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Semana movimentada no Rio de Janeiro, com visita de enólogos, produtores e diretores de vinícolas de diversos países e regiões. Estiveram por aqui o produtor francês François Lurton, que veio apresentar os vinhos que faz na Argentina; o enólogo Sergio Cuadra, da vinícola chilena Caliterra; o português Pedro Branco, um dos donos da Quinta do Portal; e a gerente de exportação da Maison Louis Latour, a inglesa Vivienne Holliday.

LURTON
François Lurton é um cidadão do mundo. Natural de Bordeaux, é dono de vinícolas na França, na Espanha, em Portugal, no Chile e na Argentina. Aventureiro, sonha em ir morar na Nova Zelândia para esquiar, escalar e velejar. Mas isto, quando se aposentar. Enquanto esta hora não chega, além de fazer vinho, gasta a energia e dinheiro em outras atividades. Neste ano, participou do Rally Dakar 2010, disputado entre a Patagônia e o deserto do Atacama. E chegou até o final da prova, mesmo com uma vértebra quebrada. Com novo importador no Brasil para os vinhos que faz na Argentina - a Barrinhas - François Lurton recebeu convidados para um almoço no Giuseppe Grill, no Leblon, e mostrou alguns dos rótulos que produz no vale do Uco, em Mendoza.

Lurton Pinot Gris 2009
Mendoza, Argentina
Branco leve, feito com a pinot gris - uma aposta de Lurton para a Argentina. No nariz, flores brancas, pêssego e arruda. Na boca, tem boa acidez, álcool e açúcares bem equilibrados, mas com um exagerado amargor no fim de boca.
Nota: 7
Preço: R$ 33,35
Onde: Barrinhas (2131-0021)

Gran Lurton Corte Friulano Reserva 2009
Mendoza, Argentina
Branco interessante, feito com a friulano, casta típica do norte da Itália, fermentada em barrica e cortada com pinot gris, chardonnay e torrontés, estas sem passagem em madeira. No nariz, os aromas vindos da madeira, como manteiga e baunilha, dominam. Na boca, o vinho mostra-se melhor, com bom corpo, equilíbrio e um toque cítrico no final.
Nota: 7,5
Preço: R$ 38,30
Onde: Barrinhas (2131-0021)

Gran Lurton 2007
Mendoza, Argentina
Tinto de bom nível e ótimo custo-benefício, corte de cabernet-sauvignon (85%) e malbec (15%), envelhecido em barricas francesas e americanas, de primeiro e segundo uso. Intenso e rico no nariz, com notas de amora, cereja, baunilha, tabaco e chocolate. Na boca, tem bom corpo, taninos doces e uma acidez correta. Falta fim de boca.
Nota: 8
Preço: R$ 38,30
Onde: Barrinhas (2131-0021)

Piedra Negra 2004
Mendoza, Argentina
Lurton foi um dos primeiros produtores a apostar em malbec na Argentina, isso quando ainda prestava consultoria a Nicolas Catena Zapata. Este vinho é uma delícia, um dos melhores feitos com a casta no país. Fruta negra madura e canela no nariz; na boca, a acidez precisa segura um vinho robusto, potente e concentrado.
Nota: 9
Preço: R$ 79,35
Onde: Barrinhas (2131-0021)

Chacayes 2006
Mendoza, Argentina
Top de linha da vinícola, corte de malbec (80%) e cabernet-sauvignon (20%) de um único vinhedo, de alta densidade e baixo rendimento. Imenso no nariz, com notas de violeta, frutas vermelhas maduras, baunilha, chocolate e café. Na boca, mantém o nível. Volumoso, maduro, macio, harmônico e longo.
Nota: 9
Preço: R$ 166,75

CALITERRA
A Caliterra era uma joint-venture entre o norte-americano Robert Mondavi e a vinícola chilena Errázuriz, nascida em 1996 com o objetivo de abastecer o mercado dos Estados Unidos com vinhos baratos e fáceis de beber. Portanto, qualidade não era exatamente o foco da companhia. Em 2004, a sociedade foi desfeita e a parte de Mondavi foi comprada pelos chilenos. O mercado norte-americano foi para o espaço e a Caliterra quase fechou as portas. Uma mudança na mentalidade, priorizando a qualidade em vez da quantidade, fez com que a vinícola se mantivesse de pé. O enólogo Sergio Cuadra veio ao Brasil mostrar, em dois eventos, o resultado desta mudança. Em um almoço no Marius Degustare, foi feita uma degustação com todas as safras do Centit, o topo de gama da vinícola. Em um jantar na Plataforma, foram degustados outros vinhos da empresa.

