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A cada ano que passa, fico com a nítida impressão de que o tempo anda mais rápido. Mal terminaram as eleições e já é Natal! Eu estava preparando uma coluna sobre a touriga-nacional quando meu telefone tocou. Era um amigo meu que não vejo há tempos. Perguntou-me como iam as coisas, cobrou minha ausência nas peladas e tivemos aqueles dois minutos básicos de conversa até que ele realmente disse o motivo de ter ligado.

- Sabe o que é, eu tenho que dar um presente para o meu chefe. E como ele gosta muito de vinhos, pensei em comprar um para ele. Só que eu não entendo nada do assunto, daí te liguei para pegar umas dicas.

Pronto. E eu achando que o meu belo futebol é que estava fazendo falta. Ledo engano. Dei a dica ao meu amigo e mudei o assunto da coluna desta semana. A touriga pode esperar. Mas em vez de apenas preparar uma lista de vinhos, decidi fazer diferente. Preparei quatro perfis (custo-benefício, tradicional, audacioso, milionário).

O primeiro, como o próprio nome revela, é para quem quer gastar pouco, mas bem. São vinhos que não custam mais de R$ 50 e que possuem qualidade suficiente para não serem considerados um presente de grego. A lista tradicional é para quem não quer correr o risco de errar. São vinhos de distintas faixas de preço, mas que têm o comum a quase unanimidade: é difícil encontrar quem não goste.

Já a terceira lista é para quem quer surpreender o presenteado. É para quem acha que não basta ser bom, tem que ser diferente, inusitado. Alguns vinhos são até difíceis de achar. A última lista é para quem tem dinheiro e quer comprar um vinho especial para impressionar alguém. Mas, como não basta ser caro, o ideal é que seja também raro.

Vale a ressalva de que esta não é uma lista de melhores isso ou top aquilo. É apenas um apanhado de bons vinhos que provei neste ano e que me vieram à cabeça na hora em que escrevi este texto.

No mais, boas festas e um Feliz Natal a todos!
 
Custo benefício
Finis Terra Branco 2009
Alentejo, Portugal
Este não é um grande vinho, daqueles que a gente prova e fica horas pensando nele. Longe disso. É um vinho simples e bem feito, cujo trunfo maior está na relação preço-qualidade. Corte de antão vaz, síria, rabo de ovelha e perrum, com nariz frutado e levemente cítrico. Na boca, nenhum mistério a desvendar: é fresco e leve. Um vinho para festas, vernissages, coquetéis, casamentos.
Nota: 7
Preço médio: R$ 18
Onde: CCA

Campo Lindo Gran Reserva 2001
Rioja, Espanha
Corte de tempranillo e cabernet-sauvignon, se não encanta, tampouco desagrada. Nariz discreto em que apenas a madeira sobressai, com aromas de baunilha. Na boca, é ligeiro, mas agradável. Um vinho simples, de bom preço, para o dia-a-dia.
Nota: 7
Preço médio: R$ 26
Onde: Zona Sul

Falernia Sangiovese 2008
Vale de Elqui, Chile
Vinho leve, frutado e bastante agradável deste produtor. No nariz, cereja. Na boca, frescor, leveza, maciez e fruta. Um vinho simples e bem feito, sem grandes pretensões, mas bastante agradável. E de boa relação custo-benefício.
Nota: 8
Preço médio: R$ 30
Onde: Premium

Massimo Boschi Chardonnay Speciale 2007
Vale dos Vinhedos, Brasil
Chardonnay de qualidade, feito por esta pequena vinícola gaúcha. No nariz, a fermentação malolática feita na barrica se apresenta, com os aromas de manteiga e pipoca. Mas a fruta está lá, especialmente maçã, assim como um leve toque de baunilha. Na boca, boa estrutura, a acidez bem marcada impede que o vinho pese, e tem um volume raro de encontrar em brancos da região. Ótima relação preço-qualidade.
Nota: 8
Preço médio: R$ 35
Onde: Confraria Carioca

