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A vinícola catarinense Villa Francioni apresentou onze vinhos a jornalistas e profissionais, na tarde de quinta-feira desta semana, no restaurante Giuseppe Grill, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A degustação faz parte da política da empresa de recolocação da marca no mercado. Entre os rótulos apresentados, três novidades: o espumante Joaquim Brut Rose, o tinto Aparados Cabernet Sauvignon 2007, e o Villa Francioni Colheita Tardia 2005, vinho de sobremesa, feito com a sauvignon blanc.

A Villa Francioni apareceu muito bem no cenário do vinho brasileiro com o Lote I, corte de duas safras de chardonnay (2004 e 2005). De lá pra cá, a vinícola apresentou altos e baixos. Muito mais por problemas administrativos do que por conta da qualidade dos vinhos, responsabilidade do enólogo Orgalindo Bettú.

Agora, com a empresa reorganizada sob a direção de Daniela, filha do fundador da empresa, Dilor Freitas, a Villa Francioni espera recuperar o terreno perdido no último ano. É esperar para ver.
 
Vinhos degustados
Joaquim Brut Rosé
São Joaquim, Brasil
Corte de oito uvas (syrah, pinot noir, cabernet franc, sangiovese, merlot, cabernet-sauvignon, malbec e petit verdot), feito através do método charmat. Um espumante rosado, com aromas de morango e tuti-fruti. Na boca, tem boa cremosidade e uma boa acidez. Peca por ser um tanto pesado.
Nota: 7
Preço médio: R$ 42

Villa Francioni Sauvignon Blanc 2009
Bom Retiro, Brasil
Branco bem feito, rico e limpo no nariz, com notas de limão siciliano, lima, um toque floral e uma pitada de noz moscada. Na boca, é leve, fresco, com bom volume e um final médio e cítrico.
Nota: 8,5
Preço médio: R$ 66

Villa Francioni Chardonnay Lote II
Bom Retiro, Brasil
Branco feito com chardonnay de duas safras, 2008 e 2009. No nariz, as notas de pipoca típicas da fermentação malolática. A fruta fica um tanto escondida pela madeira, mas está lá. Principalmente abacaxi. Na boca, é untuoso, com bom volume, e um frescor razoável.
Nota: 8
Preço médio: R$ 82

Joaquim Rosé 2008
São Joaquim, Brasil
Rosado feito com cabernet-sauvignon e merlot, com aromas de morango e framboesa. Tem um estilo diferente do VF Rose. É mais pesado, funciona menos como aperitivo, é um rosado mais gastronômico. Para quem gosta do estilo, é boa pedida.
Nota: 7
Preço médio: R$ 43

Villa Francioni Rosé 2008
São Joaquim, Brasil
Vinho rosado, corte de oito uvas (cabernet-sauvignon, cabernet franc, sangiovese, syrah, petit verdot, pinot noir, merlot e malbec), de cor salmão, de estilo provençal. No nariz, rosas e um toque de fruta fresca. Na boca, delicadeza, leveza, frescor. Perfeito como aperitivo ou acompanhando um canapé de salmão.
Nota: 8
Preço médio: R$ 52

Aparados Cabernet Sauvignon 2007
São Joaquim, Brasil
Lançamento da Villa Francioni, vinho de entrada de gama, voltado para venda em supermercados. A ideia aqui é trabalhar muito mais com volume do que com qualidade. Mas o vinho não é de todo ruim. No nariz, uva. Na boca, simples, frutado e fresco. Um tinto simples, para iniciantes, sem defeitos, e tampouco grandes atrativos.
Nota: 6,5
Preço médio: R$ 25

Joaquim Cabernet Merlot 2006
São Joaquim, Brasil
Tinto simples, leve, fácil e frutado da Villa Francioni. No nariz, frutas frescas e um leve toque de especiarias. Na boca, fruta, frescor e maciez. Vinho bom para o dia-a-dia.
Nota: 7,5
Preço médio: R$ 43

