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Um relatório divulgado em meados de julho pela Specialty Wine Retailers Associations (SWRA - Associação dos Varejistas Especializados em Vinhos) mostrou que os atacadistas de vinho gastaram mais de US$ 82 milhões (R$ 127 milhões) em lobby e contribuição para campanhas políticas estaduais e federais nos últimos três ciclos eleitorais nos Estados Unidos, de 2006 até o ano passado.
E o montante é apenas a ponta do iceberg, se for somado tudo o que os varejistas que comercializam outras bebidas alcoólicas adiantaram aos políticos norte-americanos no mesmo período. Batizado de Toward Liquor Domination (Rumo à dominação do álcool), o relatório deduz que tamanha montanha de dólares visa a tentativa de aprovação de leis que beneficiem apenas as diversas camadas de atacadistas na indústria do álcool.
"Quando você olha para esses números, para esta quantidade de dinheiro gasto em tão curto período, fica fácil de entender por que muitos congressistas defendem uma legislação federal que inibe questionamentos judiciais a estas arcaicas, constitucionalmente questionáveis e discriminatórias leis que beneficiam apenas os atacadistas", disse Daniel Posner, membro da SWRA.
Daniel refere-se à lei 1161, que aguarda parecer da justiça, e que garante aos atacadistas o controle sobre a política da comercialização de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos. A argumentação da SWRA é que o legislativo é controlado via lobby e grandes contribuições para campanhas políticas feitas pelos atacadistas.
O relatório aponta ainda que, apenas no âmbito estadual, os atacadistas gastaram US$ 60 milhões desde 2006. O valor é quase o dobro do que vinícolas, destilarias, cervejarias e lojas de vinho gastaram somadas.
Nos Estados Unidos, cada estado tem uma lei própria relacionada à comercialização de bebidas alcoólicas. A reclamação dos varejistas é que as leis vigentes inibem a competição e protegem apenas os lucros - cada vez maiores, segundo eles - dos atacadistas.
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Eder Heck