"LF""LF""LF""LF""LF"


Matérias relacionadas
Colunistas
 
Imagine a cena: em uma prova de vinhos, o degustador, analisando a bebida, sai com essa:

- Este cabernet tem um toque de Mozart, com notas de Haydn.

Pois se a ideia do amalucado austríaco Markus Bachmann pegar, é bem possível que enochatos mais meticulosos tentem mesmo descobrir quais influências musicais o vinho carrega na taça.

É que Markus inventou uma caixa de som especial para ser acoplada nos tanques de fermentação e que toca a música que o enólogo acha que será uma boa influência para o vinho. Pode ser um jazz, rock, ou mesmo músicas clássica ou eletrônica.

Markus é defensor de que a música pode sim dar um caráter especial aos vinhos. Para ele, as ondas sonoras podem influenciar positivamente o processo de fermentação e maturação e produzirem vinhos melhores.

Embora nunca tenha sido testada antes durante a fermentação, a música é companheira dos vinhos em várias outras ocasiões. Na Viña Montes, no Chile, os rótulos mais importantes da vinícola repousam em uma sala que mais parece uma igreja, ao som de canto gregoriano durante todo o estágio em barrica. Na adega do português José Maria da Fonseca, que faz o Periquita, a música clássica costuma embalar o tempo que os vinhos principais da empresa ficam na sala de barricas.

Já a empresa francesa Henri Maire costuma despachar as garrafas de vinho em barcos a vela para uma viagem ao redor do mundo como melhor forma de maturação. A norueguesa Linie, fabricante de aquavit, também crê na força marinha e manda a bebida em um navio com destino à Austrália para que o destilado complete duas passagens pela Linha do Equador como forma de amadurecimento. No caso, até o nome do navio em que foi feita a viagem vem no rótulo da bebida.

O mar é o lugar onde estagiam alguns vinhos da também chilena Cavas Submarinas. Como o próprio nome sugere, o vinho é colocado em barricas de madeira e mergulhado no mar para amadurecer.

Outro austríaco, Rainer Christ jura de pés juntos que o fato de colher as uvas apenas nas noites de lua cheia confere mais complexidade e longevidade ao vinho que produz.

De modo geral, os cientistas costumam zombar destas técnicas de colheita e vinificação pouco ortodoxas, mas - segundo eles - inofensivas, porém ineficazes e as enxergam muitas vezes "obra do mais puro e deslavado marketing".

No entanto, o físico Werner Gruber, da Universidade de Viena e membro de um grupo que visa desmascarar as falsas alegações científicas, caiu de pau na teoria de Markus, a qual classificou de "puro lixo". Para Gruber, "as leveduras e os fungos estão pouco se lixando para se a música que toca é AC/DC, Madonna, Beatles, Mozart ou Louis Armstrong".

Markus Bachmann faz ouvido de mercador às críticas e aposta que sua invenção será a mola mestra da próxima revolução na vinificação mundial.
 
Vinhos degustados
Vinho da semana
Dominus 2003
Vale do Napa, Estados Unidos
Parafraseando meu amigo Paulo Pinho, este vinho é um tiro. De fuzil. Corte de cabernet-sauvignon, cabernet franc e petit verdot, feito pelo craque bordalês Christian Moueix, que desde 1983 acreditou no potencial da região, é um vinho maiúsculo. No nariz, cassis, geléia de cereja, doce de ameixa, especiarias, ervas finas, café, chocolate amargo e tabaco. Na boca, muita concentração, super maduro, robusto, com taninos macios, bastante volume e uma textura mastigável, amarrados em uma acidez generosa que dá alma ao vinho. Grande tinto, que ainda tende a melhorar muito com o tempo em garrafa.
Nota: 9,5
Preço médio: R$ 580
Onde: Grand Cru

Barato bom
Cavas de Crianza Cabernet Sauvignon 2006
Mendoza, Argentina
Prova cabal de que há vida nas vinhas de Mendoza além da malbec, este cabernet-sauvignon mostra bem o quanto esta uva pode gerar coisas bem interessantes em solo argentino. Nariz bem típico da casta, com notas de cereja, cassis e amora, com evolução para chocolate e tabaco. Na boca, taninos macios, médio corpo, boa entrada em boca, perde no meio e no final. Bom vinho a preço justo.
Nota: 8
Preço médio: R$ 49
Importador: Mercovino
Comentários
Camila Helena
Enófila e Recolocadora de sommeliers - Premier Cru
São Paulo
SP
24/08/2011 Eu acredito que com as constatações da física quântica e as conprovações científicas do efeito das vibrações energéticas, modificando inclusive células de cancer, através da música, que, em breve, ninguem mais se surpreenderá com os efetivos efeitos nas plantações e nas reações no período de evolução do vinho da música e de outras técnicas... Teremos muitas surpresas com o passar dos estudos, cada música desencadeia ondas, e no caso do câncer, o estudo provou, que não bastava ser música, tinha a música certa, ou seja a onda, a irradição certa...

Existem mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia, não preciso dizer quem disse, não é? E eu acrescento, do que nossa ainda em crescimento ciência quântica, possa provar no momento...

Abraços
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]