Francesco 2005
São Joaquim, Brasil
Corte de merlot, cabernet-sauvignon, cabernet franc, malbec e syrah, com estágio de 12 meses em barricas francesas de carvalho. Franco no nariz, com notas de frutas vermelhas e negras, um toque de pimenta branca e tostado e evolução para café. Na boca, médio corpo, boa estrutura, taninos macios, bom frescor. Faltam ao vinho meio de boca e um final mais longo.
Nota: 8
Preço médio: R$ 65

Villa Francioni Tinto 2005
São Joaquim, Brasil
O irmão mais velho deste vinho ganhou, em 2008, uma prova às cegas de cortes bordaleses do mundo todo, promovida pelo finado Jornal do Brasil, no Esplanada Grill, no Rio de Janeiro. Este aqui mantém o padrão do vinho premiado. No nariz, frutas vermelhas e negras, especiarias, café, chocolate amargo e alcatrão. Na boca, potência, músculo, mas com uma boa acidez que limpa a boca e um final longo. Ainda tem caixa para envelhecer mais alguns anos.
Nota: 9
Preço médio: R$ 98

Michelli 2005
São Joaquim, Brasil
Vinho topo de gama da Villa Francioni, com produção de apenas duas mil garrafas. Corte de sangiovese, cabernet-sauvignon e merlot, imitando o estilo supertoscano de ser. Rico no nariz, com notas de amora, cacau, cogumelos, terra, café e alcatrão. Na boca, taninos ainda duros (mas de qualidade), acidez lá em cima, bom corpo, volume, potente, e com um final longo. Ainda precisa de tempo para chegar ao auge, mas guarda boas semelhanças com o estilo que o inspirou.
Nota: 8,5
Preço médio: R$ 158

Villa Francioni Colheita Tardia 2005
Bom Retiro, Brasil
Vinho de sobremesa feito com sauvignon blanc atingida pela podridão nobre. A produção é pequena e o preço alto. Mas o vinho deixa a desejar. No nariz é bom, com notas de abacaxi, damasco seco e mousse de maracujá. Mas na boca, deixa a desejar. A presença da botritis quase não se faz notar e o que salva é uma acidez generosa. Um vinho de sobremesa, mas não tão doce assim e com preço pra lá de salgado.
Nota: 7
Preço médio: R$ 250
Comentários
Carlos Machado
Winemaker
Teófilo Otoni
MG
30/01/2011 Complicado é o preço! Qual a referência de coleta dos preços?

De qualquer forma, vamos degustar, afinal acredito na proposta da empresa!
Marcelo Carneiro
Advogado e escritor
Resende
RJ
31/01/2011 Os vinhos da VF são fantásticos. O Joaquim, por exemplo, acaba com o preconceito de que vinho nacional não emplaca. A linha todo é excelente, tanto que o Sauvignon Blanc ficou em 37º lugar no "Descorchados 2010", ou seja, o vinho brasileiro melhor colocado no guia.

By the way: os preços da VF caíram cerca de 20% agora em janeiro.
João Montarroyos
Mestre Equitador em Dressage
Rio de Janeiro
RJ
31/01/2011 Os brasileiros não aprendem e teimam em manter preços exorbitantes para vinhos nem tanto. Dizem que a propaganda é o grande segredo do negócio, mas qualquer MALBEC argentino, em torno de 20 reais, com poucas notícias na mídia, merece a preferência, pelo menos, a minha...

Ainda bem que os chineses não gostam de uva... nem plantam, ou teríamos que passar o trator nas parreiras e aumentar a produção de soja. Ora, ora que vinho nacional do Brasil pode custar mais de 200 reais uma garrafa? O futuro dirá!
Mary de Barros
Presidente e proprietária da Mary de Barros Wines
Palmas
TO
31/01/2011 Decidi incluir os vinhos da Villa Francioni no nosso catálogo de revenda porque é a linha de produtos brasileiros que mais se aproxima da nossa politica de empresa. Produtos de qualidade com uma boa relação qualidade x preço. Mesmo que os preços da Villa Francioni sejam realmente um pouquinho elevados, acredito na qualidade do produto.

