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Embora o título desta coluna seja Vinhos e outras cachaças, a mais brasileira das bebidas nunca teve um grande espaço por aqui. Injustiça. Por definição, a cachaça é a aguardente produzida pela destilação do mosto resultante da fermentação do caldo de cana. No sentido figurado, significa paixão, inclinação ou gosto, por uma pessoa ou uma coisa. Há ainda outro, pejorativo, que muito irrita aos admiradores da cachaça: é quando alguém que bebe além da conta é taxado como "cachaceiro". Maldade. Como bem lembra o especialista em cachaça Bernardo Kvapil, muitas vezes a pessoa sequer bebe cachaça.

Bernardo é um dos batalhadores para que a cachaça seja vista de forma mais carinhosa pelo brasileiro. E um ferrenho defensor do controle de qualidade da cachaça. Ele costuma ensinar que ao escolher uma cachaça, o consumidor deve estar atento a alguns detalhes. Selo do IPI, informações do fabricante, procedência, CNPJ e registro no Ministério da Agricultura são garantias de que certos padrões foram cumpridos na fabricação.

Assim como o vinho, degustar cachaça também tem lá os seus rituais. Mais uma vez, é Bernardo Kvapil quem dá as dicas. Para começar, é preciso analisar a cor. A boa cachaça tem que estar transparente. Mesmo aquelas envelhecidas em madeira. Partículas em suspensão significam impurezas. E um provável descuido na hora de engarrafar a bebida. Cachaças turvas devem ser evitadas. Outra dica de Bernardo é girar o líquido no copo, assim como no vinho. As bebidas que não formem lágrimas são cachaças de nível inferior.

O passo seguinte é avaliar o aspecto olfativo. Segundo Bernardo, uma boa cachaça tem aromas de cana em primeiro lugar. E, dependendo do tipo de armazenamento, baunilha, canela, cravo e outras especiarias. Aromas de couro, terra e ovo denotam a presença de objetos estranhos à cachaça, portanto, de má procedência. Outro aspecto que mostra defeito na bebida é a ardência no nariz quando se inala a cachaça.

E, por fim, botamos a cachaça na boca. Bernardo recomenda que o degustador dê dois pequenos goles apenas para espalhar pela língua e as bochechas. Com a boca já preparada para receber o líquido, aí sim o degustador pode tomar goles mais generosos. Uma advertência que Bernardo faz é sobre o tipo de cachaça a ser provado. As novas, em geral brancas, com estágio em aço ou madeiras neutras, são mais agressivas ao paladar. Em geral, são as preferidas dos já iniciados. Enquanto as envelhecidas em madeira são, na maioria das vezes, mais macias, redondas.

Portanto, aproveite as preciosas dicas de Bernardo Kvapil, escolha a cachaça e deixe se levar pela mais brasileira das bebidas. Seja pura ou na consagrada caipirinha, com a fruta que bem entender.
 
Comentários
Pedro Paulo Bon
Apreciador
Garuva
SC
15/02/2010 Senhoras e Senhores apreciadoras(es) da mais legítima expressão etílica brasileira: já merecíamos um reconhecimento a altura da nossa preferência. Temos hoje cachaças com níveis de qualidade bem superiores a muitas outras bebidas existentes e largamente consumidas no mundo.

Recomendo, para quem realmente gostaria de saber mais (ou quase tudo) sobre o assunto, o Clube Mineiro da Cachaça. www.clubemineirodacachaca.com.br E procure pelo seu Presidente emérito, grande pessoa e um excelente papo, Murilo Albernaz.

Saudações e parabéns geral pelo conjunto da obra da EnoEventos.
Tito Villar
Médico
Juiz de Fora
MG
15/02/2010 Caro Alexandre:

Parabéns pela excelente matéria. A boa cachaça serve como aperitivo durante almoço informal e no final das refeições. Já existem excelentes licores de cachaça para o final de almoço e jantares regados a bons vinhos, com teor alcoólico de 20 a 25gr, para servir bem gelado, pode ir ao freezer que não congela. Tem feito o maior sucesso em alguns dos meus jantares.

Para os amantes da nossa bebida brasileira, mais uma dica: é a Maria da Cruz, envelhecida em tonéis de carvalho, bem leve, da fazenda do nosso estimado vice-presidente José Alencar, em Muriaé M.G, umas das melhores do país. Uma cachaça boa e resistente como a sua saúde. Ele não dispensa uma dose com torresmo diariamente. O preço é bem camarada, apesar da produção ser limitada.

Como enófilo e um bom degustador de cachaça sugiro novas matérias.

Um grande abraço, Tito
Eder Heck
Sommelier
Rio de Janeiro
RJ
17/02/2010 Rubronegro,

Vais necessitar de muita cachaça depois de hoje, o Fogo vai pegar rsrsrsrsr.

Abs e parabéns!!!
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]