Juan Benegas Malbec 2006
Mendoza, Argentina
Cada vez mais os vinhos feitos com a malbec ganham mercado mundo afora. Os brasileiros também parecem enamorados pela uva. Mas o consumidor precisa ter atenção. Tem muito malbec mal feito na praça. Este aqui é dos bons. No nariz, violeta, cereja e amora. Na boca, médio corpo, boa estrutura, macio, com taninos doces e um final curto.
Nota: 8
Preço médio: R$ 37
Onde: Vinhos do Mundo

Domaine du Tariquet Chardonnay 2008
Côtes de Gascogne, França
Branco sempre muito bem feito por este produtor francês, comum em dez entre dez bistrôs parisienses, justamente pela boa relação custo-benefício. No nariz, uma fruta branca até mais madura do que o costume deste vinho. Na boca, mantém o frescor esperado, com bom equilíbrio e uma leveza que é a marca deste produtor. Simples, bem feito e barato.
Nota: 8
Preço médio: R$ 39,50
Onde: Nova Fazendinha

Ciranda 2006
Alentejo, Portugal
É raro encontrar um vinho de entrada de gama tão bem feito quanto este produzido pela sempre confiável Herdade dos Coelheiros. Nariz franco, com notas de frutas vermelhas frescas, especialmente morango e framboesa. Na boca, é fresco, leve, frutado, macio e bom de beber. Não espere grande complexidade ou um final de boca arrebatador. Este é um vinho simples, mas que dá um enorme prazer a quem o prova. Um achado.
Nota: 8,5
Preço médio: R$ 37
Onde: Mistral

Koyle Reserva Cabernet Sauvignon 2007
Vale do Maipo, Chile
Com uvas dos vales do Maipo e do Colchágua é feito este vinho, um cabernet-sauvignon reforçado com 12% de carmenère. Nariz rico, com notas de amora fresca, mirtilo e um toque de mentol, com evolução para chocolate amargo, tabaco, café e um toque de pimenta negra. Na boca, é fresco, macio, de médio corpo, com bom volume e um final de média intensidade.
Nota: 8,5
Preço médio: R$ 49
Onde: Grand Cru
Tradicional
Fernando de Castilla Fino Classique
Jerez, Espanha
Xerez de qualidade, excelente aperitivo, este é um vinho bom para começar uma noite. Intenso e rico no nariz, com notas de amêndoas e nozes. Na boca, muito seco, com uma leve salinidade, bom volume e muito frescor. Perfeito com frutos do mar.
Nota: 8
Preço médio: R$ 45
Onde: Casa Flora

Auntsfield Orchard Hill Chardonnay 2009
Marlborough, Nova Zelândia
Novidade nas prateleiras dos supermercados Zona Sul, este é um chardonnay que merece atenção. Aqui, ao contrário de muitos brancos feitos com a uva no Novo Mundo, o que conta é a fruta, o frescor. No nariz, nêspera, pêssegos, melão, e um leve toque cítrico. Na boca, bom volume, com leveza, acidez deliciosa, e mais fruta. Final de persistência média e bem agradável.
Nota: 8,5
Preço médio: R$ 66,70
Onde: Zona Sul

Polkura Syrah 2007
Vale do Colchágua, Chile
Foi um ano mais frio do que costume em Marchigüe, o de 2007. E o resultado é um vinho ligeiramente diferente do estilo normal do Polkura. Menos intenso no nariz, com notas mais florais, embora ainda se encontre a fruta negra, as ervas e a pimenta. Na boca, é menos vigoroso, mas bastante fino, com ótima estrutura e um grande frescor. Final longo e que deixa uma sensação de frescor na boca. Um vinho para envelhecer mais um tempo em garrafa.
Nota: 9
Preço: R$ 75
Onde: Premium

