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Queijos e vinhos. Muitas vezes, um até parece sobrenome do outro, tantas as associações feitas entre a comida e a bebida. Quem nunca chamou amigos para uma reunião regada às duas delícias que atire a primeira rolha.

Mas por mais que queijos e vinhos pareçam ter nascido um para o outro, não é exatamente assim que a banda toca. No casamento gastronômico perfeito há várias nuances que norteiam a melhor harmonização entre os dois. Uma deliciosa e leve mossarela vai bem com um branco de Bergerac, um rosado do vale do Rhône não encorpado ou até mesmo com um beaujolais ou um valpolicella. Já um queijo mais vigoroso, como o roquefort, foi criado por Deus para acompanhar um sauternes. Outros queijos da mesma família, como o gorgonzola, vão bem com um porto ou um tokaji aszú.

Um gruyère combina perfeitamente com um côtes-du-rhône. Um gouda pode se dar bem se acompanhado de um cabernet-sauvignon não muito encorpado. Já um reblochon pede um chardonnay barricado. Um brie ou camembert merecem uma atenção especial. Se estiverem ainda novos, harmonizam com um viognier, de preferência do Rhône, ou até mesmo com um branco de Bordeaux. Mais maduros, ou seja, perto da expiração da data de validade, vão bem com um shiraz do Novo Mundo ou um grenache espanhol de vinhas velhas.

Os queijos de cabra se dão otimamente com vinhos franceses feitos com a sauvignon blanc, como um sancerre ou um pouilly-fumé ou mesmo com um chardonnay que não passe em madeira. Um parmesão pede um italiano tinto com taninos presentes. Para não errar, uma boa regra é acompanhar os queijos com vinhos de sua região de origem.

Quem resolver ignorar a chegada do calor, ligar o ar condicionado no máximo e optar por um fondue de queijo e quiser mesmo impressionar, o ideal é tentar achar um fendant, branco suíço feito com a uva chasselas. Aí é correr pro abraço e garantir a tradição suíça em pleno calor carioca! Já o fondue de carne combina com tintos não muito encorpados, como um malbec argentino ou um merlot nacional. O de chocolate pede um banyuls, vinho de sobremesa do Languedoc.

Mas as dicas valem mesmo é para aqueles que pretendem conseguir a melhor harmonização entre queijo e vinho. Se a intenção for apenas reunir os amigos para um bom bate papo ou mesmo curtir a dois, vale é abrir a garrafa, cortar o queijo e deixar rolar.
 
Comentários
Marcelo Carneiro
Advogado e escritor
Resende
RJ
24/10/2010 Outro dia fiz uma experiência nova com uma tábua de queijos, já que, em geral, tomava com tintos. Harmonizei com um Torrontés (da Suzana Balbo, se não me engano). Salvo o gorgonzola que praticamente tive que deixar de lado, os demais caíram muito bem. Uma grata surpresa.

Há poucas semanas, experimentei um Gorgonzola com um gewurztraminer alsaciano (Chateau D'Orschwir). Sacre Bleu! A perfeição na Terra (rssss)
Leila Santos
Enófila
Rio de Janeiro
RJ
25/10/2010 Alexandre,

Para um 'queijos e vinhos' modesto, só para um casal, por exemplo, com umas 4-6 variedades de queijo, como fazer para harmonizar? Quais os tipos de branco e tinto que se harmonizam com uma variedade maior de queijos? Estou perguntando porque nesses casos costumo abrir no máximo duas garrafas e gostaria de escolher as mais adequadas.

Obrigada.
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]