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 Nicolas Joly costuma dizer que "um vinho não deve apenas ser bom, mas ser sincero e refletir as sutilezas do lugar de origem". Um dos principais nomes da viticultura biodinâmica, o francês é responsável por elevar a chenin blanc a um patamar antes desconhecido. Com a uva, faz um dos melhores vinhos brancos do planeta, o Clos de La Coulée de Serrant, cujos sete hectares de vinhas foram plantados pelos monges cistercienses em 1130.
A agricultura biodinâmica é baseada em métodos ancestrais que remontam à Idade Média. As influências do sol, da lua, das estrelas, dos animais, do meio ambiente, tudo é respeitado. E o uso de todos os fertilizantes químicos, pesticidas e fungicidas é radicalmente abolido. Segundo Joly "o uso de herbicidas faz com que a planta necessite cada vez mais do uso de outros herbicidas e fertilizantes químicos ainda mais fortes, num ciclo parecido com o de um viciado em drogas". Para evitar doenças, Joly costuma, anualmente, pulverizar sobre as vinhas uma pequena quantidade de enxofre e outra de uma mistura de cal e cobre. Segundo ele, o enxofre tem um efeito benéfico, principalmente quando as vinhas estão em flor.
Embora para algumas pessoas o conceito de biodinâmica seja apenas uma forma de marcar uma posição simpática e politicamente correta em um mundo dominado por uma competição cada vez mais feroz, o fato é que os vinhos de Joly falam por eles. São bons pacas. E caros. No Rio, o sommelier Pedro Dias, do D'Amici, quando reformulou a carta de vinhos do restaurante incluiu uma vertical de Clos de La Coulée de Serrant. Estão disponíveis no restaurante as safras de 1973, 1989, 1990, 1994, 2004 e 2005. Os preços variam entre R$ 920 e R$ 2.430. Parece caro. E é. Mas sorte de quem pode pagar.
Mudando da uva para a cana, o chef Paulo Pinho promoveu, na semana passada, uma degustação às cegas de cachaça, no restaurante dele, o Sagrada Família, no Centro. Foram testadas cinco branquinhas (sem envelhecimento em madeira) e quatro envelhecidas. Entre as brancas havia uma pegadinha: uma cachaça industrial. Mas, o júri, formado pelos especialistas Paulo Pinho, Paulo Gomes, Raimundo Neto, Rodrigo Rosa, Nélson Moreira Franco e Alexandre "Baru" Cilento, não caiu na armadilha. E a "intrusa" entre as cachaças artesanais de qualidade amargou a lanterna, longe das outras. Abaixo, o resultado:
Brancas: 1º) Serra Limpa - 103 pontos 2º) Santo Grau - 102 pontos 3º) Corisco - 83 pontos 4º) Volúpia - 71 pontos 5º) Sagatiba - 37 pontos
Envelhecidas: 1º) Anísio Santiago - 115 pontos 2º) Velha de Januária - 108 pontos 3º) Vale Verde - 97 pontos 4º) Lua Cheia - 83 pontos |
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Engarrafadas |
Dia 10 de abril é dia da 12ª edição do já tradicional Jantar dos Chef, na Pousada Terras Altas, em Visconde de Mauá. O evento, que acontece duas vezes por ano, é, de fato, memorável. Os chefs Paulo Pinho, Flávia Quaresma e Paulo Nicolay se reúnem em uma noite inesquecível temperada por alta gastronomia, excelentes vinhos e muita descontração.
Neste ano, caberá a Paulo Pinho preparar a entrada: terrine de haddock com aspargos frescos ao molho antiboise. O primeiro prato ficará a cargo de Flávia Quaresma: truta salmonada sobre mix de quiabo e grão de bico perfumado com gengibre, purê de banana com coco e molho de manga com cúrcuma. Paulo Nicolay será o responsável pelo prato principal: risoto de confit de pato com cogumelos paris. Flavinha volta para a sobremesa: roulade de chocolate com castanhas brasileiras e compota de cupuaçu.
Para harmonizar com os pratos, uma seleção de vinhos espanhóis da importadora Península, selecionados pelo consultor Paulo Nicolay. Este é um daqueles programas que merecem o rótulo de imperdível. O jantar custa R$ 192 por pessoa, com o serviço e os vinhos incluídos. Ainda há vagas. Mas poucas. As reservas podem ser feitas através do telefone 24 3387-2132. |
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