiro
RJ
12/12/2009 Realmente, o vinho Anakena Single Vineyard Viognier é um produto de excelente qualidade e temos recebido elogios sempre que ele é degustado. Ficamos muito satisfeitos e orgulhosos em comercializá-lo.
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]