Vivi na Itália 22 anos, tenho uma ótima cultura do vinho e importamos os grandes vinhos do Piemonte: Barolo; Barberesco; Dolcetto D'alba; Dolcetto di Dogliani; o Nebbiolo e o Barbera D'alba.

Acredito que a Villa Francioni pode ser um grande diferencial ao clássico Malbec Argentino de 20,00 reais.
Carlos Alberto Amorim Jr.
ABS-Brasília
Brasília
DF
01/02/2011 O Villa Francioni Rosé sempre foi um dos meus preferidos na especialidade. Ainda não degustei o 2008. Na minha opinião, as dificuldades dos vinhos Villa Francioni estão nas faixas de preços.
Carlos Reis
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
01/02/2011 O primeiro vinho que degustei da Villa Francioni foi o Chardonnay Lote I logo que chegou ao mercado. Paguei na época (com o João Manso que era, salvo engano, o representante no Rio), 60 reais. Adorei o vinho. Daqueles de guardar na memória...

Depois disso provei as demais linhas, com exceção desse novo top e do vinho de entrada mencionados no artigo. Nenhum deles me empolgou. São bons vinhos, mas estão em faixas de preços equivocadas, ou seja, caros demais para o que oferecem e para os competidores estrangeiros (e não me refiro só à Argentina) na mesma faixa de preço existentes no mercado nacional.

Provei há pouco o Lote II Chardonnay e me decepcionei, não encontrei o que esperava baseado no Lote I Chardonnay. Além disso, o preço já era bem salgado, de cerca 90 e poucos reais (Confraria Carioca). E o detalhe é que já vi o mesmo vinho sendo vendido por 120 reais em lojas do Rio (!?). Realmente, assim não tem como beber vinho nacional. O sujeito acaba de entrar no ônibus e quer sentar na janela... É a lógica do "quanto mais caro melhor"?

E tome selo fiscal, sobre-taxa e outros artifícios no vinho importado para "incentivar" o consumo de vinho nacional...
Rafael Moreira
Representante Villa Francioni no Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
RJ
02/02/2011 Pessoal,

Informo que a Villa Francioni está iniciando 2011 com uma significativa redução nos seus preços. Em breve o consumidor final irá perceber o repasse dessa redução nas lojas e restaurantes do Rio de Janeiro que trabalham com a Vinícola.

Abs
Ronaldo Borgerth
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
02/02/2011 "Acredito que a Villa Francioni pode ser um grande diferencial ao clássico Malbec Argentino de 20,00 reais."

Não entendo como vinhos de 100 reais vão se tornar uma alternativa para os que custam 20 e são em sua maioria de melhor qualidade.

Já tomei o Sauvignon Blanc da Villa Francioni, é o melhor branco brasileiro que já provei, mas o preço era exorbitante e perdia para qualquer português, italiano de 30 reais.
Gustavo Silveira
Enófilo
Niterói
RJ
04/02/2011 Tem botrytis cinerea no sul do Brasil, para produzir este colheita tardia, ou é apenas colheita tardia mesmo?
Juan Jose Verdesio
ABS Brasília
Brasília
DF
04/02/2011 O problema dos preços elevados nos bons vinhos brasileiros não vai ser resolvido tão cedo.

É um problema que se resolveria com mudança radical da cadeia produtiva do vinho que inclui uma "reforma agrária", com políticas públicas voltadas para que os sistemas de produção mudem radicalmente e para que mude radicalmente, também, a carga impositiva. Cada tanto a gente escuta aquela de nos proteger. Proteger o produtor nacional. O que tem que fazer é melhorar o produtor nacional para ele poder concorrer.

As vinícolas com as enormes dimensões de muitas argentinas ou chilenas produzem vinhos básicos em grande quantidade. Com esses vinhos básicos eles conseguem uma lucratividade suficiente como para manter a vinícola financeiramente bem resolvida. Algumas fazem linhas superiores com custos de produção maiores e vendem com lucratividades menores com relação ao custo de produção. Porque ganham menos e colocam vinhos a melhor relação qualidade/ preço? Para prestigiar o nome da vinícola, ganhar prêmios com esses vinhos superiores. Resultado: os vinhos básicos se vendem mais.