Piedra Negra 2004
Mendoza, Argentina
François Lurton foi um dos primeiros produtores a apostar em malbec na Argentina, isso quando ainda prestava consultoria a Nicolas Catena Zapata. Este vinho é uma delícia, um dos melhores feitos com a casta no país. Fruta negra madura e canela no nariz; na boca, a acidez precisa segura um vinho robusto, potente e concentrado.
Nota: 9
Preço médio: R$ 80
Onde: Barrinhas

Luca Beso de Dante 2006
Mendoza, Argentina
Corte de malbec e cabernet-sauvignon, com produção de pouco mais de 3 mil garrafas. Nariz rico e intenso, com notas de cassis, couro, tabaco, baunilha e evolução para chocolate. Na boca, tem boa estrutura e corpo, taninos macios, acidez corretíssima, volume e um final longo e com notas de frutas maduras.
Nota: 9
Preço médio: R$ 95
Onde: Vinci

Ramirana Premium 2005
Vale do Maipo, Chile
Corte de syrah, cabernet-sauvignon e carmenère de uvas vindas de Fundo Trinidad, parte mais perto da costa do vale do Maipo. Rico e intenso no nariz, com notas de amoras, cassis, pimenta do reino, noz moscada e evolução para chocolate. Na boca, boa estrutura, bom volume, equilibrado, taninos de qualidade, acidez no ponto e final largo. Muito bom vinho.
Nota: 9
Preço médio: R$ 110
Onde: Cantu

Morgon Marcel Lapierre 2008
Beaujolais, França
Quem não crê que a gamay possa gerar um vinho de excelência, capaz de rivalizar com muito pinot de boa cepa, deveria provar esta obra de arte produzida por Marcel Lapierre. No nariz, cereja e morango sobressaem. Na boca, delicado e elegante, fresco e frutado, com um final longo e prazeroso. Combina com frango, coelho, peru. Uma beleza que mostra o quão prazeroso pode ser um bom cru de beaujolais na mão de quem realmente entendia do assunto e que, infelizmente, nos deixou há pouco tempo.
Nota: 9
Preço médio: R$ 129
Onde: World Wine

Barolo Tre Ciàbot 2005
Piemonte, Itália
Um grande barolo em um ano excepcional, feito com uvas oriundas de um vinhedo de apenas 0,6 hectares. Nariz de riqueza e finesse ímpares, com notas de rosas, violetas e frutas frescas, com evolução para grafite, terra e cogumelos. Na boca, elegância é a chave. Fino, macio, com acidez perfeita, encorpado e com um final longo e floral. Grande vinho.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 190
Onde: Mercovino
Audacioso
Muscadet de Sevre & Maine Sur Lies Domaine de La Papiere 2008
Loire, França
Um muscadet é a combinação clássica com ostras, mariscos, mexilhões e outros frutos do mar. Quando bom, é mineral no nariz e com uma leve salinidade na boca. Este é assim. E ainda tem notas de limão e maçã verde no nariz, e um toque de amêndoas na boca.
Nota: 8,5
Preço médio: R$ 45
Onde: Zahil

Peique Viñedos Viejos 2006
Bierzo, Espanha
Bierzo é uma das regiões que mais coisas interessantes têm revelado nos últimos tempos. A uva usada para os tintos é a mencía. Este é feito com uvas oriundas de vinhedos com idades entre 60 e 75 anos, com produção de apenas 25 mil garrafas. E o vinho é um assombro. Nariz rico e intenso, com aromas de frutas vermelhas e pretas maduras, canela, pimenta negra, baunilha, com evolução para chocolate, balsâmico e notas de torrefação. Na boca, é um veludo. Tem médio corpo, ótima estrutura, volume, taninos muito finos, bastante fruta e um final longo e pra lá de saboroso. Grande tinto.
Nota: 9
Preço médio: R$ 95
Onde: Decanter

Prager Grüner Veltliner Hinter der Burg Federspiel 2007
Wachau, Áustria
Produtor biodinâmico que acumula prêmios ao redor do mundo. Este é um grüner mineral, com notas de maça verde, pêra, pimenta branca e pedra molhada no nariz. Na boca, frescor e uma leve salinidade que o faz perfeito para ostras e frutos do mar. Uma beleza.
Nota: 9
Preço médio: R$ 119
Onde: Mistral