Caliterra Reserva Sauvignon Blanc 2008
Vale do Curicó, Chile
Sauvignon blanc bem típico do Chile, igual a dezenas de outros produzidos no país. Intenso no nariz, com notas de maracujá, manga e arruda. Na boca, acidez acima da curva, pouco corpo e um final curto e cítrico.
Nota: 6,5
Preço: R$ 69
Onde: Decanter (2286-8838)

Caliterra Tributo Single Vineyard Malbec 2006
Vale do Colchágua, Chile
A cor, escura toda a vida, lembra a de um cahors (vinho feito com a mesma uva na França). O nariz, repleto de terra e couro, idem. Mas na boca, falta ao vinho a estrutura dos franceses. Ou seja, nem é um malbec argentino floral e frutado, tampouco um cahors de boa cepa. Fica no caminho entre ambos. Há outros melhores feitos com a casta no Chile.
Nota: 6,5
Preço: R$ 98
Onde: Decanter (2286-8838)

Caliterra Tributo Single Vineyard Cabernet Sauvignon 2007
Vale do Colchágua, Chile
Bom cabernet-sauvignon, bem feito e agradável de beber. No nariz, aromas de cereja, cassis, terra molhada, nozes, couro e fumo. Na boca, médio corpo, acidez correta, taninos maduros e um final de médio para longo.
Nota: 8
Preço: R$ 98
Onde: Decanter (2286-8838)

Edición Limitada Carmenère Malbec 2006
Vale do Colchágua, Chile
Unir o frescor e a fruta da malbec com a força e o apimentado da carmenère é uma boa ideia. Esta é a segunda versão deste vinho. Embora já se perceba uma evolução em relação à safra anterior, a bebida ainda pode melhorar. No nariz, flores e frutas secas. Na boca, tem boa acidez, médio corpo, taninos maduros, mas sobra um pouco de álcool.
Nota: 7,5
Preço: R$ 129
Onde: Decanter (2286-8838)

Edición Limitada Shiraz/Cabernet/Viognier 2006
Vale do Colhágua, Chile
A shiraz e a viognier são fermentadas juntas e depois mescladas com a cabernet-sauvignon neste curioso corte. Pena que não funciona. No nariz, até impressiona. Fruta fresca, flores, carne crua, tabaco, tudo misturado. Mas na boca, não diz a que veio. Falta corpo, sobra acidez.
Nota: 6
Preço: R$ 129
Onde: Decanter (2286-8838)

Cenit 2006
Vale do Colchágua, Chile
Este corte de cabernet-sauvignon (53%), malbec (27%) e petit verdot (20%) é o ícone da Caliterra. E é a prova viva de que é possível, sim, mudar o rumo das coisas. No nariz, cereja, cassis e chocolate. Na boca, tem volume, boa estrutura, acidez correta, taninos sedosos e um final longo e fresco. Um belo vinho.
Nota: 9
Preço: R$ 245
Onde: Decanter (2286-8838)

QUINTA DO PORTAL
A Quinta do Portal é uma das poucas propriedades do Douro que não está na mão dos ingleses. Já na quarta geração de vinhateiros, procura seguir o conceito de vinícola butique. As vinhas estão espalhadas em cinco quintas, na região de Cima Corgo, no Douro. Pedro Mansilha Branco, um dos sócios da casa, mostrou em jantar no Terzetto, em Ipanema, algumas das novidades. Entre elas, o Auru, o top de linha da vinícola, com produção de pouco mais de 2 mil garrafas.

Quinta do Portal Relato Branco 2008
Douro, Portugal
Corte de gouveio (50%) e malvasia fina (45%) com 5% de viosinho, sem passagem por madeira, este é um vinho leve e fácil de beber. Daqueles feitos com o único propósito de dar prazer a quem experimenta. Nariz pouco expressivo, com um toque floral, fica bem melhor na boca, onde é fresco e saboroso. Bom com ostras e mariscos.
Nota: 7,5
Preço: R$ 68
Onde: Paralelo 35 (3106-7722)

Quinta do Portal Grande Reserva 2006
Douro, Portugal
O Douro é uma região conhecida pelos vinhos do porto. E alguns tintos fabulosos feitos ali são, muitas vezes, negligenciados. Este é uma beleza. Corte de touriga nacional (50%), tinta roriz (35%) e touriga franca (15%), com passagem de 14 meses em barricas novas de carvalho francês, é um tinto concentrado e rico. No nariz, ameixa, amora, cereja preta, chocolate amargo. Na boca, vigoroso, encorpado, com taninos robustos, cheio, longo e com uma acidez perfeita que impede o vinho de ficar cansativo.
Nota: 9
Preço: R$ 185
Onde: Paralelo 35 (3106-7722)