As vinícolas boutique não podem ter esse subsidio cruzado entre os produtos de baixa gama e os de alta gama porque, teoricamente só produzem vinhos com custos de produção maiores.

Porque o Brasil não tem ainda grandes firmas de muitos e muitos milhões de litros inundando o mercado com vinhos finos básicos de melhor qualidade?

Porque não há parreirais suficientes em locais de produção mais barata e melhor como seria a Campanha Gaúcha. Embora muito se tenha investido em ampliação de área ainda o processo é lento. Porque?

Porque nunca houve no Brasil programas como os que foram feitos no Uruguai e/ou o Portugal com políticas públicas voltadas para acabar de uma vez com as uvas não viníferas e replantar tudo com viníferas. O consumo de vinho comum brasileiro está estagnado e cada ano estocamos mais vinhos, seja de uvas comuns ou de viniferas por não poder vende-los devido aos preços e as mudanças do padrão de consumo do consumidor. Os nossos produtores tem tecnologia e enólogos como para produzir bons vinhos mas lhes falta matéria prima. O nosso consumo de vinhos fino cresce muito mas sempre pelo lado dos importados nos vinhos básicos.

Sem contar com a carga impositiva diferente entre o Brasil e o resto do mundo. Esse, para mim, é um fator importante mas não o que pesa mais. Temos que produzir vinhos básicos comparáveis ao Malbec básico citado antes para poder concorrer com ele e esses básicos financiar a produção de vinhos de alta gama a preços menores.

Outro fator importante é a cadeia de comercialização com excesso de atores e intermediários, cada um querendo tirar lucro como se estivessem vendendo perfume francês. Tem vinhos do Mercosul que chegam ao varejo com valores de 3 a 4 vezes o valor do varejo dos países de origem. como se explica isso? Comercialização com taxas de lucratividade ridiculamente altas.
Sergio Melo
Comerciário
Belo Horizonte
MG
06/02/2011 Concordo em parte com o comentário do Sr. João Montarroyos.

Para quem tem oportunidade de viajar ao exterior em paises produtores de vinho, parece como dizia o falecido compositor Jamelão que sentimo-nos como pinto no lixo. Já há alguns anos viajo principalmente para visitar minha filha e netos que residem na Toscana, Itália, de onde escrevo neste momento. Este ano também fui à cidade do Porto (Portugal) de onde retornei há cinco dias. Com vinte, vinte e cinco, ou trinta euros é possivel se beber brunellos, barolos, chianti ou grandes vinhos do douro ou alentejo. No Porto bebi varias garrafas de Duorum, ótimo vinho, cujo preço pago no supermercado foi de 12 (doze euros). Isto sem falar nos belos Chianti Classicos com preço maximo de dez euros.

Enfim acho que o governo, produtores, etc... podem ser culpados mas os agentes de mudança serão principalmente os especializados na matéria, sejam jornalistas ou nao.

Sou membro da SBAV-MG muito mais por gostar de vinhos do que para saber o nome do tetravô do proprietario atual da vinicola, ou ainda saber como ouvi em uma degustaçao que aquele vinho tinha uma característica olfativa de pedra de isqueiro.

Por isto, com todo o respeito ao comentario do Juan Verdesio, acredito que devemos sim, toda vez que estivermos juntos a agentes da cadeia produtiva do vinho reafirmarmos que nosso vinho é caro seja por qualquer circunstância. O vinho decente não pode ser bebida de elite.
Ronaldo Borgerth
Enófilo
Rio de Janeiro
RJ
07/02/2011 O vinho é caro porque os produtores são gananciosos. É só ver o lucro da Miolo, Salton etc.

Em Paris você acha nos supermercados Chablis a 5 euros.

Já que o representante da Villa Francioni se manifestou, gostaria que ele me explicasse o que de tão especial tem o vinho para ele custar tanto assim. Se fizermos as contas, podemos ver que o custo por litro não passa de 5-6 reais. Também não entendo porque os produtores teimam em fazer vinho tinto com um clima tão chuvoso como o nosso.
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]