Alto de La Ballena Tannat Viognier 2008
Maldonado, Uruguai
Vinho curioso e muito interessante deste produtor uruguaio que surpreende a cada ano. A tannat e a viognier fermentam separadas e depois de feito o corte (90% de tannat e 10% de viognier), o vinho é posto em barricas americanas para estágio de nove meses. Quando a criança nasce, temos um vinho com aromas muito intensos de frutas vermelhas frescas, com um toque floral em um fundo de baunilha. Na boca, tem bom frescor, taninos macios, bom volume, equilíbrio e um final longo.
Nota: 9
Preço: R$ 123
Onde: D'Olivino

Craggy Range Gimblett Gravels Te Kahu 2007
Hawke's Bay, Nova Zelândia
Corte de merlot, cabernet franc, cabernet-sauvignon e malbec, reforçado por 1% de petit verdot, este é mais um bom vinho desta interessante vinícola neozelandesa. Nariz intenso, com notas de amora, mirtilo, ameixa preta, com evolução para anis, alcaçuz, café e chocolate. Na boca, tem bom volume, médio corpo, taninos macios, acidez perfeita, e um final longo e intenso, que lembra frutas negras.
Nota: 9
Preço médio: R$ 135
Onde: Decanter

Kilikanoon Riesling Mort's Block Watervale 2009
Clare Valley, Austrália
Um branco extraclasse, em uma safra excelente, não poderia ser diferente: um grande vinho, um dos melhores feitos com a riesling fora da Alsácia. Bem típico no nariz, com notas de petróleo e uma evolução para fruta seca. Na boca, acidez perfeita, boa estrutura, volume e um final longo e com frescor. Um branco de guarda mas que pode ser degustado já.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 100
Onde: Decanter

Château Musar Rouge 2001
Vale do Bekaa, Líbano
Este é um clássico produtor libanês, que faz vinhos pra lá de singulares. Está longe de ser um vinho fácil, pelo contrário. Aqui é preciso esperar. E muito. Para começar, o vinho só vai ao mercado sete anos após as uvas serem vindimadas. E tem caixa para ir muito mais longe ainda. Portanto, decante. Ou mesmo, abra a garrafa e prove o vinho apenas no dia seguinte. E aí estarão lá os aromas de cassis, cereja preta, figo cozido trufas, caixa de charutos, couro molhado, chocolate amargo, azeitonas pretas. Na boca, é um veludo. Taninos macios, bastante corpo, bom volume, acidez generosa e um final longo e com um toque de chocolate. Provar um Château Musar é sempre uma experiência.
Nota: 9,5
Preço: R$ 160
Onde: Mistral

Kopár Cuvée 2006
Villany, Hungria
Attila Gere produz este corte de cabernet franc, merlot e cabernet-sauvignon, feito a moda bordalesa e que, nesta safra marcou a mudança significativa na produção deste vinho, que passou a ter a cabernet franc como casta principal. Bem rico no nariz, com notas de frutas pretas, cassis, cogumelo e evolução para grafite, alcaçuz, chocolate e café. Na boca, tem bom corpo, muito equilíbrio, com acidez correta, taninos finos, muito volume, e um final longo e delicioso. Grande vinho e prova cabal de que a Hungria é muito mais do que um tokaji.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 215
Onde: Mistral
Milionário (ou, eu também queria um presente desses)
Duorum Vintage Port 2007
Douro, Portugal
Um ano depois da primeira prova, este porto está ainda melhor. Intenso no nariz, com aromas de frutas pretas maduras e um toque balsâmico. Na boca, esbanja estrutura e elegância, com taninos maduros, acidez perfeita e um final interminável.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 215
Onde: Casa Flora