Quinta do Portal Auru 2007
Douro, Portugal
Auru significa ouro em latim. E este pode ser chamado, com perdão do trocadilho, de ouro do Douro. É um vinho superlativo. Corte de touriga nacional (65%), tinta roriz (30%) e touriga franca (5%), é produzido apenas em anos excepcionais. Esta é a terceira edição. Antes, havia sido lançado em 2001 e 2003. No nariz, mirtilo, amora, especiarias, pimenta, com evolução para café. Na boca, é encorpado, com taninos finos (embora ainda um tanto duros), vigor, força, acidez perfeita e um final enorme. Um vinho ainda novo, precisa de tempo em garrafa para mostrar todo o potencial que tem. Esqueça na adega por, pelo menos, 5 anos.
Nota: 9
Preço: R$ 650
Onde: Paralelo 35 (3106-7722)

LOUIS LATOUR
A Maison Latour é uma das mais tradicionais da Borgonha. Além de possuir vinhedos em diversas áreas da região, também atua como negociante comprando uvas de pequenos e selecionados produtores. A gerente de exportação da vinícola, Vivienne Holliday participou de um almoço da Expand Ipanema e apresentou alguns dos vinhos da companhia.

Louis Latour Meursault "Château de Blagny" 2001
Borgonha, França
Château de Blagny é um vinhedo exclusivo, que fica nas colinas sobre as comunas de Meursault e Puligny-Montrachet. Este é um branco de extrema fineza e delicadeza, no auge da forma. No nariz, um perfeito exemplo de casamento entre fruta e madeira. Notas de frutas cítricas maduras, avelã e um toque de mel. Na boca, elegante até dizer chega, com uma acidez perfeita, médio corpo e um final largo e relativamente doce.
Nota: 9
Preço: R$ 350
Onde: Inovini/Expand (2123-7900)

Louis Latour Meursault "Château de Blagny" 2005
Borgonha, França
Mersault é uma das melhores regiões para vinhos brancos na Borgonha. Mas nem tudo o que sai de lá tem a mesma qualidade. Quando bom, um vinho dali pode se aproximar dos lendários montrachets. E mesmo quando não tão bons assim, ainda têm o seu valor. Este não é dos bons. É dos ótimos. Um grande vinho em uma safra espetacular. Nariz intenso e rico, com notas de maçã, lima da pérsia, mel e um toque mineral. Na boca, é ainda melhor. Untuoso, gordo, cheio, e com uma acidez formidável e um final longo e frutado.
Nota: 9,5
Preço: R$ 350
Onde: Inovini/Expand (2123-7900)

Louis Latour Meursault "Château de Blagny" 2007
Borgonha, França
Ainda um bebê de fraldas, este branco mantém o nível dos vinhos da casa, embora furos abaixo da safra 2005. Nariz de intensidade média, com notas de frutas cítricas e manteiga. Na boca, boa acidez, médio corpo, sedoso e com final de persistência média.
Nota: 8,5
Preço: R$ 350
Onde: Inovini/Expand (2123-7900)

Louis Latour Chassagne-Montrachet Rouge 2007
Borgonha, França
Não é por acaso que a Borgonha é a terra encantada da pinot noir. Em nenhum outro lugar do mundo a uva gera vinhos tão delicados e profundos como na Borgonha. E olha que este nem é dos mais inesquecíveis. Mesmo assim, é um poço de elegância e fineza. No nariz, morango e cerejas. Na boca, médio corpo, acidez perfeita, equilibrado, final de média persistência e muita fruta.
Nota: 8,5
Preço: R$ 178
Onde: Inovini/Expand (2123-7900)

Louis Latour Aloxe-Corton 1er. Cru "Les Chaillots" 2005
Borgonha, França
Grande vinho de um ótimo produtor, pinot noir em melhor forma. Rico e intenso aromaticamente, com notas de cereja, amora, framboesa e mirtilo. Na boca, é um veludo. Acidez impecável, muita estrutura, elegância, fineza e persistência.
Nota: 9
Preço: R$ 345
Onde: Inovini/Expand (2123-7900)
 
Comentários
Eugênio Oliveira
Enófilo
Brasília
DF
26/07/2010 Caro Lalas,

O Chacayes 2006 não está à venda na Barrinhas? Ou faltou colocar o "Onde" e tel.? O preço é de R$166,75 mesmo? Se for abaixou bem em relação ao antigo importador.

Esse mesmo Chacayes tem o corte de 80% malbec (sendo 5% desse percentual de Côt) e dos 20% restantes (18% C.S e 2% Bonarda).
Alexandre Lalas
Colunista
Rio de Janeiro
RJ
26/07/2010 Oi Eugênio

É isso mesmo, é a Barrinhas que traz o Chacayes tb. Era tanto vinho que faltou colocar a informação nesse....

Abraços
Lalas
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