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Houve um tempo em que o verdadeiro cabernet era o franc. Uma época anterior à atual, pra lá de distante. Mas um belo dia, o cabernet franc e a sauvignon blanc resolveram cruzar. Nascia a cabernet-sauvignon. E hoje em dia, quando alguém fala em beber um cabernet, definitivamente não é do franc que a pessoa está falando.

Mas se hoje vive à sombra da filha famosa, não dá pra negar que a cabernet franc segue tendo lá a sua importância no mundo dos vinhos. Basta lembrar que o Cheval-Blanc, um dos melhores (e mais caros) vinhos do mundo é feito com a uva. E em Bordeaux é bem comum a presença da uva nos cortes de vinhos da região. O auxílio luxuoso da cabernet franc é sempre bem-vindo para ajudar a domar a agressividade da cabernet-sauvignon.

Mas há certos lugares onde a cabernet franc ainda reina soberana. O vale do Loire, na França, é um destes recantos sagrados da uva. Ali, deliciosos chinons e st-nicolas-de-bourgueils são feitos com a casta. No Friuli - região italiana - a uva também gera grandes vinhos. Há varietais ainda de cabernet franc espalhados pelo Novo Mundo. Na Argentina e no Chile são realidade. Australianos, neozelandeses, sul-africanos, uruguaios, norte-americanos e canadenses fazem vinhos com a uva. Para algumas pessoas, o Brasil tem potencial para produzir bons rótulos com a cabernet franc. E em outros países europeus, como Espanha e Hungria, é possível encontrar tintos feitos com a uva.

Na intenção de entender melhor como se comporta essa casta mundo afora, a Confraria dos Nove e o Wine Report promoveram uma prova às cegas da uva. A degustação foi realizada no dia 09/maio, na loja da Grand Cru, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro. Participaram da prova os sommeliers Eder Heck, Elaine de Oliveira e Marcos Lima, os enófilos Duda Zagari, Luciana Plaas e Roberto Cortes de Lacerda, além do repórter que vos escreve. As amostras foram adquiridas diretamente com os importadores ou compradas em lojas do Rio de Janeiro. Seriam 19 rótulos, mas um vinho foi eliminado por apresentar defeito. A degustação foi conduzida pelo sommelier Pedro Osmar, da Confraria Carioca.

A prova foi equilibrada, com os oito primeiros se destacando do resto dos vinhos. Conferidas as notas e reveladas as garrafas, uma surpresa e uma constatação: os cinco primeiros colocados eram argentinos. Ou seja, a uva se dá muito bem por lá, obrigado. Portanto, a malbec que se cuide. Há muito mais no cenário argentino que supunha nossa vã enologia...

Vejam o resultado da prova:

 
Comentários
Christóvão Oliveira
Belo Vinho
Belo Horizonte
MG
30/05/2011 Grande Alexandre,

Bela coluna, ótima prova e resultados interessantes e de grande significado. Parabéns.
Rogerio Goulart
Representante
Rio de Janeiro
RJ
01/06/2011 Essa degustação deixa bem claro e é mais um de vários exemplos que põem no lixo a afirmação generalista e repetida ad nauseam de que o vinho brasileiro é caro. Levando-se em consideração que não houveram diferenças significativas entre os 8 primeiros colocados, o Do Lugar é, disparado, o melhor custo benefício!

Comparando com o segundo melhor preço entre os 8 primeiros, fica assim: 2,29 Do Lugar = 1 Angélica Zapata. Comparando com o mais caro entre os 8 primeiros: 6,98 Do Lugar = 1 Weninger $ Gere. QUANTA DIFERENÇA !!!!!

Eu diria o seguinte: "os Argentinos que se cuidem..."

Excelente, Rogério! Mandou muito bem! Abraços, Oscar
Marcelo Carneiro
Advogado e escritor
Resende
RJ
15/06/2011 Não me surpreende o Gillmore ser considerado o melhor entre os Chilenos. Esse vinho "Hacedor de Mundos" é simplesmente delicioso.
EnoEventos - Oscar Daudt - (21)9636-8643 - [email protected]