Paul Hobbs Pinot Noir Russian River 2006
Califórnia, Estados Unidos
Paul Hobbs é um craque. Especialista em vinhos grandes, ricos, cheios. Neste pinot, além do volume e da estrutura que costuma conferir aos vinhos que faz, Hobbs entregou uma elegância um tanto incomum, que foge um pouco ao estilo que o consagrou. Mas que tornou o pinot, que já era um grande vinho, em um espetáculo. Nariz rico e intenso, com notas florais, de cereja e evolução para alcaçuz e cogumelo. Na boca, combina potência e fineza de forma bem feliz. Gol de placa.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 235
Onde: Mistral

Carrocel 2007
Dão, Portugal
Álvaro Castro é o cara. No Dão, é um dos grandes enólogos. E fazer grandes vinhos com a touriga-nacional parece a especialidade do sujeito. Este é elegante no nariz, repleto de notas florais, em especial, a violeta, e com cereja e amora. Na boca, tem bom corpo, taninos macios, leveza, acidez perfeita, vivacidade e um final longo e intenso. Não entrou na lista dos Top 10 dos tourigas de Portugal? Azar da lista.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 335
Onde: Mistral

Cornas Les Ruchets 2004
Rhône, França
Cornas é uma pequena cidade, no norte do vale do Rhône. Lá, a syrah é a uva soberana, matriz de grandes vinhos. Este, feito pela Jean-Luc Colombo é um deles. Rico, fino e intenso no nariz, com notas de frutas negras, um toque floral, pimenta negra, canela, cassis. Na boca, é elegante, com boa estrutura, volume, taninos finos, largo e com um final longo e com notas de fruta madura.
Nota; 9,5
Preço médio: R$ 478
Onde: Decanter

Pêra-Manca Tinto 2007
Alentejo, Portugal
Muito se comenta sobre o preço deste vinho, considerado demasiado alto por um punhado de gente. Mas como argumentar qualquer coisa a respeito se, um mês e meio depois de lançado, a Fundação Eugénio de Almeida, que produz o vinho, não tem mais uma caixa sequer para contar a história? Então, melhor é falar sobre o que está dentro da garrafa. E se os vinhos das safras 2003 e 2005 eram marcados por sol, potência, fruta madura e concentração, este 2007 caminha para outro lado. Ainda estão lá o vigor e o volume enormes, mas neste ano, o enólogo Pedro Baptista conseguiu uma elegância ímpar, que, aliada ao frescor e à qualidade dos taninos, presentes mas não agressivos, permite sonhar com uma longevidade maior do que a tradicional desta marca. Mas vale a ressalva: embora vá, com certeza, melhorar com o tempo, este é um Pêra-Manca que pode ser bebido já. E com imenso prazer.
Nota: R$ 9,5
Preço médio: R$ 600
Onde: Adega Alentejana

Grans-Fassian Riesling Eiswein Leiwener Laurentiuslay 2001
Mosela, Alemanha
O eiswein, ou vinho do gelo, deve estar na moda. Afinal de contas, gente do mundo inteiro anda fazendo (ou, pelo menos, tentando fazer) este tipo de vinho. Alguns chegam mesmo a congelar as uvas artificialmente para conseguir a concentração necessária. Não é a mesma coisa. Um bom eiswein é único. E este aqui mostra bem o que eu estou falando. No nariz, já impressiona, com os aromas de damasco seco, mel, goiabada, marmelada. Mas é na boca mesmo que tudo se explica. Ao lado de uma doçura extrema, uma delicadeza única. Podem até continuar tentando. Mas a este nível vai ser complicado qualquer um chegar.
Nota: 9,5
Preço: R$ 612 (garrafa de 375 ml)
Onde: Decanter

