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 O icewine (ou eiswein) é um vinho de sobremesa feito com uvas colhidas durante o inverno, praticamente congeladas. O congelamento provoca a eliminação do líquido e uma enorme concentração de açúcar. É assim na Alemanha, na Áustria e no Canadá, principais produtores da bebida. Na Espanha, no entanto, a coisa é um pouco diferente. Como não há condições climáticas favoráveis para o congelamento natural da uva, a solução encontrada é simples: colocar a fruta num freezer.
E a coisa deu tão certo que a primeira denominação de origem para vinho do gelo (vino dulce de hielo, em espanhol, ou vi dolç del fred, em catalão) foi aprovada em Penedès, na Catalunha. É a primeira DO europeia para vinhos feitos com uvas congeladas artificialmente. Chardonnay, gewürztraminer, malvasia de sitges, moscatel de grano menudo, moscatel de alexandria, riesling, sauvignon blanc e merlot são as uvas autorizadas para a produção do icewine em Penedès. As uvas devem ter um mínimo de 240 gramas por litro de açúcar. Adicionar açúcar ao mosto é proibido. Para ser rotulado como icewine espanhol, o vinho deve ter ainda entre 70 e 150g/l de açúcar residual e entre 9,5 e 13,5% de álcool. A nova denominação de origem vale para vinhos produzidos a partir de 2009. Pioneiro na produção de vinhos do tipo na Espanha, o produtor Jaime Gramona, da vinícola epônima, produz na região um vi de gel, desde 1997.
Novas denominações de origem também saem do papel na França. Foi oficializada na semana passada a criação de quatro novas AOC (apelação de origem controlada) no país. Duas na Borgonha (Côteaux Bourguignons e Bourgogne Côte d'Or) e outras duas no vale do Rhône (Grignon Lès Adhémar e Rasteau). O OK das autoridades francesas é uma adequação às necessidades de mercado a atende às aspirações de produtores das duas regiões.
Côteaux Bourguignons será, na verdade, um novo nome para vinhos que já estão no mercado como Bourgogne Grand Ordinaire. Na escala dos vinhos da região, ficam abaixo dos rotulados como Bourgogne genéricos. São feitos com chardonnay, pinot noir ou gamay. Já Bourgogne Côte d'Or é uma denominação completamente nova. Vai abranger os vinhos comuns, antigamente rotulados como Bourgogne, produzidos em Côte de Beaune e Côte de Nuits. Os produtores esperam despejar no mercado 700 mil garrafas com a nova apelação já em 2012.
No Rhône, Grignon Lès Adhemar equivale a antiga área chamada Côteaux de Tricastin, situada a 30 quilômetros de Châteauneuf-du-Pape. A mudança de nome foi motivada por uma queda na venda dos vinhos da região, ocorrida por conta da associação do nome tricastin com a usina nuclear que fica nas proximidades. Já Rasteau já existia como uma vila de Côte-du-Rhône e como uma denominação exclusiva para vinhos fortificados. Agora, tintos feitos no lugar sobem para o status de cru, junto com outros do sul do Rhône como Châteauneuf-du-Pape, Tavel, Lirac, Gigondas, Vacqueyras, Beaumes de Venise and Vinsobres.
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Vinhos degustados |
Barato bom Ciranda 2006 Alentejo, Portugal É raro encontrar um vinho de entrada de gama tão bem feito quanto este produzido pela sempre confiável Herdade dos Coelheiros. Nariz franco, com notas de frutas vermelhas frescas, especialmente morango e framboesa. Na boca, é fresco, leve, frutado, macio e bom de beber. Não espere grande complexidade ou um final de boca arrebatador. Este é um vinho simples, mas que dá um enorme prazer a quem o prova. Um achado. Nota: 8,5 Preço: R$ 35,22 Onde: Mistral (3534-0044) |
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