Château de La Tour Clos Vougeot Grand Cru 2004
Borgonha, França
Clos de Vougeot é um típico exemplo de como escolher o produtor é importante quando se fala da Borgonha. São cerca de 80 donos de vinhedos nos pouco mais do que 50 hectares de terreno. A qualidade do que é engarrafado como Clos de Vougeot Grand Cru varia e muito. François Labet é o sujeito que possui o maior número de vinhas ali. E um dos produtores em que se pode confiar. Este 2004 está uma beleza. Aroma intenso de aspargo verde, com um toque de especiarias. Na boca, harmonia é a palavra. Fresco, elegante, com um volume impressionante. Se a opção for beber logo, decante por, pelo menos, uma hora. Ou então deixe na adega, guardadinho, por mais uns cinco anos. Ou mais.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 735,35
Onde: Decanter

Clarendon Hills Astralis 2007
Mc Laren Valley, Austrália
Shiraz de vinhedo único, com vinhas plantadas em 1920. Um dos melhores vinhos do mundo, ainda um bebê. Nariz rico e intenso, com notas de frutas negras como ameixa, amora, mirtilo; alcaçuz, alcatrão, café, chocolate, especiarias e um toque de tostado. Na boca, é superlativo, com taninos muito finos, acidez perfeita, encorpado, com muito volume, harmônico, e um final enorme e que não sai da memória. Um vinho perfeito.
Nota: 10
Preço médio: R$ 2.150
Onde: Vinissimo
Comentários
François Sportiello
Importador de vinho Nova Fazendinha
Rio de Janeiro
RJ
19/12/2010 Caro Alexandre,

Feliz Natal e parabéns pelo trabalho sempre bem feito.

Uma pequena correção: o Muscadet de Sevre & Maine Domaine de la Pépiere, do produtor Marc Ollivier, é importado pela Nova Fazendinha; a Zahil importa o Domaine de la Haute Févrie.

Abraço,
François
Rosita Rocha
Artista plástica
Niterói
RJ
19/12/2010 ADOREI, principalmente nesta época, quem não precisa dar um vinho de presente. Até imprimi para não precisar procurar no site nem telefonar para o amigo.

Bjs, Rosita
Alexandre Lalas
Colunista
Rio de Janeiro
RJ
20/12/2010 Caro François, obrigado pela correção. É tanto vinho, que de vez em quando a gente se embaralha... E valeu a lembrança: o La Haute Fevrie tb é muito bom!

Cara Rosita, a ideia é essa mesmo: tem presente aí para todo mundo!

Abraços e beijos
Robert Phillips
Representante comercial
Rio de Janeiro
RJ
22/12/2010 Grande Lalas,

Que em 2011 você continue a nos brindar com ótimas dicas, principalmente da Austrália.

Feliz Natal!
Carolina Amorim
Jornalista
Rio de Janeiro
RJ
22/12/2010 Adorei as dicas!! Boas festas a todos! Bjs
Juan José Verdesio
ABS-Brasília
Brasília
DF
22/12/2010 Boa lista.

Reparei o preço absurdo do Alto de la Ballena Tannat-Viognier. Estou indo para o Uruguai visitar a minha família e o beberei lá por R$ 35,00. Como pode valer quase 4 vezes o valor de varejo de lá se não tem a carga tributária dos vinhos europeus, por ser do MERCOSUL. Me expliquem!!!
Jesus Ruiz
Importador Cava de Vinhos
Itaipava
RJ
22/12/2010 Não quita o merito do trabalho, porém verifica esse vinho de Rioja Gran Reserva que colocas como corte de tempranillo e cabernet-sauvignon, o qual não é permitido na Rioja.

E!!!!! R$ 21,00 , tem certeza? Ou não é Gran Reserva, nem Rioja , ou não custa esse valor.

Sds riojanas
Paulo Nicolay
Consultor de vinhos
Rio de Janeiro
RJ
27/12/2010 Concordo com o Juan José Verdesio! Vivo indo ao Uruguai e o Alto de la Ballena Tannat-Viognier custa por lá, R$35,00 - R$40,00 nas lojas. Como a importadora D'Olivino compra diretamente da vinícola, bem mais barato e não tendo imposto de importação por fazer parte do Mercosul, como pode ser vendido aqui por R$ 123,00?

Gostaria de conhecer esta matemática!!
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]